Entrevista | Nicole Wicks Saback, a voz dos water sports da Bahia

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Fundadora do site Supba.com.br e figura central na produção de conteúdo ligado aos water sports na Bahia e no nordeste, Nicole Wicks Saback bate um papo com nosso editor e conta um pouco de sua história.

A partir do site Supba.com.br, Nicole Wicks Saback ajudou a divulgar e a consolidar a cena dos water sports da Bahia e do nordeste. Foto: AP

Imagine como seria produzir um filme só com os atores? Sem equipe, produtores e distribuidores. Impossível, não é mesmo? Afinal, quem produziria as imagens, escreveria o roteiro, faria a direção, iluminação, maquiagem… entre tantas outras coisas que, somadas, dão o suporte necessário aos atores para brilharem na tela do cinema?
No universo dos esportes, o exemplo acima se encaixa perfeitamente. Afinal, como formar ídolos e consolidar toda uma cultura ligada a esse lifestyle sem o trabalho duro de gente apaixonada pelo que faz atuando na fabricação de equipamentos e roupas, dirigindo federações, treinando atletas, produzindo eventos e competições e, por fim, produzindo conteúdo para que toda essa cena aconteça e, seus personagens de maior de destaque, praticantes e atletas, ganhem visibilidade?
Pois é, “Quem não se comunica, se trumbica!”, dizia o saudoso Chacrinha, um dos maiores comunicadores que o Brasil já conheceu. E nessa seara, a comunicação, impossível não mencionar aqueles que produzem o conteúdo que chega até você promovendo nosso estilo de vida. Hoje, presto homenagem e um desses personagens: a baiana Nicole Wicks Saback.
Desde 2013 à frente do site supba.com.br , Nicole veio, ano após ano, ajudando a fomentar a cultura dos water sports na Bahia, usando seu site como ferramenta para divulgar atletas, eventos e a promoção do nosso estilo de vida. Não por acaso, a Bahia é hoje um dos estados brasileiros com o maior número de praticantes de stand up paddle, paddleboard e canoa polinésia.
Na entrevista a seguir ela conta um pouco de sua história:

Nicole em ação durante etapa do Baiano de SUP. Foto: Reprodução/ Supba

De onde veio a ideia de criar o site SUPBA?

O início não foi planejado, aconteceu naturalmente. Em 2013, quando comecei a praticar o esporte, logo me envolvi na realização de passeios e apoio à ABASUP na organização das primeiras edições do campeonato estadual (que na Bahia acontece desde 2011). Os eventos não tinham a estrutura que vemos hoje e alguns atletas recorriam a mim para solicitar informações como as datas dos eventos, resultados das provas e as fotografias, que sempre gostei de fazer. Assim, criei o site para ser um repositório de informações, mas ele acabou tomando uma dimensão grande em pouco tempo e foi uma surpresa boa! Depois de 1 ano senti a necessidade de investir em um site mais profissional.

Na rádio, com o Programa A Bordo.

Você já tinha alguma experiência com produção de conteúdo antes?

Trabalho na área de marketing há mais de 15 anos, então produzir conteúdo acaba sendo uma das minhas atribuições. Também escrevo para uma revista, de forma voluntária, há 6 anos.

E como tem sido sua atuação na rádio? Fale um pouco sobre a sua experiência com o programa “A Bordo”.

O Programa A Bordo é transmitido pela Rádio Metrópole, que é líder de audiência no estado. Em 2014 fui convidada para dar uma entrevista e a dinâmica com os outros apresentadores foi tão bacana que me convidaram para fazer parte da equipe. O programa trata de assuntos relacionados a esportes e meio ambiente, o que me deixa muito à vontade no estúdio. Até hoje fico impressionada com o alcance, gente que nem imagino acompanha. O maior desafio e também o mais interessante do programa é o fato de ser ao vivo, os ouvintes interagem e não há como seguir uma programação de forma muito rígida.

Como conciliar o trabalho com o site, família e treinos?

