Stock Prone: a categoria do campeonato mundial de Paddleboard
Stock Prone, a prancha de paddleboard com 12 pés, é a medida oficial da ISA (International Surf ... leia mais
Terminou neste último fim de semana a 9º edição do campeonato mundial de SUP & Paddleboard, realizado na belíssima praia de Sunzal , em El Salvador. Esta foi minha quarta participação no evento da ISA, incluindo México/2015, Dinamarca/2017 e China/2018.
O Paddleboard tem três eventos no campeonato: a prova Long Distance (18K) a prova técnica (5K) e o revezamento (que inclui dois remadores de paddleboard e dois remadores de SUP). Confira as curiosidades da modalidade nas águas de El Salvador:
A prova de longa distância e a prova técnica são exatamente idênticas às do SUP. A diferença entre as modalidades é que o SUP tem uma prova a mais, chamada de Sprint com 200 metros de distância (não existe esta prova no paddleboard)
Existe diferença entre as provas do ISA. Nas provas de longa distância e prova técnica do SUP podem ter dois atletas por país. Na prova de Sprint e Junior-Pró SUP apenas um atleta. No caso do paddleboard, somente um atleta para cada prova.
Esta decisão foi tomada pela ISA, atendendo à campanha de igualdade de sexos. Antigamente eram dois atletas no masculino e uma atleta no feminino. A campanha de igualdade de sexo forçou a entidade a ter apenas um único atleta por país.
Importante ressaltar que muitas seleções, visando a pontuação geral do evento e analisando o time feminino, preferiam manter um atleta no paddleboard do que aumentar para duas vagas.
Ao todo eram três voltas de 6k, como contorno de 7 boias por volta. Devido a um erro cometido pelas líderes da prova, Judit Xifra (Espanha), Tiana Pugliese (E.U.A.) e Yurika Mitsui (Japão), que esqueceram de contornar a boia de número três e foram remando diretamente para boia número quatro, forçou com que as demais atletas as seguissem.
Ao final do evento mais de 50% das atletas foram desclassificadas. Na minha análise, a ISA não teve culpa, se o atleta não realiza o percurso completo, tem que ser desclassificado. Caso o evento fosse de natação, corrida ou triatlo, a decisão seria exatamente a mesma.
A Sinara Pazos, infelizmente, foi desclassificada por errar uma outra boia, a de número um da segunda volta. Melhor para a sul-africana Tyra Bumcobe, que levou a medalha de ouro.
Não há dúvidas de que a Austrália é o país mais forte do mundo no paddleboard. É só analisar a famosa travessia Molokai to Oahu, analisar as últimas oito edições do Mundial da ISA e analisar a quantidade de pranchas de paddleboard vendidas no país. Mas a França vem realizando um magnífico trabalho no paddleboard masculino.
Neste ano de 2019, Mederic Berthe, foi o grande vencedor do Catalina Classic na categoria stock. Para quem não sabe, é a prova mais tradicional do mundo com 64 anos de existência.
Já no mundial da ISA, o jovem Julen Marticorena, foi o vencedor da prova técnica. Podemos dizer, que o nível técnico da França no Paddeboard, está baixo apenas da Austrália e vem no mesmo patamar de Estados Unidos e Nova Zelândia.
Embora o norte-americano Hunter Pflueger tenha vencido com louvor a prova long distance, tornando-se bicampeão mundial pela ISA, quem atraiu a atenção do público foi o compatriota, Bart Shade.
Schade tem simplesmente 56 anos de idade. Demonstrando um show de remada e uma incrível habilidade nas ondas, conquistou a medalha de prata na prova técnica.
Com quatro participações em campeonatos mundiais, posso dizer que conheço os melhores remadores dos melhores países. O Brasil tem forte presença nos eventos da ISA, e embora nosso paddleboard seja modalidade pequena em nosso país, conseguimos passar a mensagem de que: “estamos crescendo”.
Na prova longa conquistei a 6º colocação (minha melhor participação em mundiais da ISA) e Rogério Melo, estreou em grande estilo, conquistando a 8º colocação na prova técnica.
Já a veterana Sinara Pazos, após ser desclassificada na prova de longa distância, deu a volta por cima e terminou a sexta posição na prova técnica.
Tive o prazer de conversar com o diretor técnico da ISA, Anthony Velas. Ele tem vasta bagagem no paddleboard e já concluiu inúmeras vezes as duas travessias mais famosas do mundo: Molokai to Oahu e o Catalina Classic.
Como diretor técnico, ele sentiu muito a falta dos integrantes da Austrália, mas sabe que o motivo da tímida participação do país, foi devido ao aviso tardio da própria ISA sobre o campeonato de El Salvador. O mesmo vale para a Nova Zelândia.
Anthony sabe que o SUP é uma modalidade que traz visibilidade superior ao paddleboard, mas tenta dividir igualmente a atenção do evento entre as os esportes de prancha.
O diretor aproveitou para explicar as dúvidas sobre o nome do evento. O nome completo da modalidade é prone paddleboard, nomenclatura que só passou a existir depois do nascimento do Stand up Paddeboard. No passado, exista somente a palavra paddleboard (não utilizava a palavra prone) e respeitando a tradição, Antony Vela reforça o nome do evento como ISA World SUP & Paddleboard World Championship.
Aloha
Patrick Winkler
Top Ten ISA Games (campeonato mundial de paddleboard), China 2018;
Top Ten ISA Games (campeonato mundial de paddleboard), Dinamarca 2017;
Molokai to Oahu, finisher 2017.