Paddleboard na Molokabra: Rogerio Melo testa a raia da prova
Representante do Paddleboard na Molokabra, a maior prova de downwind do Brasil, Rogerio Melo experimenta ... leia mais
Quem acompanhou a cobertura do campeonato mundial de va’a distância pelo Aloha Spirit Mídia sabe que nem tudo foram flores na competição encerrada na última semana em Samoa.
Críticas em relação à qualidade das canoas oferecidas aos competidores e um protesto feito pela equipe feminina de juniores do Taiti durante a premiação serviram de gatilho para uma onda de reclamações e ataques à atual gestão da IVF quanto à capacidade de realizar um evento desse porte. A imprensa taitiana também foi bastante dura, questionando as intenções da federação internacional de va’a, hoje comandada por neozelandeses, nas sanções aplicadas contra os remadores de seu país, que acabaram por favorecer a vitória da Nova Zelândia no quadro geral de medalhas.
O Taiti participou do mundial de Samoa com uma delegação reduzida, composta, basicamente, por remadores juniores e masters dos clubes EDT Va’a e Air Tahiti Nui Va’a e sem a participação das grandes estrelas da va’a taitiana. Mesmo assim, participando apenas de 19 provas, conquistou 13 medalhas ficando com a segunda colocação no quadro geral de medalhas e poderia ter alcançado a primeira colocação caso não tivesse perdido duas medalhas de ouro para a Nova Zelândia em razão de punições aplicadas contra Nateahi Sommers, na V1, e à equipe feminina de juniores na V6. As punições revoltaram os taitianos.
Agora, sabe-se que as consequências foram mais graves do que se imagina e envolveram, inclusive, agressão física a um competidor da Nova Zelândia e seus familiares. Nos bastidores, comenta-se que parte da delegação taitiana articula um movimento para destituir a atual direção da IVF e propor eleições para a escolha de um novo conselho para dirigir a federação internacional de va’a.
A IVF que então se mantinha em silêncio em relação às acusações, resolveu se pronunciar por meio de nota oficial. No documento, a entidade realçou que na maioria dos dias, as provas foram realizadas em condições desafiadoras de mar, algo que teria levado a resistência das canoas oferecidas pela organização ao limite, informando que trabalhou em conjunto com a federação Samoana para ajustar o cronograma das corridas, garantindo canoas não danificadas para o restante da semana. No entanto, reconheceu que o grande número de canoas quebradas destacou a necessidade de políticas de inspeção mais rígidas (vale destacar que a equipe brasileira de Masters 50, que tinha grandes chances de medalha, precisou abandonar a prova após quebrar a ama da canoa).
Ao longo das 39 provas que ocorreram ao longo da semana, cinco protestos foram registrados, segundo pontua a IVF. Isso incluiu controvérsias relacionadas às supostas infrações que tiraram dois ouros dos taitianos. O Comitê Organizador, contudo, defendeu a consistência das regras, principalmente a regra 17 sobre o contorno de boias, que gerou polêmica. A IVF afirma que essa regra estava em vigor desde edições anteriores do campeonato e fora amplamente divulgada antes do evento.
O documento enviado pela IVF também revelou o incidente, até então desconhecido, envolvendo quatro remadores juniores do Taiti em um episódio de agressão a um competidor neozelandês e seus pais após a cerimônia de encerramento do mundial. Enquanto as vítimas optaram por não apresentar acusações formais, os agressores foram repreendidos pela polícia local. O Conselho da IVF reforçou sua postura contra qualquer forma de comportamento violento e prometeu medidas separadas para abordar o incidente com a Federação de Va’a do Taiti.
Além disso, a IVF anunciou planos para introduzir novas políticas de mídia social e medidas antibullying, anunciado que aplicará sanções a comentários e postagens em redes sociais considerados ofensivos à federação e seus integrantes.
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