
SUP e Wing Foil abrem a M2O 2024; brasileiro é um dos destaques
25ª edição do Molokai 2 Oahu (M2O) teve início no último domingo (21) no Havaí com as disputas de SUP e ... leia mais
Nascido da paixão pelo mar, pelos ventos e pela cultura oceânica, o Molokabra é hoje mais do que uma competição: é um movimento que conecta esporte, natureza, turismo e desenvolvimento econômico. De 22 a 31 de agosto, o Ceará será novamente palco do maior downwind da América Latina e receberá a 7ª edição, com mais de 400 atletas do Brasil, França, Portugal, Espanha, Inglaterra, Canadá, Estados Unidos, Argentina e outros países, para desafiar os ventos e as ondas em travessias oceânicas entre Fortaleza e Praia do Cumbuco, em Caucaia.
O Molokabra reúne uma grande gama de modalidades de remo e canoagem: Canoa Havaiana, Surfski, Stand Up Paddle (SUP), SUP Foil e Paddleboard, com categorias masculina, feminina e mista. O evento promete ser um marco para o turismo esportivo no Ceará, pois a expectativa é de impactar cerca de 5 mil pessoas direta e indiretamente durante os 10 dias de evento. A travessia oceânica conta com os apoios das Prefeituras Municipais de Caucaia e de Fortaleza, além do Governo do Estado do Ceará.
O nome Molokabra foi inspirado na lendária travessia Molokai2Oahu no Havaí, uma das competições mais desafiadoras do planeta, que cruza o canal entre as ilhas de Molokai e Oahu. Sob a coordenação geral da Associação de Stand Up Paddle do Ceará (ASUPCE), motivados pela comunidade náutica e impulsionados pela tradição dos fortes ventos do Ceará, que chamam atenção do Brasil e do mundo, os diretores da entidade idealizaram em 2019 uma versão brasileira da competição havaiana que carrega não só o espírito esportivo, mas também o respeito à cultura oceânica. “O ‘Molok’ vem de Molokai, e o ‘BRA’ é de Brasil. É um encontro de culturas, de povos, de amor pelo mar. O Molokabra é um evento feito genuinamente por cearenses e nasceu para ser um símbolo de superação, conexão com a natureza e desenvolvimento para toda a nossa região”, afirma Alexandre Nogueira, Presidente da ASUCPE e um dos organizadores do evento.
O impacto do evento Molokabra vai muito além do apelo esportivo. Segundo o último levantamento do Observatório do Turismo (2024), feito em parceria com a Secretaria Municipal de Turismo de Fortaleza (Setfor) e o Banco de Desenvolvimento da América Latina e Caribe (CAF), na edição passada, cada visitante gastou em média R$ 3.572,59, afora passagens e hospedagens, gerando um impacto econômico relevante no litoral cearense. Com os dados, foi possível confirmar que durante o evento a ocupação hoteleira atinge picos e o consumo local dispara.
Nas duas últimas edições, o evento reuniu mais de 1.000 atletas, vindos de mais de 10 diferentes países e de todas as regiões do Brasil. São mais de 5.000 pessoas impactadas direta e indiretamente, movimentando toda a cadeia econômica e turística local — de hotéis e pousadas a transportes, bares, restaurantes, comércio e entretenimento, além do fomento e impulsionamento ao desenvolvimento do esporte local, traduzido pelo grande número atual de bases de remo e canoagem espalhados no Ceará e um substancial aumento do número de praticantes.
Para Marilia Nobre, diretora Comercial da escola de remo Vibe Va’a Club, “o Molokabra posiciona Fortaleza no cenário nacional e internacional dos esportes de remo. Além de movimentar a rede hoteleira, restaurantes e o comércio local, o evento coloca nossa orla como palco de experiências esportivas únicas, valorizando nossa cultura marítima e estimulando o turismo fora da alta estação”.
A diretora comercial reforça que o evento chega para incrementar a economia local. “A procura por aulas aumenta, nossa visibilidade cresce. Além disso, temos a oportunidade de treinamentos e clínicas que são oferecidas durante o evento”, reforça Marilia.
Para Gabriela Tavares, gerente de marketing do Windtown, hotel que será sede da chegada das competições, na Praia do Cumbuco, o evento gera desenvolvimento, coloca o nome do Cumbuco na rota dos grandes eventos internacionais e fortalece toda a cadeia produtiva do turismo.
“O Cumbuco é conhecido mundialmente como a ‘meca do kitesurf’, e, com o Molokabra, abre agora as portas para outros esportes náuticos. Essa nova exposição potencializa o destino, que combina a praticidade de estar pertinho de Fortaleza com o charme de uma vila que preserva a vida simples, ao mesmo tempo em que oferece gastronomia, hotelaria e entretenimento de alta qualidade”, reforça Gabriela.
