CBD no esporte: Vencendo estigmas e melhorando o desempenho

Compartilhe
CBD canabidiol
Fora da lista mundial antidoping desde 2018, o uso de CBD é cada vez mais comum entre atletas de alto rendimento devido aos seus benefícios. Foto: Nataliya Vaitkevich / Pexles

O canabidiol (CBD) é uma substância química da planta Cannabis sativa, cada vez mais utilizada por atletas de alto rendimento. Diversos estudos científicos comprovam que, utilizado através de recomendação médica adequada, o CBD auxilia – de forma significativa – na recuperação muscular e combate a ansiedade, ajudando atletas a se manterem bem física e mentalmente.

Além disso, desde 2018 o canabidiol não está mais na lista de substâncias proibidas pela WADA (Agência Mundial Antidoping). As Olimpíadas e Paralimpíadas de Tóquio foram os primeiros eventos olímpicos a liberarem o uso do ativo.

Essa mudança ocorreu graças ao avanço das descobertas sobre os benefícios do CBD, especialmente para atletas de alto rendimento que convivem com dores e ansiedade. “O CBD pode ajudar os atletas durante a prática do esporte porque ele diminui a ansiedade, eventualmente tem um fator anti-inflamatório e antiálgico, ou seja, age contra as dores“, explica o Dr. Renato Anghinah, professor da Faculdade de Medicina da USP e CMO (Chief Medical Officer) da HempMeds, ao portal Terra.

De acordo com o médico, cada vez mais atletas estão passando a usar canabidiol, o que tem tornado essa prática recorrente na realidade e no dia a dia do esporte. Ele lembra que o corticoide era muito usado no mundo esportivo, mas passou a ser proibido pelas agências antidopagem. Hoje, o canabidiol ocupa essa função. “Eu sempre gosto de dizer que o canabidiol provavelmente vai ser o corticoide do século 21“, comenta Renato.

O uso do CBD por atletas auxilia, principalmente, por ser um anti-inflamatório natural. O composto ainda pode contribuir para melhorar a qualidade do sono, ajudando-os a descansar o suficiente para sua recuperação, facilitando o tratamento de lesões, com o alívio de dores, e na diminuição da ansiedade, que pode surgir antes de eventos esportivos. “Um grande estudo realizado com jogadores profissionais de Rugby na Inglaterra demonstrou que, entre os atletas que utilizavam canabidiol, 80% apresentaram melhora da dor, 78% do sono e 32% da ansiedade”, explica José Manzi, Diretor Médico da Simples Cannabis. 

Manzi explica que o tratamento com CDB caiu no gosto de atletas de diferentes modalidades, que vão desde futebol, artes marciais, esportes aquáticos, entre outros. Um exemplo é Allan Nascimento, mais conhecido como Puro Osso no UFC, que é paciente e praticante de diferentes modalidades de luta. 

Estigma e falta de informação 

Algumas pessoas podem considerar o tratamento com CDB como algo exótico, mas vale esclarecer que o tetrahidrocanabinol, principal componente psicoativo da Cannabis sativa (maconha) e também conhecido como THC, que é o verdadeiro responsável por alterações cognitivas, não está presente nos produtos com CBD. O THC, inclusive, é considerado ilegal em disputas esportivas.  

Dra. Patrícia Montagner, neurocirurgiã e fundadora da WeCann Academy (Centro de Estudos em Medicina Endocanabinoide), explica que o CBD isolado (isto é, separado do THC) não tem efeito psicotrópico e não causa dependência química. “Porém, o progresso dessa terapêutica esbarra no estigma e na falta de informação, o que resulta em prejuízos para quem sofre com as mais variadas doenças, muitas delas graves, refratárias e incapacitantes“.

Os especialistas, contudo, reforçam que é fundamental a consulta a um profissional da área médica antes de se iniciar qualquer tratamento à base de CBD. O consumo do ativo pode ser feito de diferentes maneiras: de forma oral, com balas ou tinturas com gotas por via sublingual; por meio de vaping e até por soluções tópicas para a pele, com cremes e pomadas.

 “Geralmente, as tinturas são uma forma adequada de se obter boa titulação de dose e absorção”, conta José Manzi, que reforça: “Caso o atleta tenha interesse em utilizar o canabidiol, é imprescindível que ele passe em consulta médica para avaliar indicações e contra indicações, pois, apenas com receita em mãos, será possível dar início ao procedimento”, conclui.

*Com informações de: Portal Terra, MSD e Simples Cannabis.

Não perca nada! Clique AQUI para receber notícias do universo dos esportes de água no seu WhatsApp

Compartilhe