Fala, moçada! Vou iniciar neste mês uma série de artigos falando sobre as adversidades mais comuns que encontramos na natação em águas abertas. Vamos começar falando sobre a correnteza, mais especificamente sobre a temida corrente contra, qual a melhor técnica para superá-la? Antes disso, é muito importante que você obviamente saiba identificar para que lado está a correnteza.

Quando estiver na praia olhando para o mar você pode se orientar de duas formas. Ao observar as ondas, em alguns casos, naturalmente é possível notar para que lado elas estão correndo. Se você tiver dúvida, procure um barco ancorado, veja para que lado está apontada a popa (parte traseira) e a direção em que ele estiver é considerada a favor da corrente.

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Voltando à questão sobre correnteza contra, a primeira coisa é lembrar que a natureza a gente não controla, portanto, lutar contra algo que você sequer tem a chance de mudar é praticamente inútil. Geralmente os atletas mais inexperientes sofrem mais quando se vêem nessa situação. Muitos acabam desperdiçando energia, fazendo mais força do que o necessário, quando na verdade o segredo é manter a calma e dosar bem a aplicação da força.

Costumo dizer que a corrente contra é como pedalar em uma subida. Não adianta aplicar força pra ir mais rápido porque você vai cansar. Neste caso, o ciclista coloca uma marcha mais leve e aumenta o giro das pernas, diminuindo o desgaste físico. Na água, a lógica é a mesma. O melhor a se fazer é diminuir a força e aumentar a frequência de braçadas. Coloque menos apoio na frente e alivie mais a finalização, dando mais amplitude para o movimento. Assim, você cansa menos e pode vencer com mais facilidade a resistência natural provocada pela corrente contra. 

Uma dica de prova que também ajuda a vencer a correnteza contra é nadar na esteira. A pessoa que está na frente automaticamente gasta mais energia para vencer aquela água e quem está atrás sofre menos resistência, gastando menos energia.

Um erro muito comum que vejo em provas onde apenas um trecho do percurso é de corrente contra e o outro a favor é o atleta bater mais perna, na ansiedade de terminar logo esse trajeto mais difícil. Lembre-se que a perna é um músculo grande, logo, se você aumentar o uso, consequentemente vai consumir mais oxigênio, além de elevar sua frequência cardíaca. 

Se o nadador não souber dosar bem essa pernada, ele também vai cansar rapidamente e na hora em que a corrente estiver a favor, pode ser que ele não consiga retomar mais o ritmo, perdendo rendimento. Em alguns casos, permite inclusive a ultrapassagem de outros atletas que nadaram de forma mais eficiente, economizando energia para momentos estratégicos. 

Bom, essas são as minhas principais recomendações para vocês. Espero que sejam úteis durante sua preparação para as provas do segundo semestre. 

Grande abraço e voltamos em breve!

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