Equipe Vênus Va’a | Entrevista com as campeãs brasileiras de V6 Open

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Nosso editor bate um papo com as meninas da Equipe Vênus Va’a, campeã brasileira de V6 Open, que contam um pouco de sua história e planos para as provas internacionais que estão por vir

Pá na água! “Nem sempre juntar os remadores mais fortes garante um rendimento melhor na OC6. Mas porque não tentar?”. Foto: Va’a Pro Brasil/ Reprodução

Com o objetivo de unir na mesma equipe as remadoras mais fortes do circuito brasileiro de va’a, a Equipe Vênus nasceu com a proposta de se tornar um “Dream Team” da canoagem polinésia nacional.
Este ano, as duas vitórias da Vênus no Va’a Pro Brasil mostraram que as meninas estão no caminho certo. Agora elas tem pela frente o Sul-Americano de Cabo Frio e o Mundial na Austrália.
Na entrevista a seguir elas falam sobre o recém-conquistado título brasileiro, as expectativas em competir nas provas internacionais que estão por vir, entre outros assuntos. Confira:

Contem um pouco da história da Equipe Vênus

Sabemos que remar em uma OC1 ou V1 é bem diferente de remar em uma OC6. A remada coletiva exige muito além de força e técnica, requer sincronia, conjunto, uma energia diferente. Por isso, nem sempre juntar os remadores mais fortes garante um rendimento melhor na OC6. Mas porque não tentar?

Foi assim que juntamos as remadoras mais fortes do circuito brasileiro e formamos a equipe Vênus. Foram escolhidas as campeãs brasileiras de OC1, OC2, V1, SUP e outras que também eram referência.

Desde 2016 a equipe está em constante evolução. Já passamos por algumas formações, estamos sempre convidando novos talentos do Va’a e testando novos formatos na procura do melhor resultado.

Um time de peso que está fazendo a diferença nas provas de va’a. Foto: Va’a Pro Brasil/ Reprodução

Como vocês fazem para treinar, sendo que nem todas moram na mesma cidade?

Talvez esse seja nosso maior obstáculo. Na formação da equipe já sabíamos que a distância seria um fator de dificuldade para a equipe e por isso nos comprometemos muito mais com os treinos individuais. Sabemos que não estamos treinando somente para nosso desempenho individual, temos um compromisso com mais seis pessoas e levamos isso muito à sério.

Além desse comprometimento extra, marcamos alguns treinos onde reunimos toda a equipe para as remadas de OC6. Geralmente esses treinos são realizados em SP pelo fato da maioria da equipe morar em SP.

O que representa para vocês esse título Brasileiro?

Representa que estávamos certas, que juntar as melhores e mais fortes remadoras (e não estamos falando só em força física) em uma equipe dá bons resultados. Lógico que não é tão simples assim, mas esse foi o fruto de uma construção que se iniciou em 2016 e tem muito potencial para permanecer dando certo.

O que vocês acharam da prova de Vitória (ES)?

Foi uma prova ótima. Tecnicamente o percurso ofereceu várias condições de navegação, desde água parada, abrigada, até mar aberto, ondulação, algumas vezes mar mexido, “back wash”, vento contra, vento a favor… Enfrentamos de tudo. Fizemos uma largada muito boa. Não nos distanciamos muito das demais equipes, mas conseguimos imprimir uma velocidade alta na canoa com uma remada sólida e tranquila. Seguimos a mesma estratégia de prova que usamos em Niterói e deu certo. Chegamos com uma diferença bem maior do segundo colocado do que na primeira etapa.

Ah, vale destacar a organização da prova que estava de parabéns. Foi um evento impecável e com remada no mar, que é o que a gente gosta.

Alto astral na comemoração do título brasileiro. Foto: AP

A competições de va’a normalmente apresentam grande quantidade de mulheres competindo, a que fator vocês atribuem isso?

Bem, podemos estar falando besteira, mas a proximidade que as meninas que praticam o Va’a têm com aqueles que são referência na modalidade pode ser um fator facilitador para atrair novos praticantes e fidelizar os que já iniciaram na modalidade. O esporte amador tem esse diferencial. Ele mostra para as pessoas que é possível chegar lá. Que com dedicação e esforço todo mundo é capaz de alcançar seus objetivos. E no Va’a, em especial, elas encontram mães, profissionais, pessoas comuns, que são campeãs brasileiras, sul americanas e até mundiais. Isso é motivador!

Qual a expectativa de vocês para o Sul-Americano?

A melhor possível. Vamos competir no Brasil o que facilita muita coisa e deixa as pessoas queridas mais próximas. Já competimos na raia da competição o que é um ponto à favor. E estamos embaladas com duas boas atuações. Vamos com tudo pra cima!

Na opinião de vocês tem alguma equipe favorita?

No Feminino as equipes Brasileiras são sempre destaque. Acreditamos que estas serão nossas principais concorrentes. Carregamos a responsabilidade de ser a 1ª equipe do Brasil por termos conquistado o Campeonato Brasileiro, mas a equipe Mana Brasil vem com um Bi Campeonato Sul Americano e estarão no quintal de casa. Não podemos esquecer das Rapa Nui que dão trabalho. Certo mesmo é que não dá pra contar com vitórias anteriores, então não tem favoritismo pra ninguém.

Em relação ao Mundial da Austrália, com estão os preparativos?

Os preparativos para o Mundial já começaram. São muitas coisas para organizar e tudo com prazo bem apertado. É uma viagem muito cara, então temos que viabilizar recurso. Temos que traçar as metas de treinamento e nosso calendário de viagens para treinos e competições. Pensar na logística de prova e antecipar tudo que for possível. Remar é a parte mais fácil! (risos)

EQUIPE VÊNUS

  • Dani Yahn – Ilhabela/SP
  • Gabi Latini – Niterói/ES
  • Giselle Mota – São Vicente/SP
  • Monica Pasco – São Vicente/SP
  • Raquel Daoud – São José dos Campos/SP
  • Thassia Marques – Vitória/ES
  • Vanessa Soares – Brasília/DF

Instagram @equipevenusvaa

Nota do Editor: As integrantes da Vênus optaram por unificar suas opiniões em uma só resposta, que resume a opinião do grupo, para cada pergunta desta entrevista.

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