Antonio de la Rosa repetirá a aventura de Shackleton na Antártica

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Em 2016, usando uma prancha inflável comum de stand up paddle, Antonio de la Rosa contornou o Círculo Polar Ártico. Foto: Luis Martinez

Após tornar-se, em 2019, a primeira pessoa a realizar uma travessia de stand up paddle pelo oceano pacífico, remando da Califórnia ao Havaí, Antonio de La Rosa anunciou qual será sua próxima expedição.

O aventureiro espanhol irá repetir a jornada épica de Ernest Shackleton para escapar do Continente Antártico.

Mais que isso, de La Rosa quer se tornar o primeiro homem a cruzar o sul da Patagônia a remo e sozinho até a Antártica.

Os detalhes finais de sua expedição estão sendo definidos, incluindo o exato ponto de partida, que será no extremo sul do continente americano.

Antonio de la Rosa Antártica
Em 2019, a bordo de uma prancha de SUP transoceânica, de la Rosa foi a primeira pessoa a remar da Califórnia ao Havaí usando esse tipo de equipamento. Foto: Reprodução

O aventureiro está considerando a possibilidade de fazê-lo desde Punta Arenas, na costa oriental do Estreito de Magalhães, que liga os oceanos Pacífico e Atlântico, ou desde o sul da Ilha de Navarino, no arquipélago da Terra do Fogo.

De um desses dois pontos, Antonio remará para a Ilha Livingstone, a bordo de seu stand up paddle transoceânico de 7 metros.

O SUP será o mesmo modelo utilizado na travessia ao Havaí de 76 dias, porém, adaptado com um banco móvel e remos de skiff.

926 km de remada para seguir os passos de Shackleton

Rota de Antonio de la Rosa pela Antártica
A rota de Antonio de la Rosa pela Antártica. Foto: Reprodução

O novo desafio de navegação entre o extremo sul da América e a Península Antártica é de cerca de 500 milhas náuticas, 926 quilômetros, em um dos mares mais agitados do planeta.

A navegação mais comprometida e perigosa ocorrerá no Passo de Drake, onde é normal encontrar ventos com força de furacão de mais de 60 nós e ondas de 10 a 12 metros de altura.

A exigente navegação, que durará de 15 a 20 dias, se concluída, fará de Antonio de la Rosa o primeiro aventureiro a cruzar o sul da Patagônia a remo e sozinho até a Antártica. Mais precisamente, à ilha Livingstone.

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Esta, contudo, será “apenas” a primeira parte da aventura. Nesse ponto, será colocada uma vela em sua prancha transoceânica e Antonio de la Rosa navegará rumo à Ilha Elefante, repetindo jornada épica e desesperada que Ernest Shackleton e alguns membros de sua tripulação fizeram no início do século XX para escapar da Antártica.

Deste ponto emblemático, o aventureiro, tal qual Shackleton, seguirá navegando até a Ilha da Geórgia do Sul, onde culminará sua aventura cruzando a ilha, com esquis e um pulka (um tipo de trenó para o gelo) em uma distância aproximada de 50 km.

Antonio de la Rosa Antártica
O Aventureiro testa os remos de Skiff, entre outas adaptações em seu SUP transoceânico para a aventura no polo sul do planeta. Foto: Reprodução

Tentarei concluir a rota de resgate marítimo mais épica da história. Depois de pisar na Antártica, colocarei uma pequena vela em minha prancha para navegar até a Ilha Elefante. Toda a tripulação do Endurance permaneceu neste local por mais de um ano, após o naufrágio de seu navio no bloco de gelo de Weddell.

Quero seguir a rota que o capitão Ernest Shackelton fez há mais de 100 anos, junto com outros quatro marinheiros com um pequeno barco das mesmas dimensões que o meu, para a ilha de South Georgia. Finalmente, a partir deste ponto quero atravessar a ilha de oeste para leste a pé – com esquis e pulka – exatamente como eles fizeram para chegar à antiga estação baleeira da ilha ”, explicou Antonio de la Rosa em entrevista a um canal de Tv espanhol.

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Acostumado a encarar desafios extremos, em 2016 ele foi a primeira pessoa a contornar o círculo ártico remando de stand up paddle usando uma prancha comum, sem nenhum tipo de adaptação, ao contrário do SUP transoceânico usado para chegar ao Havaí.

A ideia de remar pelos dois polos do planeta faz parte de um projeto batizado por ele de “Tri Winter Challenge”.

O aventureiro pretende iniciar sua jornada pelo polo sul no mês de novembro deste ano.

Enquanto isso, faz os ajustes finais em sua prancha transoceânica para a inclusão dos remos de skiff e da vela, além de um treinamento físico intenso, indispensável para quem pretende encarar tamanho desafio.

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