Lições que a Natação no Mar ensina para o Mundo dos Negócios
A natação no mar oferece uma série de benefícios a seus praticantes com o fortalecimento todo o corpo, ... leia mais
Olá, pessoal! Hoje vamos falar sobre estratégias de prova. O conselho mais importante que posso dar é: não existe receita de bolo. Somente por meio da vivência nas mais variadas situações de prova e condições adversas da natureza, podemos aprender lições que nos ajudam a definir qual a melhor tática ou plano mais adequado para aquele momento. De qualquer forma, vou tentar resumir aqui alguns pontos dentro das principais variáveis que encontramos na natação em águas abertas.
Quem faz provas curtas, a primeira dica é: existe uma diferença muito grande entre terminar a prova e vencer a prova. Quem está estreando na modalidade, eu sempre digo que o mais importante é curtir a jornada e não se preocupar tanto com o resultado final. Por isso, indico uma estratégia mais conservadora, aumentando o ritmo progressivamente até que você se sinta confortável dentro da água. Provas curtas também são uma grande oportunidade para testar e aprender mais sobre seu corpo e nado. Ela pode ajudar, por exemplo, a determinar qual a sua velocidade de referência, o que permite calcular com mais eficiência os ritmos dos diversos tipos de treino e provas de outras distâncias.
Quem já é um pouco mais experiente, pode se desafiar mais. Por se tratar de uma distância menor, consequentemente pouco tempo nadando, muitos acreditam que a melhor estratégia é manter o máximo esforço (alta intensidade) para conquistar a tão sonhada medalha de ouro na sua categoria. Porém, se você optar por usar mais a cabeça do que o corpo, pode ser que o resultado venha sem a necessidade de tanto desgaste. Estudar bem o percurso, condições climáticas do local e os adversários, se for o caso, para saber exatamente os pontos fortes e fracos, pode ajudar a poupar energia, trazendo aquele fôlego a mais quando necessário. Nesse tipo de prova, os detalhes fazem muita diferença.
Já aqueles que pretendem encarar longas distâncias, acho importante preparar o corpo e a mente para manter um ritmo mais linear, sem muitas oscilações. Isso porque se você chegar no cansaço extremo logo, o desgaste físico e mental pode pesar, comprometendo o restante do percurso. Muitos fundistas inclusive conseguem ser mais velozes no final pois conseguem administrar bem sua velocidade e esforço no início e meio de prova. Como falamos de uma atividade que exige mais resistência, a dica de ouro é: ter consciência dos seus limites e capacidades para usar mais a força em momentos críticos e pontuais, como começo de prova, ultrapassagens e sprint final.
Como treinador tenho notado o aumento de praticantes de triathlon. Esse tipo de atleta precisa focar principalmente em um aspecto: economia de energia. Assim como quem nada provas mais longas, o triatleta deve fazer o possível para minimizar o desgaste, já que ele ainda terá pela frente um pedal e uma corrida. Como esse tipo de prova é comum ver aquele “mar de gente” na largada, a principal estratégia é largar forte para se afastar daquela aglomeração na água. Por isso, a primeira dica é tenha controle da alta intensidade no início da prova. Se você começar a hiperventilar, significa que você passou da intensidade que deveria fazer e isso pode comprometer o restante da sua prova! O ideal é largar entre um A2 e A3 (alta e média intensidade), mas nunca chegar no Anaeróbico.
Também é importante não forçar demais antes de sair da água e nem naquela corridinha até a área de transição. Por mais que sair rápido pareça uma vantagem, lembre-se que quando você está mais “descansado”, seu corpo e mente tem respostas mais adequadas e positivas. Tirar a roupa de borracha é difícil naturalmente, então se você chegar na transição todo ofegante, atropelando as coisas, pode ser que você demore mais para se trocar, se atrapalhe na hora de colocar a sapatilha, esqueça de pegar sua hidratação, enfim. Esses curtos períodos de estresse podem te desconcentrar e fazer com que todo o tempo “economizado” se perca.
Bom, acho que consegui sintetizar um pouco da minha vivência. Espero que esses conselhos ajudem a montar uma estratégia de prova mais eficiente. Voltamos em breve com mais conteúdo!