Rufino “Cowboy de Aço” em busca do sonho nos Jogos Paralímpicos
Fernando Rufino, o "Cowboy de Aço", conta os dias para realizar o sonho de competir nos Jogos Paralímpicos
Nesta quarta-feira (03) o programa Globo Esporte exibirá em rede nacional uma reportagem sobre o desafio Leme ao Pontal de va’a.
A competição de canoas polinésias realizada no último sábado, 27 de fevereiro, reuniu 47 equipes para remarem ao longo de 31 km pela orla da cidade do Rio de Janeiro.
Entre essas equipes, uma em especial, a Mirage Globo Esporte, formada pelos jornalistas Clayton Conservani e Carol Barcellos, remando ao lado de Américo Pinheiro, Lena Guimarães, Dayone Rossi e Maxwell Coutinho Júnior.
Mesmo sem experiência em provas de va’a, os jornalistas aceitaram o desafio de remar por mais de 30 km e a equipe acabou faturando a primeira colocação na categoria Mista.
Essa participação foi documentada por uma equipe de filmagens da Rede Globo, que acompanhou a prova em um dos barcos de apoio.
A entrada da Globo no Leme ao Pontal surgiu através de uma sugestão de Marcelo Esquilo, que atualmente ocupa o posto de presidente da FCHERJ.
A federação vem nos últimos meses buscando uma aproximação com a emissora para a divulgação do va’a e a realização do Leme ao Pontal despertou interesse na Globo em cobrir o evento.
Dessa forma, Esquilo colocou o diretor da prova, João Castro, em contato com a reportagem do canal.
Assim, surgiu a ideia de convidar os repórteres da emissora para não apenas cobrirem, mas vivenciarem a prova, e os nomes de Clayton Conservani e Carol Barcellos vieram à tona.
Restava então encontrar uma canoa e um técnico para montar uma equipe que remaria ao lado dos repórteres.
A questão da canoa foi resolvida com a Mirage Canoe, e o técnico escolhido foi Américo Pinheiro, que já havia treinado Conservani para a 11 City Tour (uma das provas de SUP mais duras do mundo), além de ter remado ao lado dele e de Carol Barcellos ao longo de 100 km, Amazônia adentro, para uma reportagem do Esporte Espetacular.
Américo conta que após conversar com os jornalistas e sua esposa, Lena Guimarães, ficou clara a ideia de que ao menos quatro remadores já estavam definidos para integrar a equipe.
Para escolher os dois nomes restantes para seu time, Américo recorreu a sua “casa”, a Região dos Lagos, no Rio de Janeiro, convidando a experiente Dayone Rossi, capitã da equipe Mana Brasil e o atual campeão brasileiro de OC-6 pela He’e Nalu, Maxwell Coutinho Júnior.
Restando apenas duas semanas para a realização da prova, Américo revelou que o treinamento foi muito mais mental do que físico.
A maior incógnita seria Carol Barcellos, que estava há um bom tempo sem remar e nunca havia participado de uma prova da modalidade antes.
No entanto, a jornalista revela que confiou em Américo e botou fé em sua equipe para aceitar o desafio:
“Foi uma mega surpresa, porque quando me falaram dessa travessia, eu achei a maior loucura do mundo! Eu topei de verdade por confiança em todo mundo que estava ali, sei o quanto o Américo sabe trabalhar o psicológico da gente e eu fui realmente na cabeça, pois o corpo não estava pronto. Eu não remava havia muito tempo. Então eu fui na raça, na coragem e na confiança.
E foi incrível! Achei a prova linda e estou toda dolorida até hoje! (risos) Mas fiquei muito feliz e surpresa com o nosso resultado, mas fiquei ainda mais encantada com esse esporte e espero que a gente faça uma reportagem a altura”, conta Carol Barcellos.
Mais experiente em provas de endurance, Clayton Conservani também fez a sua estreia em competições de va’a e ficou igualmente encantado com o esporte:
“O desafio do Leme ao Pontal foi uma experiência única, porque eu nunca havia participado de uma competição de canoa havaiana. Já havia feito provas de stand up paddle ao lado do Américo na Holanda e em Mangaratiba (RJ), mas de canoa havaiana eu remei poucas vezes na vida e de repente surgiu essa ideia de fazer a cobertura e mais do que isso, nós participarmos da competição.
Uma prova longa, sem treino, mas o Américo se incumbiu de escolher os remadores, o Max, a Dayone e a Lena, para fazermos essa remada, só que nós não nos encontramos antes para fazer um treinamento em conjunto e fazer esse super desafio”, revela o jornalista.
Clayton conta que na véspera da prova teve o sono agitado devido ao nervosismo, porém, um sonho nessa noite viria a servir de combustível para o moral da equipe:
“Na noite que antecedeu a prova, não consegui dormir direito. Mas numa dessas cochiladas, sonhei que a gente estava ali brigando pelas primeiras colocações e comentei isso com a nossa equipe antes da largada e o Américo então falou para irmos atrás desse meu sonho. Isso foi uma injeção de ânimo em toda nossa equipe.
No caminho da Praia Vermelha até a linha da largada, no Leme, em busca da melhor posição, o que também foi muito interessante, percebi que a nossa canoa, mesmo sem o treino, estava andando bem. E quando a gente largou, tive a certeza de que estávamos bem posicionados. O Américo falando que estávamos andando a 13km/h e quando chegamos ao Quebra-mar, para o contorno da boia, percebemos que só havia equipes masculinas à nossa frente. A partir desse momento a gente falou que não iríamos deixar que nenhuma outra equipe mista se aproximasse e assim a gente fez até a linha de chegada”.
Assim como Carol, Clayton conta que ficou muito feliz e surpreso com o resultado:
“Foi uma grande festa e uma surpresa, afinal eram onze equipes e a gente estava chegando em primeiro. Agora estou aqui ao lado da Carol preparando a reportagem pro Globo Esporte dessa quarta-feira e estamos super realizados e super felizes porque nós conseguimos algo muito maior do que a gente imaginava.
Muito obrigado a toda organização, foi uma prova fantástica, muito bem organizada, tudo muito perfeito, todo suporte que a organização deu, então foi uma honra e um orgulho muito grande ter participado. Um grande abraço e até a próxima!”, conclui Clayton Conservani.