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O paulistano Ricardo Padovan de 45 anos, se prepara para fazer uma travessia inédita de surfski: remar da Ilha de Fernando de Noronha até a Costa do Brasil. Para encarar o desafio, Ricardo, que é fisioterapeuta esportivo, divide a longa jornada de trabalho com muito estudo e treinos, inclusive madrugada adentro.
Apaixonado pelas longas distâncias, o remador tem em seu currículo travessias de surfski como a de Paraty a Santos, 300 km solo, sem qualquer apoio, em quatro dias e meio. Ele também remou 179 km em 24 horas e realizou inúmeras travessias de standup paddle em águas doce e salgada, sempre buscando um formato desafiador para suas aventuras.
“Sempre gostei de grandes desafios, e em março deste ano decidi realizar este antigo sonho que é remar de Noronha à Costa do Brasil. Os remadores e velejadores mais experientes no assunto afirmam que essa travessia é impossível de ser realizada, o que inspirou o tema da travessia: Em Busca do Impossível. Eu costumo dizer que se eu tiver 0,1% de chance de conseguir eu vou tentar“, revela.
O Local de saída será Fernando de Noronha, porém, a chegada é incerta, pois às correntes oceânicas e os fortes ventos alísios presentes no trajeto tornam extremamente difícil definir com antecedência um local exato de desembarque na costa do Brasil para uma embarcação tão pequena e leve como é o caso do surfski.
PREPARAÇÃO – Ricardo vem se preparando fisicamente desde março, dividindo seu treino entre musculação e seu kayak ergômetro, já que a embarcação que será usada na travessia só chegou em setembro. O surfski escolhido para essa travessia foi um Epic V7, ele é rotomoldado e foi escolhido para essa travessia por ter compartimento estanque. Embora não seja um barco de performance, Padovan acredita que o conforto e a estabilidade sejam muito mais importantes do que a velocidade nesse longo desafio, afirmando ainda que há possibilidade de reparo no casco caso sofra algum dano durante o trajeto.
O remador explica que, por se tratar de uma tentativa inédita, e de algo considerado impossível, a travessia será documentada por uma produtora, que, aliás já vem cobrindo toda a sua preparação. Durante seus dias em alto mar, haverá uma equipe a bordo de um veleiro captando imagens de cada detalhe desta aventura.
A ideia inicial é que Ricardo não utilize o veleiro como apoio, ele pretende remar de 18 a 20 horas por dia, e realizar seu descanso a bordo do surfski enquanto ainda houver claridade, já que durante a noite poderá perder muita temperatura se parar de remar, pois estará molhado.
Para sua segurança estará usando itens obrigatórios como: colete, leash do V7 e do remo, iluminação, kit de primeiros socorros; mesmo optando por navegar através da bussola, estará portando GPS. Ricardo conta que estudou navegação pelas estrelas e rotas aéreas, e também estará portando localizador, deflector de radar, telefone satelital, sinalizador náutico de pistola, além de todo seu vestuário e sua alimentação.
DESAFIOS – Ricardo acredita que suas maiores dificuldades serão os trechos de 12 horas de remada noturna, as altas temperaturas durante o dia e manter sua localização para não perder o rumo a todo instante. Descansar no surfski também não deverá ser fácil, mas a maior de todas as dificuldades será lidar com os fortes ventos de predominância sudeste, o que dificultará sua chegada ao litoral, além dos temidos “Pirajás” (viradas de tempos repentinas, comuns no alto mar da costa do Nordeste, com nuvens carregadas trazendo chuvas e ventos fortes e erráticos) forçando-o a ter a atenção redobrada até que esta condição extrema passe.
“Estou me preparando para o pior, em alguns momentos devo me distanciar do veleiro, preciso estar autossuficiente, poderá haver encontro com animais marinhos, posso ter falhas ou perdas de equipamento de navegação, mas quero estar preparado para qualquer tipo de problema, estou criando meios de captar água da chuva, desenvolvendo também um sistema fotovoltaico, quero energia sustentável para os equipamentos eletrônicos e estarei testando o uso de boias auxiliares para o momentos de descanso“, conta Padovan que faz a seguinte reflexão: “Na vida ou construímos nossa própria história, ou vamos passar a vida contando a história dos outros!”.
Ricardo pretende realizar a travessia no próximo mês, em novembro, a depender das condições climáticas e também da confirmação da data pelos dois capitães do veleiro que o acompanhará durante o desafio. O remador também criou uma “vaquinha virtual” para arrecadar fundos que o ajudarão nos custos envolvidos no projeto. Para mais informações acesse: vakinha.com.br/vaquinha/noronha-dream-v7-em-busca-do-impossivel. Siga o Instagram do projeto: @noronhadreamv7.
“Estou trabalhando duro para realizar este sonho e agradeço desde já a todos que estão junto comigo, equipe, apoiadores e patrocinadores!”, finaliza o bravo remador.