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Em 2024, o mar de Santos se tornou o palco de uma poderosa iniciativa de inclusão. O projeto Inclusão Caiçara, desenvolvido pelo Clube Canoa Caiçara, comemora seu primeiro aniversário consolidado como uma referência de acessibilidade e esperança, usando a canoagem polinésia como ferramenta para transformação social.
O projeto, que oferece a prática da canoa polinésia para pessoas com deficiência, começou com um encontro para 60 alunos. Hoje, o Inclusão Caiçara se transformou em uma comunidade que atende 200 pessoas cadastradas, com uma fila de espera de mais de 70 crianças. A cada domingo alternado, entre 105 e 130 participantes, incluindo familiares e responsáveis, se reúnem para uma vivência que vai muito além das remadas.
A iniciativa nasceu da dedicação de remadores que já atuavam como voluntários em um projeto similar. Em entrevista ao portal Juicy Santos, Taís Lamberti, uma das coordenadoras e mãe de dois filhos no espectro autista (TEA), foi uma das idealizadoras. “O grupo levou a ideia para um dos sócios do Canoa Caiçara. Eles abraçaram a causa, pois sempre tiveram vontade de fazer um projeto social”, relembra.
Desde o início, o foco foi criar um ambiente de acolhimento. “A âncora do projeto tem alguns pilares: respeito, acolhimento e empatia. O acolhimento começa já na chegada do aluno, estimulamos a comunicação, a interação social”, destaca Taís. Embora 95% do público seja de pessoas com TEA, o projeto também atende participantes com Síndrome de Down, microcefalia, paralisia e mielomeningocele.
O sucesso do Inclusão Caiçara se deve à sua robusta estrutura humana. Uma equipe de aproximadamente 65 voluntários, a maioria remadores do próprio clube, garante o funcionamento das atividades. “Atendemos crianças a partir dos 4 anos e sem limite de idade final”, explicou Sandra Regina Marques Arruda, responsável pelo voluntariado, ao Juicy Santos.
A equipe conta com profissionais especializados, como psicólogos, fonoaudiólogos, terapeutas ocupacionais e até uma pediatra que viaja de São Paulo para participar. A segurança é uma prioridade absoluta, com coletes para todos e remos adaptados.
Para os participantes, a experiência é transformadora. “Eles se sentem remadores, ficam com a autoestima lá em cima, e isso ajuda muito no desenvolvimento de cada um”, afirma Taís. O ambiente marinho oferece benefícios terapêuticos únicos, ajudando a diminuir o estresse e a trabalhar questões sensoriais.
O projeto também se tornou um ponto de encontro vital para as famílias. “Os familiares têm uma troca muito rica de informações, às vezes uma mãe se apoia na outra”, observa a coordenadora. Com o apoio da Fundação Settaport e da iniciativa privada, o Inclusão Caiçara promove confraternizações temáticas, fortalecendo o senso de pertencimento e comunidade.
Neste primeiro ano de história, o Inclusão Caiçara provou que cada remada é um ato de esperança. Mais do que um projeto esportivo, é uma lição de empatia que transforma não apenas quem está na canoa, mas toda a comunidade ao redor.