Águas quentes vs. frias: Dificuldades e facilidades apresentadas pela temperatura

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Natação em águas abertas água fria
Samir no Canal da Mancha (temperatura da água – média de 16,5 graus). Foto: Canal 3

Seguimos falando sobre as principais adversidades da natação em águas abertas. Neste artigo, falaremos sobre um fator extremamente importante durante a prova: a temperatura da água. Ela influencia diretamente a temperatura corporal do atleta podendo gerar desconfortos musculares, câimbras, quadros de hipotermia ou hipertermia, desidratação, entre outros males que podem levar o atleta a abandonar a prova.

Vamos começar falando sobre nadar em águas frias. Cada prova possui sua orientação no que diz respeito a liberação ou não do uso do neoprene. Independente da disponibilidade do traje, deixo aqui recomendações importantes para esse tipo de condição. Primeiro, tenha uma preocupação extra com a proteção das extremidades, como mãos e pés. O desconforto pode interferir diretamente no seu rendimento. 

Veja também > Propriocepção na natação

Sugiro sempre fazer um nado mais progressivo, aumentando a intensidade aos poucos, pois você terá que manter seu corpo produzindo calor o tempo todo. Mesmo que você seja mais lento no começo da prova, lembre-se que a circulação sanguínea e a intensidade vai melhorando conforme o tempo vai passando, já que o corpo vai se aquecendo.

Na água fria, o corpo precisa gerar calor para manter a temperatura ideal (36,5 graus) e a estratégia utilizada pelo atleta em sua prova fará muita diferença. Normalmente quando entramos em água fria, a primeira coisa que fazemos é sair nadando como “loucos” para esquentar o mais rápido possível, mas isto pode ser um erro grave. Em provas longas, se você gera todo calor no início da prova, pode correr o risco de não conseguir aumentar o ritmo após o cansaço e isto poderá custar muito caro no decorrer e final de prova. Por isso, calcule muito bem o tempo de prova e quantidade de energia gasta nos momentos mais delicados.

Muito cuidado com sensações como calafrios, dores articulares, dores no rosto (inclusive dentes) e tontura. Em casos de hipotermia, o nadador pode apresentar sintomas como descoordenação motora, olhar “vazio”, palavras fora de contexto, entre outros. Portanto, antes que ocorra algo mais grave, PARE e PEÇA AJUDA. Nenhuma medalha ou pódio vale o risco de ter sua segurança e integridade física comprometidas.

Samir no Rio Negro – Amazonas (temperatura da água – média 28 graus). Foto: Rio Negro Challange

Agora falaremos sobre nadar em águas quentes. Provas no Nordeste muitas vezes são procuradas porque a temperatura mais elevada gera mais conforto para os nadadores. Mas, não se engane. Neste caso, a desidratação do atleta pode ocorrer rapidamente, afetando totalmente sua estratégia e condições físicas de nado. Lembre-se de manter uma boa hidratação, bebendo bastante água filtrada (não aquela que está no mar ou rio) e repondo líquidos e sais minerais perdidos.

Fique atento aos sintomas de hipertermia (elevação da temperatura corporal acima de 41 graus), como náuseas, dores de cabeça e aumento da frequência cardíaca. PARE IMEDIATAMENTE caso tenha esse tipo de mal-estar, pois esse quadro pode levar inclusive a perda da consciência e/ou patologias mais sérias.

Em provas com águas mais quentes, comece num ritmo mais confortável e procure manter a constância, poupando energia. Se você começa forte logo no início corre o risco de “fundir o motor”.

Bom, acho que encerramos por aqui. Em breve voltamos com mais conteúdos. 

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