A remada do “Monstro do Lago Ness”
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Depois de dar um giro pelo mercado norte-americano, europeu, Oceania e Polinésia Francesa, a parte final desta sequência de textos é sobre o crescente numero de vendas de pranchas de prone paddleboard no Brasil.
Caso não tenha lido a parte 01 e 02 dessa série de artigos, eu sugiro a você dar uma conferida:
A modalidade apresentou um salto no número de eventos e no número de praticantes nos últimos cinco anos. Evidente que continua sendo um esporte muito menor que o SUP, mas com números inspiradores. Um grande exemplo é a maior prova de downwind no país, o MolokaBRA, com número de inscritos muito próximo entre as duas modalidades.
E quanto ao mercado nacional de pranchas? Vamos lá:
ABUBAKIR
A principal e mais tradicional marca de prancha de prone paddleboard no Brasil. Mauricio Abubakir é surfista de ondas grandes e um dos pioneiros do esporte em nosso país. Produz pranchas há duas décadas, sempre buscando melhorar o design, resistência e qualidade.
No Brasil, a cultura é de prancha customizada e não necessariamente modelos idênticos produzidos em quantidade. Por isso, a variação é grande e a Abubakir consegue atender a necessidade de qualquer remador. Mesmo assim, existe o modelo chamado Monster.
Abubakir Monster: tamanho 12 pés, modelo abaulada, rabeta pin e com variações de largura de prancha entre 19 e 20 polegadas no meio. Como Mauricio Abubakir é carinhosamente chamada de “Monstrão”, o nome Monster é muito bem-vindo.
Vale ressaltar que nas versões Unlimted (principalmente com tamanho 18 pés), Abubakir foi a primeira empresa a introduzir o leme nas pranchas nacionais. Maurício sempre apoiou diversos atletas, entre eles: Babi Brazil, Claudio Britto, Genauto França, Sirana Pazzos e Jader Andrade
O monstrão também produz pranchas de prone paddleboard no tamanho 10”6, pranchas de SUP, Longboard, Gun e por aí vai…
DEADLINE
Com a consolidação do mercado na Bahia, é natural que shapers de outras regiões, colocassem foco no Sul/Sudeste e um dos destaques é a empresa de São Vicente (litoral sul de São Paulo) batizada de Dead Line.
Sem dúvida, foi a marca de pranchas que mais cresceu em São Paulo nos últimos dois anos. A escolha do nome tem uma origem engraçada que vale a pena contar.
Silvio Santana, criador da Dead Line, é bem magrinho e quando ficava muitas horas no mar surfando, começava a ficar pálido, e os amigos diziam que ele ficava parecendo um “morto”. O apelido pegou e hoje em dia ninguém mais o chama de Silvio, apenas de “Morto” e é por este motivo que a empresa chamasse Dead Line (“Linha do Morto”, traduzindo do inglês).
Nos últimos anos, por meio de diversas reuniões com Rogério Melo (renomado water man e remador de Santos), a Dead Line desenvolveu várias pranchas, que evoluíram de maneira impressionante. Um dos modelos mais populares recebeu o nome de batismo DW19, confira:
Deadine DW19 – As iniciais são abreviações da palavra DownWind e 19 é referente à Covid-19 (período em que as pranchas estavam sendo desenvolvidas). O fundo é levemente abaulado, rabeta pin, 19,5 polegadas no meio das pranchas e com muita leveza no material.
Alguns dos melhores remadores da atualidade vêm utilizando a Dealine, como Catarina Winkler e Felipe Barone.
RATONES
Para quem é de Rio de Janeiro, uma opção com bastante estilo é a Ratones. O Shaper é especialista em SUP mas já produziu algumas pranchas de prone paddlebaord.
Criatividade, ousadia e leveza, fazem parte de toda a coleção produzida pelo Gustavo Ratones. Ressaltando que a marca patrocina os campeões nacionais de SUP: Lena Guimarães e Luiz Guida Animal. Ratones também é diretor técnico do Aloha Spirit Festival.
Assim como Abubakir e Deadline, as pranchas são customizadas de acordo com as características do remador.
SILVER SURF BOARDS
Muito conhecida por ser fornecedora de pranchas de Italo Ferreira, simplesmente campeão mundial e único campeão olímpico de surfe, a empresa também produz pranchas para outras modalidades, entre elas o prone paddleboard.
Na verdade, a Silver Surf foi uma das primeiras marcas do Brasil a produzir pranchas de prone paddleboard, em 2000, ainda que o foco principal da marca sejam as short boards.
Silver Surf Prone Paddle: a prancha fundo flat, com laterais parcialmente abaulado, rabeta Pin e com 20 polegadas no meio. Se o remador não desejar as medidas em questão, ele pode customizar a prancha.
Vale destacar também que o legend Rico de Souza é adepto de longa data do prone paddlebard, e produz pranchas de remada desde os anos 1970. Nos últimos anos ele voltou a remar com frequência e torcemos para que ele lance um model com sua assinatura junto ao catálogo de pranchas de SUP, short e long board de sua marca.
IMPORTADORAS
No momento nenhuma prancha “gringa” está disponível comercialmente no Brasil. A única maneira de ter prancha estrangeira é viajando para fora e trazendo como mala extra. Essa realidade, em partes, acontece pelos excessivos custos de impostos de importação e também por não existirem mais empresas distribuidoras dispostas a arriscar no mercado nacional.
Ao mesmo tempo, as marcas brasileiras têm oportunidades de atingirem toda a América do Sul, expandindo seus negócios, pois os países emergentes de nosso continente sofrem muito para conseguir acesso a pranchas de prone paddleboard.
MERCADO DE SEGUNDA MÃO
Como a quantidade de vendas de pranchas aumentou, é evidente que o mercado de pranchas usadas também progrediu. Em diversas contas de Whatsapp, Facebook, Instagram, Google é possível achar pranchas usadas e em bom estado. Assim, só não rema de paddlabord quem não quer.
Boas remadas
Aloha
Patrick Winkler