A importância das marés e ventos no downwind
Paulo Vasco explica porque o conhecimento detalhado das marés e ventos são fundamentais para um downwind seguro
Para cada modelo de stand up paddle, uma quilha diferente. Exagero? Nem um pouco. E a coisa não para por aí. Dentro desse universo, existem variações de formatos e materiais seguindo as mais avançadas tecnologias de hidrodinâmica oferecendo diferentes opções de desempenho.
Estruturalmente, uma quilha se divide em base (comprimento da quilha onde ela está em contato com a prancha), altura ou profundidade (distância em que a quilha penetra dentro da água) e inclinação (ângulo medido entre a linha vertical que parte do centro da base, até o ponto mais alto da quilha).
Quando maior a base mais drive e arcos mais longos. A prancha fica mais estável porem menos solta. Quanto menor for a base a prancha ficará mais solta.
É a profundidade que a quilha fica dentro da água. Quanto mais profunda for a quilha mais fácil será controlar a direção da prancha, porém, o arrasto também será maior.
É o ângulo medido entre uma linha central do centro da base da quilha e o ponto mais alto. Quanto maior for o ângulo, mais fácil será manter a direção do SUP. E quanto menor for a inclinação, menos força será necessária para se inverter a direção da prancha.
A combinação desses fatores atenderá a um determinado propósito.
Quilhas são fundamentais para o controle e projeção, no entanto, também criam atrito com a água. Nesse sentido, quanto menos quilha, menos atrito. Mas, inversamente, quanto menos quilha, menos controle.
É importante, portanto, equalizar o tamanho, formato e o número de quilhas com a modalidade de SUP que se pretende praticar.
As configurações mais comuns nos SUP’s são as monoquilhas (uma), triquilhas (três) e quatriquilhas (quarto).
As monoquilhas oferecem menos resistência à água do que as combinações múltiplas e por isso permitem que a prancha ganhe mais projeção e deslize com mais velocidade. Porém, não são a combinação ideal se a prioridade for uma resposta rápida em relação ao controle da prancha.
Por esse motivo, quem prefere surfar acaba optando por combinações múltiplas, que respondem rápido aos comandos do surfista, facilitando a execução de manobras, ao passo que o aumento de resistência provocado por um número maior de quilhas é suavizado pela energia de deslocamento gerada pela onda, ao contrário das remadas, onde a força dos remos é a principal fonte de energia propulsora empregada.
Assim, pranchas de race e travessia, em sua esmagadora maioria, permitem a colocação de uma única quilha, enquanto as pranchas recreativas e para o surfe oferecem diferentes configurações de encaixe.
As configurações e os tipos vão se adequando à modalidade de SUP. Numa travessia, por exemplo, em que manter a prancha seguindo por quilômetros na mesma direção faz parte do negócio, uma nonoquilha grande, com uma base larga e muita inclinação certamente ajudará, e muito, o remador a manter o rumo desejado.
Da mesma forma, competidores de race precisam de uma quilha leve e grande, mas não tão grande quanto uma usada para uma travessia, afinal, na provas de race existem contornos de boias e por isso, o remador precisa combinar direção, velocidade e agilidade.
O surfe e a remada de performance exigem o uso de quilhas certas, feitas com os melhores materiais e designs existentes. Atletas profissionas usam quilhas diferentes de acordo com o treino ou competição em que irão atuar.
No entanto, a grande maioria dos praticantes de SUP o faz de maneira recreativa e, nesse caso, é um grande barato experimentar modelos e configurações diferentes sem grandes pretensões, a não ser a de se divertir muito!