Oscar Chalupsky about downwind in Brazil: “Wind and the waves are perfect”
A living legend of ocean canoeing, Oscar Chalupsky talks about yout first surfski downwind experience in ... leia mais
O ano não foi benéfico para quase nenhuma modalidade esportiva, porém, no caso do prone paddleboard, a modalidade apresentou crescimento surpreendente: aumento de praticantes, competitividade, novas categorias e novos ídolos.
Quem acompanha de perto as modalidades polinésias no Brasil, sabe que em algum momento o paddleboard realizaria um grande “salto” e, com certeza, 2020 foi o maior destaque.
Para entender melhor essa evolução, conversamos com Patrick Winkler, colunista do Aloha Spirit Mídia, campeão da Green Islands 2020, considerado o “embaixador brasileiro do prone”. Confira:
Épico, não tenho melhores palavras. Sabemos que remar 12K, 18K e 32K em três dias não é fácil, e para os remadores de prone, é ainda mais desafiador. Fiquei muito feliz em ver que a quantidade de inscritos do prone era quase idêntica à quantidade de atletas do SUP. O que é um marco na modalidade.
Com certeza foi a inserção da categoria Unlimited. De maneira oficial, foi a primeira vez que tivemos provas nas categorias Stock (tamanho de 12 pés) e Unlimted. Notícia boa, inclusive para os fabricantes de prancha.
Tive a honra de participar de quatro campeonatos mundiais da ISA, a famosa travessia Molokai 2 Oahu e a travessia Dune Paddle Crossing na Europa. Mantenho bastante contato com remadores internacionais e todos enxergam os últimos eventos de prone no Brasil, com sucesso elevado.
Sim. Tive duelos épicos contra meu grande amigo Claudio Britto de Salvador, mas aproximadamente em 2016, ele passou a dedicar boa parte da atenção para a canoa OC1 e aos poucos foi deixando o paddleboard.
Acredito que minha última derrota tenha sido justamente em Salvador, em uma etapa de Aloha Spirit.
Desde então mantive uma honrada hegemonia. No Molokabra 2019, eu não venci a última prova, mas ganhei o Super Molokabra (somatória dos tempos), assim podemos dizer que o Molokabra 2020 foi minha mais fraca apresentação na carreira.
Foi minha pior apresentação como competidor de paddleboard.
Sou atleta de são Paulo Capital e da Raia da USP desde 2011. A Raia é essencial para os treinamentos. Neste ano, ela ficou fechada de março até final de outubro.
Por mais que me mantenha em forma devido aos treinos de natação, não realizar o trabalho especifico da modalidade, é fatal para ter bons resultados. Terminei na quarta colocação.
Para atletas que moram em frente ao mar, por mais que o ano tenha sido com restrições, tiveram a liberdade de treinar em situações especificas da modalidade.
Mesmo assim, eu fiquei feliz com o evento.
Primeiramente, pelo fato de quanto mais atletas fortes competirem, maior será sua exigência pessoal para se manter no topo.
Em segundo lugar, por ver que os atletas vencedores do evento também são meus melhores amigos.
É conflitante, mas fiquei feliz em ver excelentes performances de Nando Grillo (SC), Rogerio Melo (SP) e Rodrigo Nova (BA).
Embora as competições em agua flat sejam bem diferentes do que em água salgada, o que mudou foi a volta dos treinamentos na Raia da USP.
Meu técnico, o veterano remador de canoa polinésia da equipe Samu, Vinicius Sanchez, realizou um bom trabalho em 5 semanas e me fortaleceu fisicamente e psicologicamente.
Motivado pelos resultados do Molokabra, enfrentar Nando Grilo e Rogerio Melo não é uma tarefa fácil.
Vale ressaltar que Rogerio Melo estava com problemas familiares e não estava em forma, e mesmo assim foi valente em participar da competição.
Tínhamos cerca de 15 atletas na prova, contando com a participação ilustre do campeão mundial de Sprint SUP Race, Arthur Santacreu, que optou em participar do Green Islands na categoria prone paddleboard.
No fim, fiz uma prova praticamente sem erros, à exceção da largada, onde inclusive o Luiz Guida Animal, campeão do SUP, também optou por uma linha não muito boa no início.
A veterana Sinara Pazos vem realizando um extraordinário trabalho na Bahia para fomentar o paddlleboard feminino.
Acredito que 2021 será o ano da “virada” para as mulheres nos principais eventos do país. Mas é preciso fomentar ainda mais.
Acredito que passo mais importante para o próximo ano é a adoção de categorias no Masculino. Principalmente atleta até 49 anos e, na sequencia, outra categoria: 50 anos +.
O Brasil já tem uma grande quantidade de fortes remadores, com destaque para minha referência no prone, o Maurico Abubakir.
Divisão por idade é o próximo passo da evolução no prone nacional.
A honra é minha e pode ter certeza que trabalhos como o Aloha Spirit Midia é de fundamental importância para a modalidade.