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Na semana passada demos início a um projeto em parceria com Antonio Gonzaga, um dos sócios do clube Kanaloa Va’a de Florianópolis e desenvolvedor da ferramenta Va’a Connect, que assina uma coluna em “mini série”, com início, meio e fim, sobre gestão de clubes de canoa polinésia.
No primeiro capítulo, Antonio fez uma introdução sobre sua coluna, apresentando os primeiros conceitos de gestão que devem ser levados em conta na criação de uma base de va’a.
Hoje, o conceito de empresa aplicado ao clube.
Em 2018 começamos a reinventar a Kanaloa. Redesenhamos a marca, começamos um Instagram do zero (abandonamos o antigo), começamos a criar passeios para complementar a receita e atrair novos alunos e a realizar pequenos investimentos em marketing digital para promover as aulas e passeios. Em 3 meses fomos de 30 para 70 alunos.
Com o volume de alunos e os passeios aumentando, precisávamos profissionalizar a prestação dos serviços, melhorar processos, adotar tecnologias, contratar pessoas e, como tudo isso custa caro, precisávamos continuar crescendo para sermos economicamente viáveis.
Vimos as vantagens (apesar dos desafios), de operar em dois endereços, e como aumentavam as chances de estarmos em uma localização conveniente para mais pessoas, com o mesmo investimento em marketing.
Graças a essa percepção, tomamos a decisão de começar a expandir geograficamente, além de apenas crescer em número de alunos e de canoas. A estratégia de dividir para conquistar, de colocar canoas em diversos endereços, mais próximas das casas de mais pessoas, até agora se mostrou vencedora!
Hoje temos 450 alunos em 9 endereços, cinco próprios e quatro nos modelos de licenciamento e/ou participação, num caminho trilhado com muito esforço e estudo para entendermos como acomodar da melhor maneira possível os nossos interesses e o dos nossos parceiros e investidores.
Esses dias me perguntaram como a gente consegue abrir novos endereços e ter gente preparada para tocar as turmas sem correr o risco de criar concorrentes. Temos a nossa fórmula e dedicarei um capítulo exclusivo para explicá-la.
Na estrutura da matriz, sem contar os sócios e instrutores das bases licenciadas, somos eu, o meu sócio Alexey Bevilaqua, cinco lemes, a Giulia Verruck, nosso braço direito no escritório, cinco estagiários e uma consultora em gestão financeira.
Temos CNPJ, pagamos: impostos, escritório de contabilidade, advogados on demand, designer gráfico, aluguel, comissões, 3 softwares modelo saas e mantemos os nossos equipamentos (canoas, remos, coletes, etc.) padronizados e bem cuidados, com constante manutenção.
A Kanaloa hoje é uma empresa, pois reinventou-se comportando-se como uma empresa desde antes do seu renascimento, quando nos propusemos a começar o processo de transformação.
Aproximadamente 80% do nosso trabalho acontece fora d’água e quase todo ele é realizado pelo nosso time de colaboradores.
As coisas mais rotineiras, de atendimento e de secretaria, tais como: agendar aula experimental, matricular aluno, renovar contrato, alterar ou cancelar plano, reposições de aula, pagamento de mensalidades, publicar e vender passeios, tirar dúvidas, uso do aplicativo, período de licença, entre outras muitas coisas e tarefas cotidianas – andam sozinhas e são apenas supervisionadas por mim e pelo Alexey, sobrando muito tempo para que a gente foque em coisas mais importantes.
A nossa entrega para a Kanaloa enquanto sócios, está em contratar, treinar e delegar, em nos dedicarmos a pensar estrategicamente o negócio, a criar e aperfeiçoar processos, a estudar e adotar as melhores ferramentas tecnológicas, como por exemplo, já trocamos o software de automação e atendimento de whatsapp e já estudamos dezenas de opções.
Mesmo diferentes um do outro, eu e o Alexey temos linhas muito parecidas de navegação e, apesar dessa parte de gestão e de escritório ficar mais comigo, ele mais de uma vez trouxe para as nossas conversas, o que o apresentador do programa O Sócio do Canal History, repete frequentemente:
“A chave para o sucesso de qualquer negócio é sustentada por 3 pilares, por 3 ‘Ps’ fundamentais: Processos, Produtos e Pessoas.”
Ou seja, damos a mesma importância, pensamos alinhado e sempre buscando termos um negócio mais eficiente, mais fácil de administrar e criando oportunidades para as pessoas que desejam trabalhar com a gente.
Para mim, o maior desafio é delegar, pois requer um equilíbrio que exige muito esforço.
De um lado preciso aprender a largar o osso e sempre fico com medo de que a pessoa que assuma a tarefa não faça com o mesmo cuidado e qualidade. Tenho me surpreendido, a verdade é que a nova geração, especialmente com manuseio de softwares, aprende muito rápido e é autodidata. Recorrem muito menos a ajuda do suporte do que eu.
Do outro lado o perigo é o abandono. Isso mesmo, dar como certo de que a sua equipe está cuidando das tarefas delegadas e não acompanhar. Além do risco de coisas ficarem por fazer ou serem feitas com menos qualidade, o olhar do dono é imprescindível para processos e rotinas serem aperfeiçoados. Delegar é muito diferente de negligenciar.
Termos chegado ao presente nível de organização e gestão, ou seja, conseguir prestar um excelente serviço a nós mesmos – colocou-nos na fronteira de um novo e grande desafio:
Ajudar outros clubes a trilhar caminho similar, sejam quais forem seus objetivos: crescer, ter mais tempo livre, prestar melhor atendimento, expandir, aumentar o faturamento, enfim, uma série de assuntos que vamos discutir mais adiante.
Transformamos nosso escritório numa metodologia e a nossa metodologia em um serviço chamado Va’a Connect, onde colocamos nosso time, softwares, estratégias e processos, a serviço dos demais clubes, sem que para isso tenham que alterar nome, identidade ou perder autonomia.
A gente assume a gestão e grande parte da carga de trabalho e o mais legal é que conseguimos ligar todos os clubes numa grande rede, permitindo que alunos ativos em um, possam fazer check-in nos demais, desde que em cidades diferentes.
Profissionalização, e mudanças de mentalidade – sem dúvida são a chave para o crescimento seguro e sustentável do nosso esporte.
Quero me despedir deixando um agradecimento especial ao Igor Vianna, um dos sócios do Canoa Paidégua de Belém e Santarém, primeiro clube a confiar na gente.
Eles no Norte, a gente no Sul e em breve clubes de todas as regiões e cidades do Brasil.
Pá na água e foco na gestão!
Até a próxima semana!
Antonio Gonzaga – vaaconnect.com.br / kanaloavaa.com.br
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