Santos lança escola gratuita de canoa havaiana
A Secretaria de Esportes de Santos (Semes) abre, na próxima segunda-feira (24), a partir das 8 horas, as ... leia mais
Na semana passada, no Centro de Paranaguá (PR), uma tentativa de assalto terminou de forma inusitada. Michele Dove, remadora de canoa havaiana do clube Paraná Hoe, reagiu a uma tentativa de roubo com o próprio remo que carregava. O incidente ocorreu na orla da cidade, quando dois criminosos em uma motocicleta tentaram roubar seu celular.
Michele, que voltava do trabalho e seguia para o treino de va’a, surpreendeu os assaltantes ao utilizar o remo como arma de defesa. Ao ser abordada e ter o aparelho puxado, a remadora reagiu prontamente, golpeando a dupla, que fugiu sem levar nada. A ação foi captada por câmeras de segurança e divulgada nas redes sociais. Apesar da mobilização da Polícia Militar, os suspeitos ainda não foram localizados.
Mais do que um ato de autodefesa, a ação inusitada da remadora oferece reflexões sobre a simbologia do remo na história das culturas polinésias.
Embora a situação de Michele tenha sido um evento espontâneo, o uso do remo como instrumento de defesa encontra eco em uma antiga tradição havaiana. Conhecida como Ku’ialua ou simplesmente Lua, essa arte marcial ancestral integra o remo entre suas ferramentas de combate. A Ku’ialua foi desenvolvida por guerreiros havaianos como um sistema letal e versátil, combinando técnicas de imobilização, golpes em pontos vitais e o uso de armas tradicionais, como remos de canoa e clavas com dentes de tubarão.
Essa arte marcial não se limita à luta física, mas também incorpora aspectos espirituais e culturais, refletindo a conexão profunda entre os povos havaianos e o oceano. Durante o período de colonização, práticas como a Ku’ialua foram reprimidas, mas no século XX houve um movimento de resgate, permitindo que a tradição fosse preservada em comunidades restritas até os dias de hoje.
Para saber mais sobre a Ku’ialua, clique AQUI e confira nossa entrevista feita em 2021 com Michelle Manu, uma das mais respeitadas “Kumu Lua” (designação para os mestres e guardiões dessa restrita arte marcial ancestral havaiana) da atualidade.