Roberta Borsari explora Amazônia de stand up paddle e faz alerta sobre preservação

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Roberta Borsari
Roberta Borsari prestes a remar por águas amazonenses. Foto: SUPTravessias

A atleta paulistana Roberta Borsari fez uma viagem em outubro para explorar a Amazônia Legal sobre um stand up paddle, com os objetivos de reforçar a urgência do combate às atividades que destroem a floresta e de dar voz para aqueles que vivem nela.

Ouvi relatos de como o desmatamento e o garimpo ilegal afetam profundamente as comunidades locais, desde encarecer o custo de vida na região e inviabilizar sua subsistência por conta dos rios poluídos pelo mercúrio até obrigá-los a deixar suas terras”, alerta Roberta.

A iniciativa de explorar a Amazônia Legal faz parte do projeto SUPtravessias, que completou 10 anos em 2021. Sua proposta é explorar ilhas ao redor do mundo pelas óticas feminina e do stand up paddle, sempre com um olhar associado à sustentabilidade, ao esporte e à importância dos oceanos para o planeta.

Pororoca no Maranhão

Roberta Borsari Amazonia
Na Amazônia maranhense, Roberta Borsari experimentou o surfe na Pororoca. Foto: SUPTravessias

A viagem de Roberta contemplou duas paradas. A primeira ocorreu em São Luís, no Maranhão, onde ela encarou a pororoca. Na região, o fenômeno natural de marés formado pelo encontro das águas do rio Mearim com o oceano Atlântico gera uma grande onda ininterrupta. O nome ‘pororoca’ tem origem tupi e significa algo como ‘grande estrondo destruidor’.

“A pororoca é resultado da conexão entre o oceano, rio, marés e a mudança da lua. É a representação de como tudo em nosso planeta está interligado e de como ações pontuais têm impacto abrangente. Por isso escolhi surfar essa onda tão especial neste momento”, explica Borsari.

Prestes a encarar a Pororoca. Foto: SUPTravessias

É válido destacar que essa não foi a primeira experiência da atleta. Em 2011, ela se tornou a primeira mulher a enfrentar uma pororoca com caiaque. A aventura ocorreu no rio Araguari, no Amapá. Esse fenômeno, porém, entrou em extinção em 2015 em decorrência da construção de três hidrelétricas, da abertura de canais e da degradação causada pelo pisoteio de búfalos.

Ilhas fluviais da Amazônia

Fazendo amigos no Rio Negro amazonense. Foto: SUPTravessias

A segunda parada do projeto SUPtravessias explorou as ilhas fluviais da Amazônia, no estado do Amazonas, com remadas no rio Negro e em alguns de seus afluentes, com paradas nas comunidades locais e tribos indígenas. “Ao visitar a região é possível absorver a grandiosidade e relevância da floresta. Ela é autossuficiente para todo o ciclo de vida. Oferece do alimento ao remédio. Pude conviver com os ribeirinhos e conhecer sua extraordinária cultura e conhecimentos da mata”, comenta Roberta.

De acordo com dados do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), a Amazônia Legal tem 5 milhões de quilômetros quadrados e abrange 59% do território brasileiro. Se fosse um país, seria o 6º maior do mundo em extensão territorial. A região também representa 67% das florestas tropicais do planeta e 20% das águas doces.

Roberta Borsari Amazonia
Roberta entre os indígenas da tribo Cipiá. Foto: SUPTRavessias

Remar com os botos cor de rosa e conhecer a tribo Cipiá e todo o conhecimento dos ribeirinhos foi especial. Volto cheia de histórias pra contar. Vale lembrar que, se a porcentagem de desmatamento atingir 25% do bioma, o dano à floresta será irreversível. Todos somos responsáveis pela preservação das nossas florestas e do oceano. Nossas atitudes e escolhas diárias podem, sim, resultar em algo melhor para o planeta”, conclui Roberta.

Sobre Roberta Borsari

Roberta Borsari, Amazonas. Foto: SUPTravessias

Com mais de 20 anos de experiência em esportes de aventura, Roberta Borsari está entre as pioneiras no Brasil em modalidades como rafting, canoa havaiana, corredeiras, kayaksurf e stand up paddle. Sua carreira é composta por títulos, expedições, palestras, artigos e feitos nacionais e internacionais.

Ela foi tricampeã brasileira de rafting, campeã na primeira prova de canoa havaiana realizada no País, fez a primeira travessia de canoa Oc-6 do Brasil e esteve no Top 10 do kayaksurf mundial por 10 anos, entre outras realizações.

A paulistana ainda faz parte da Liga das Mulheres pelos Oceanos. Trata-se de um movimento que reúne mulheres de diferentes profissões, mas que compartilham uma conexão com os oceanos e lutam pela sua preservação.

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