Treinar ou não em jejum?

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Jejum
Se você pretende iniciar uma nova rotina, lembre-se que toda adaptação leva tempo. Foto: Antoni Shkraba/ Pexels

Olá pessoal! Como vão? Se tem uma coisa que todo professor ou treinador já escutou é: Treinar em jejum ajuda a melhorar meus resultados? Vamos então esclarecer alguns pontos importantes deste assunto.

A primeira coisa que precisamos debater é: qual a necessidade do jejum? É para otimizar o emagrecimento? Muitos acreditam que o jejum pode ajudar no processo, mas não é tão simples quanto parece.

Treinar em jejum pode sim ajudar na queima de gordura. Isso porque existe uma economia da energia vinda dos carboidratos. Quando treinamos após passar por um longo período sem comer, os índices de reserva de glicogênio ficam mais baixos. Com isso, o organismo precisa necessariamente buscar outras fontes de energia, como a gordura, para manter o metabolismo ativo.

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No entanto, vale lembrar que apesar de ocorrer uma perda de peso, isso pode não ser saudável para seu corpo a longo prazo ou mesmo se você pretende melhorar sua performance esportiva. O corpo pode interpretar a restrição como um risco e começa a se defender aumentando os níveis de cortisol, um hormônio que degrada a estrutura muscular.

Além disso, quando o corpo começa a tirar energia da gordura e das proteínas pela falta de carboidratos, isso atrapalha diretamente no ganho de massa magra. Sem combustível, o corpo perde eficiência, o que pode inclusive ocasionar lesões, prejudicando diretamente a evolução e desempenho nos treinos.

Por isso, treinos de alta intensidade não são indicados para quem está de estômago vazio. Com o esgotamento do depósito de glicogênio do organismo, o corpo estará muito mais suscetível a uma possível fadiga.

Então, quais as vantagens do jejum? Para algumas pessoas, a ingestão de alimentos, especialmente nas primeiras horas do dia, pode ocasionar desconfortos gastrointestinais durante a atividade física, como gases, dor de barriga, estufamento abdominal. Nesse caso, treinar sem tomar café da manhã pode sim ser uma opção. 

Alguns maratonistas e jogadores de futebol africanos estão acostumados a praticar atividade física de jejum pois seguem uma tradição muçulmana. Hábitos culturais fazem parte da nossa rotina e interferem diretamente na nossa forma de agir. Portanto, se o organismo já está adaptado a trabalhar nessas condições, não existe contraindicação nem perdas.

Agora, se você pretende iniciar uma nova rotina, lembre-se que toda adaptação leva tempo. Neste caso, o ideal é reduzir gradativamente o consumo de alimentos até sentir que não precisa ingerir nada. Diminua também a intensidade e a duração da atividade física até que você se sinta confortável.

Se o jejum durar muito tempo e sem planejamento nutricional adequado, pode ocorrer o catabolismo proteico e resultando em perda de massa muscular. Portanto, nunca se esqueça de procurar orientação de um profissional, tanto de um educador físico, como de um nutricionista, garantindo sua segurança e integridade física sempre em primeiro lugar. 

De maneira geral, evite grandes refeições e alimentos ricos em fibras antes do treino. Lembre-se que durante o processo de digestão e absorção, grande parte do aporte sanguíneo vai para estômago e intestino. Quando nos exercitamos precisamos de sangue nos músculos, logo, procure se alimentar de 30 a 60 minutos antes evitando que o organismo sofra.

Espero que tenham gostado deste conteúdo e voltamos em breve com mais dicas para potencializar sua performance e condicionamento físico. 

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