Trabalho em uma grande empresa, então as atividades em prol do esporte são normalmente feitas aos finais de semana e após o expediente… Para ter esta rotina, tem que gostar muito, senão jamais daria certo. Hoje não consigo fazer atualizações diárias no site. As atualizações mais corriqueiras estão sendo feitas exclusivamente nas redes sociais do Stand Up Paddle Bahia. No site, tenho privilegiado as matérias especiais, como as mais recentes Bahia Storm, que analisa a nova geração de jovens talentos do esporte ou ainda um especial sobre a temporada europeia de Bruno Pitanga. Não me cobro em relação à periodicidade, escrevo quando tenho inspiração.

Para dar conta dos treinos com a equipe de VA’A a qual faço parte, a Kirymurê Wahines, levanto pelo menos três vezes por semana às 03h40minh da manhã, é a forma de fazer o dia render! Tenho me dedicado menos aos treinos de SUP, mas sempre que estou na cidade não deixo de participar dos eventos promovidos pelos diversos clubes de Salvador. Recentemente fiz duas expedições com grupos de amigos e estou curtindo desbravar locais desconhecidos do Sertão e Recôncavo.

Facilita o fato de toda família praticar esportes. Meus pais, por exemplo, acabam de ser classificados para o Sul Americano de VA’A. No Aloha Spirit Cabo Frio, viajaremos todos juntos para competir pela oitava vez somente este ano.  A minha filha, de oito anos, já está disputando o baiano de SUP e o Aloha Spirit no SUP e VA’A.

Em nosso caso, o esporte aproxima, une ainda mais a família, é o nosso estilo de vida.

Nicole também tem atuado na locução de eventos de paddle sports e surfe realizados na Bahia. Foto: AP

Você também tem feito locuções em eventos aí na Bahia. Como tem sido a experiência? O Fernando Bonfá deve ficar preocupado?

(risos)

Comunicação é uma paixão. Amo fazer locução de eventos esportivos, porque é uma atividade divertida, adoro falar… vocês nem perceberam (brinca) conheço pessoas, histórias e vibro com os atletas. É uma energia massa! Comecei com o SUP e VA’A, agora já faço eventos de surfe, natação e corrida. 

Sobre o Bonfá… Ele é patrimônio da Canoagem Brasileira, merece ser tombado! (risos) Admiro e aprendo muito com ele. A nossa relação sempre será de parceria.

O SUP e VA’A são esportes que precisam de visibilidade e investimento. Entendo que a única maneira de atrairmos novos adeptos e recursos é com união: De profissionais, de canais de comunicação, de clubes. Todos “remando” juntos!

Hoje a cena do stand up paddle e do paddleboard baianos já estão consolidados. Agora o va’a tem crescido muito também por aí não é?

O crescimento do VA’A na Bahia é notório. Constatamos isto com o aumento da quantidade de clubes, canoas e o aquecimento do mercado de equipamentos e acessórios. O Va’a é ainda mais democrático que o SUP em relação à “idade X performance” e permite remadas mais longas com menos desgaste físico. Temos um estado muito rico em belezas naturais, o que é muito propício para os praticantes de VA’A fazerem passeios curtos ou expedições.

Remando forte com sua equipe de V6, a Kirymurê Wahines. Foto: Marcello Carvalho

Falando em va’a, O que podemos esperar do Desafio Yacht – Travessia Yacht Morro de São Paulo em 2019?

Podem esperar um evento com foco total no atleta, principalmente na segurança e bem-estar de cada participante. O Yacht Clube da Bahia leva um ano planejando e operacionalizando cada edição desta prova, com uma equipe multidisciplinar composta por profissionais que são referência em suas áreas de atuação. As inscrições se esgotaram em quatro dias e isto faltando seis meses para a prova! Foi uma surpresa até para os mais otimistas. Serão 250 atletas de mais de 10 estados brasileiros, além de uma Argentina. Isto mostra que o Desafio Yacht colocou a Bahia no cenário nacional da canoagem. Para nós, sócios do clube, o sentimento é de orgulho e de querer que todos curtam a prova e levem o axé de nosso estado Brasil afora!

Pra encerrar, qual notícia você mais gostaria de postar no SUPBA?

Brasil lidera o ranking dos países que mais investem em esportes náuticos!

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