Brasília sedia Festival de Canoagem para Mulheres Sobreviventes do Câncer de Mama
Brasília recebe em outubro Festival internacional de canoagem na modalidade Dragon Boat, para mulheres ... leia mais
Remar nas águas de uma das regiões mais imponentes do Brasil é privilégio, mas também é uma grande responsabilidade, afinal, nós somos a última geração que pode salvar a Amazônia. O alerta, que corre contra o tempo, é do Amazônia de Pé, movimento nacional que atua pela preservação da maior floresta tropical do mundo.
E para dar mais visibilidade a esta questão tão urgente, o Caruanas Va’a, clube de canoagem polinésia e amazônica, com base em Belém do Pará, promoveu na última quinta-feira, 7, a Remada pela Amazônia.
A experiência fez parte da Virada Amazônia de Pé e foi aberta de forma gratuita a remadores experientes e também àqueles que queriam ter o primeiro contato com a modalidade. Em quatro canoas, o grupo saiu de Belém e navegou até a Ilha das Onças, onde se reuniu na Casa do Celso, residência de uma família de ribeirinhos que também é parceira e amiga do clube.
Com a floresta da ilha em volta, a roda de conversa aconteceu com a participação de Alan Bordallo, jornalista e fundador do Caruanas; Catarina Nefertari, gestora de comunicação do Amazônia de Pé; e Felipe Marujos, publicitário, ribeirinho e filho da família da Casa do Celso.
“A atividade do Caruanas foi muito importante e foi um momento para guardar na memória. Conseguiu unir a prática com a teoria e o diálogo sobre a necessidade da gente manter a Amazônia de Pé, pois isso passa na nossa relação com os rios de Belém. Escutamos várias pessoas, suas inquietações e a experiência de cruzar a Baía do Guajará remando fez tudo ser ainda mais especial”, avalia Catarina, sobre a iniciativa.
O Caruanas, como clube de va’a que nasceu e vive diariamente as águas da Amazônia, entende que não se deve apenas usar o ambiente como palco para a prática esportiva, mas também abraça a responsabilidade de cuidar da região, assim como conscientizar seus remadores e a população em geral.
“As va’a já se mostraram um instrumento poderoso para aproximar os moradores de Belém dos rios que cercam a cidade. Nunca houve tanta gente se interessando pela Belém ribeirinha e a Belém das ilhas como agora. E cada pessoa que se permite habitar os rios, passa a conhecer melhor a realidade ambiental que nos cerca. Nossos recursos naturais são limitados e estão sendo degradados. Quanto mais pessoas se conscientizarem disso e passarem a debater estes temas, mais a Amazônia ganha”, pondera Alan.
Felipe Marujos cresceu na Ilha das Onças. O jovem de 23 anos entende desde a infância a necessidade dos cuidados com as comunidades ribeirinhas, a importância da floresta e dos rios para elas, e chama atenção para o pouco conhecimento dos amazônidas sobre o próprio local em que vivem.
“Hoje eu falo sobre a Amazônia porque eu tenho vivência e conhecimento sobre ela. As pessoas que habitam aqui conhecem tão pouco. Afinal, são muitas “Amazônias”. muitas coisas que precisam ser descobertas. O debate vem para somar os conhecimentos sobre a região”, ressalta Felipe.
A Remada Pela Amazônia, promovida pelo Caruanas Va’a e Amazônia de Pé, uniu a prática ancestral da canoagem a uns dos debates mais importantes da atualidade: a proteção da floresta amazônica. E reforçou o papel dos remadores como instrumento de responsabilidade com o futuro.