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Nos últimos dois meses, três incidentes envolvendo canoas polinésias à deriva no mar aconteceram entre Niterói e Itaipu. Três. Mesmo com alertas da Marinha, com aplicativos indicando ressaca, com o vento uivando avisos no ouvido, houve clubes que optaram por se expor a essas condições.
O problema não é falta de informação. A previsão está ali, na palma da mão. É uma questão muito mais delicada, pois nos dá a impressão de que essas decisões são influenciadas pela vaidade. Aquele papo de “vamos assim mesmo”, “só até a boca da baía”, “a gente volta rápido”. Ninguém quer ser o chato que cancela o treino, o responsável que diz “hoje não dá”. É mais fácil fingir que tá tudo bem do que encarar a responsabilidade de proteger quem confia em você.
Mas não adianta fingir. Porque o mar cobra — e cobra com juros. Ele não perdoa imprudência e não respeita arrogância. O mar exige respeito. E quem não respeita, cedo ou tarde, aprende na marra.
“Este é também um alerta para os muitos clubes de va’a que realizam um trabalho sério, dedicando-se a proporcionar uma experiência segura e incrível aos seus alunos.”
Está mais do que na hora de parar de romantizar o “vai dar certo”. Porque nem sempre dá. E quando não dá, não tem replay, não tem segunda chance, não tem desculpa. Só o silêncio pesado de quem viu que errou. E aí fica a pergunta: valeu a pena desafiar o mar?
Enquanto houver clubes agindo com imprudência, que não priorizarem a preparação adequada e a segurança dos alunos, novos incidentes vão continuar surgindo. Não é azar. É negligência.
Este é também um alerta para os muitos clubes de va’a que realizam um trabalho sério, dedicando-se a proporcionar uma experiência segura e incrível aos seus alunos. A repetição de incidentes como estes pode, infelizmente, gerar consequências para todo o esporte, como a imposição de regulamentações excessivamente rígidas por órgãos externos. Medidas que, criadas sem o devido conhecimento sobre a prática da canoa, poderiam comprometer justamente a experiência segura e autêntica que esses clubes se esforçam para oferecer.
O mar segue gritando. Alguns escutam. Outros tapam os ouvidos e torcem pra dar tudo certo. Até o dia em que não dá.