Treinamento enfeitado não é treinamento individualizado
Professor Paulo Vasco explica porque o treinamento individualizado não precisa ser enfeitado ou desenhado ... leia mais
Olá pessoal! No mês de março comemoramos o dia internacional da mulher, então vamos aproveitar a oportunidade para falar sobre as particularidades na preparação física do corpo feminino. Mulheres possuem uma estrutura óssea mais leve e níveis hormonais totalmente diferentes dos homens, o que impacta diretamente na prescrição do treinamento.
A primeira coisa que precisamos considerar no planejamento de treinos é em que fase do ciclo menstrual a atleta se encontra para elaborar uma série de exercícios onde ela possa aproveitar ao máximo as condições do seu organismo naquele período. Quando a mulher se encontra na fase pré-mestrual e menstrual, existe uma baixa concentração de estrogênio e progesterona no corpo. Isso significa que ela precisa de um tempo maior de recuperação muscular, portanto a intensidade do treino deve ser reduzida, assim como o volume de treinos.
A atenção, o foco e a concentração podem estar prejudicados, então não é uma fase ideal para buscar resultado nem superar limites. Dores nos seios, cólicas, retenção de líquidos e prisão de ventre também afetam a rotina, mas estimular a prática leve exercícios ou alongamento podem aliviar os sintomas.
Já quando a mulher está na fase pré-ovulatória, ou seja, na semana logo após a menstruação, podemos dizer que o corpo se encontra em um período de transição. O organismo começa a aumentar a concentração de estrogênio, mas ainda existe uma leve queda na capacidade de força e na coordenação motora. Com isso, o ideal é que os exercícios tenham uma intensidade leve à moderada e o volume de treino seja de baixo a médio.
O momento mais propício para aumentar o rendimento nos treinos é a fase ovulatória ou período fértil da mulher. A alta concentração de estrogênio e testosterona, bem como no número de neurotransmissores, melhoram o foco, atenção e concentração, trazendo mais disposição, ânimo e satisfação na hora da prática esportiva. Por isso, intensidade e volume podem ser elevados e essa é uma boa hora para inserir exercícios de potência, velocidade e flexibilidade.
Também é importante destacar alguns mitos que envolvem a preparação física feminina. Um dos principais erros é acreditar que fazer abdominal deixa a barriga chapada. Para tonificar o abdômen – e o corpo como um todo – é preciso não só exercícios localizados, mas uma prática regular de atividade física, de 3 a 5 vezes por semana, pelo menos. E nada disso funciona se não houver uma alimentação equilibrada, com menos gorduras e mais nutrientes. A chave do emagrecimento é o déficit calórico, que nada mais é do que gastar menos calorias do que se consome. E vale destacar que o abdominal é um exercício excelente para estabilização do tronco, prevenindo dores nas costas.
Muitas mulheres também ficam com receio de praticar musculação com medo de ficarem muito “musculosas”. A hipertrofia (aumento do tamanho e volume dos músculos) é apenas um dos objetivos dentro da musculação e não o resultado dela como um todo. A musculação é uma prática extremamente benéfica que, além de ajudar no fortalecimento e na definição dos músculos, previne a perda de massa óssea, reduzindo o risco de fraturas, e contribui para o ganho de força para que você possa fazer atividades do cotidiano como subir uma escada, levantar uma caixa. É preciso lembrar que o treinamento é montado sempre de acordo com as necessidades e, claro, o objetivo de cada pessoa.
Espero que esse texto tenha esclarecido algumas dúvidas bem corriqueiras, além de ter trazido elementos importantes para todas as mulheres que querem melhorar sua performance. Nos vemos em breve!