Em Fortaleza, o evento traz grandes movimentação para a região da beira-mar, ponto de largada das competições, trazendo um colorido especial ao mar da Cidade com os atletas cruzando as Praias do Mucuripe, Meireles, Praia de Iracema e Barra do Ceará.
Neste ano, na sua 7ª edição, o Molokabra dá mais um salto de representatividade ao ser oficialmente reconhecido como o I Campeonato Cearense de Downwind, com chancela da Associação de Stand Up Paddle do Ceará (ASUPCE) e da Federação de VA’A do Ceará (FEVA’ACE). Com isso, consolida-se como um importante instrumento de fomento à prática do downwind no próprio estado do Ceará. As modalidades em disputa incluem Canoa Havaiana, Surfski, SUP, SUP Foil e Paddleboard, nas categorias masculina e feminina com, com percursos de 12 km (estreante) e 30 km (open).
O Molokabra é também feito de histórias que emocionam. Todos os anos, atletas cruzam o Brasil e, no caso de alguns atletas internacionais, cruzam o oceano atlântico para superar desafios pessoais, físicos e emocionais por meio das competições esportivas nas travessias do Molokabra. Há quem tenha começado no esporte para se manter em forma, como terapia, quem encontrou no mar a força para superar traumas, e até famílias inteiras que viajam para viver essa experiência única de conexão com as praias do Ceará.
Serão mais de 10 modalidades esportivas nas categorias feminina e masculina, uma reunião dos melhores atletas do mundo. Cada atleta carrega uma história incrível. O Molokabra é uma verdadeira celebração da vida, da resiliência e do espírito esportivo.
As competições são bem desafiadoras, as mulheres estão cada vez mais em destaque no evento e mostram determinação para encarar essa travessia. A atleta Renata Pascoal é um exemplo. Praticante da modalidade de canoa havaiana, Renata conta que está cada vez mais empolgada para participar do evento.
“Vai ser a primeira vez que eu vou participar e eu estou bem ansiosa porque é um evento que requer, no mínimo, um bom condicionamento físico e mental, além de uma certa experiência em navegação em águas abertas. Além da preparação física, o que me motiva a encarar a grandiosidade desse evento é o amor que tenho pelo esporte. Eu amo todo esse universo esportivo aquático. Amo curtir toda a magia da raia mais linda do Brasil e pegar altas ondas nesse downwind que é praticamente no nosso quintal. Moro em Fortaleza e, diariamente, estou dentro do mar. Nele me sinto na minha segunda casa”, destaca Renata.
Desde pequeno o atleta Fabiano Amado tem uma ligação com o mar. Filho de pescador, Amado viveu alegrias e passou muitos momentos difíceis no mar, como um quase afogamento na Praia do Mucuripe. À época, após ser salvo pelo seu pai, Amado aprendeu a nadar e se dedicou às práticas esportivas náuticas. Na fase adulta, Amado se tornou instrutor de stand up paddle e canoagem. O esporte, além de ser seu ofício, se tornou uma questão de superação. O que poderia ter trauma levou Amado para uma conexão muito forte com o mar. Ele participa desde a primeira edição do Molokabra e se consagrou como campeão na modalidade SUP Race, que consiste em remar de pé, em cima de uma prancha.
“O oceano representa muito pra mim. Meu pai, que era pescador, me ensinou desde pequeno a respeitar o mar porque ele é imenso e, mesmo que tenha quase me afogado quando eu era pequeno, aprendi a respeitar e gostar do mar. Hoje, sou fascinado pelo mar e pelos esportes náuticos, que fazem parte do meu trabalho atualmente, e é uma grande diversão para mim. Fazer parte do Molokabra significa consagrar meu trabalho e também minha superação. É uma travessia muito desafiadora, mas no final é pura alegria”, afirma Amado.
Além das provas, a programação oferece também atividades culturais, ambientais e educativas, com palestras, oficinas e ações de conscientização sobre a preservação dos oceanos. A abertura oficial ocorre no dia 22 de agosto, em Fortaleza, e as provas se estendem até o dia 30, quando ocorre a grande cerimônia de premiação no Cumbuco. Há dias considerados “off” para proporcionar descanso aos atletas, integração entre os participantes e o fomento ao turismo local.
O Instituto de Meio Ambiente da Caucaia (IMAC) fará parte do evento com distribuição de mudas e realização de oficinas sobre a importância de preservar as tartarugas marinhas e seus ninhos. O evento conta com os apoios das Secretarias de Turismo de Fortaleza e Caucaia.
Instagram: @molokabra
Inscrições ASUPCE: @asupce
Data: 22 a 31 de agosto de 2025
Local de partida: Praia do Mucuripe, Fortaleza (CE), local a confirmar.
Local de chegada: Hotel Windtown, R. dos Jangadeiros, 51 – Praia do Cumbuco (Caucaia – CE)