Volta a ilha de Florianópolis de V3

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Volta a ilha de Florianópolis de V3
Remadores reunidos comemoram a conquista do desafio na base da Kanaloa Va’a em Cachoeira do Bom Jesus. Foto: Arquivo pessoal

Me chamo Marcelo Ferreira e moro em Florianópolis há 20 anos. Pratiquei esporte por toda vida e atualmente sou professor de Jiu-Jitsu e instrutor da Kanaloa Va’a na base da Cachoeira do Bom Jesus, localizada ao Norte da ilha.

Sempre cogitei fazer a volta a ilha de Florianópolis e quase fiz algumas vezes: correndo, nadando e de lancha. Mas nunca havia tentado fazer essa travessia remando.

Lembro que a primeira vez que me peguei vendo um mapa com meu avô, ainda bem garoto, perguntei a ele o que era “aquele pedaço de terra fora do mapa” e ele disse que era uma ilha.

Acho que depois de mil perguntas, perguntei o que as pessoas da ilha faziam e ele respondeu: “Elas dão a volta na ilha”. Nunca mais esqueci aquela frase e nem meu fascínio pelas ilhas. Tanto que hoje moro em uma!

No início do ano passado, eu me mais dois amigos, Hugo e Rodrigo, adquirimos uma V3 Mirage e ao botar os olhos nela, já sabia que ali estava a canoa que me faria dar a volta à ilha de Florianópolis.

Então, ao final de uma aula, perguntei à turma: “Vocês topam fazer a volta na Ilha remando?”

Saída de Cachoeira do Bom Jesus. Foto: Arquivo pessoal

Após três meses de muito planejamento, no dia 02/12/2021 estava tudo pronto: cronograma com trechos, horários, 15 remadores, distâncias, protocolo de segurança, salvatagem, plano de navegação e tudo o mais o que é necessário pra esse tipo de aventura.

A primeira data seria 10/12. Porém, de olho no clima para o lado leste da Ilha e a passagem de Naufragados, pontos mais críticos da travessia, essa data apresentava não apresentava janela segura, de acordo com os mapas de previsão. E para complicar, o mês inteiro de janeiro não estaria propício.

Até que uma janela se abriu nos dias 18, 19 e 20 de fevereiro, com condições muito boas, porém, o vento nos pegaria de frente quase chegando em casa. Seria um preço aceitável a se pagar pelo desafio!

Remando na altura da Tapera. Foto: Arquivo pessoal

A travessia foi feita em forma de revezamento ao longo desses três dias. Durante o planejamento, os remadores foram mudando de percurso conforme seus compromissos, alguns outros vieram fazer parte, mas todos sabiam que nenhum deles faria a volta na Ilha completa, só a Canoa (e eu, que quando não estava na V3, acompanhava por terra, para garantir o andamento do cronograma).

Saímos da base da cachoeira dia 18/02 às 8h (depois que dei aula) e terminamos dia 20/02 às 14h30. Percursos planejados conforme dificuldade e nível dos remadores, para que todos tivessem uma remada tranquila e uma boa experiência em águas que eles nunca tinham remado. A partir daí, forma muitas histórias pelo olhar de cada um e de cada particularidade do percurso.

Uma experiência inesquecível. Toda espera e meses de planejamento valeram a pena!

Remadores:

Lilian – Arthur – Eliezer – Fernanda – Frederico – Jaime – Juliana – karina – 2 Lucas – Luciano – Lucimara – Michele – Rodrigo – Rafael – Rafaela – Roseli.

Lemes:

Marcelo – Adiel – Renoir – Rafael – Hugo – Caio – Cristina.

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