Atletas 50+ e a longevidade nos esportes do Aloha Spirit Festival

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Laragada da prova de SUP Race que reuniu mais de 400 atletas – Foto: Fabio Mota

A idade é um dos fatores cruciais que determina a mudança de categoria ou até mesmo a aposentadoria de um atleta, independentemente da modalidade. Ainda sim, mesmo na faixa dos 50+, alguns conseguem driblar os anos e se manter em alto rendimento nos treinos e competições.

Por ser um dos maiores eventos de esportes aquáticos do mundo, o Aloha Spirit recebe atletas de diversas idades. E ao longo da história, alguns remadores 50+ de modalidades como SUP, surfski e canoa havaiana, se destacaram e chegaram a bater atletas bem mais novos.

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Vale mencionar também o sucesso das equipes masculinas e femininas de OC6 50+. No último evento Aloha Spirit Ilhabela, o time Carioca Va’a Super Master subiu no lugar mais alto do pódio da categoria e fez um tempo superior ao da 5ª melhor equipe da masculino open.

Outra equipe que se destaca em alto rendimento é a Sampa Canoe Club, que completou a prova com menos de 1 minuto de diferença do time campeão. Para completar o show dos atletas veteranos, no feminino, as remadoras Mulheres no Mar 50+ fizeram um tempo melhor do que o time vice-campeão da máster 40.

Segundo uma pesquisa publicada pela Sociedade Brasileira de Medicina do Esporte, um dos pontos que contribui para uma maior participação de pessoas acima de 35 anos em atividade física de caráter competitivo ou não é justamente o aumento da expectativa de vida. O resultado nós vemos nesses atletas com mais longevidade e que continuam firme na busca por vitórias.

Conheça os remadores individuais 50+ que continuam fazendo história no Aloha Spirit Festival:

Ivan Mundim

Ivan na vitória do último campeonato brasileiro de sprint, que trouxe a vaga para o Mundial de Londres – Foto: @jcfotografiaesportiva

Exemplo de longevidade no esporte, Ivan Mundim cresceu se relacionando com as mais diversas atividades no mar. “Quando eu nasci, meus pais já moravam na Ilha de Paquetá, na Baía de Guanabara, então fui criado dentro d’água com natação, mergulho e barco à vela”, conta ele.

Aos 10 anos, Ivan se mudou para Copacabana e, três anos depois, descobriu a sua paixão pelo surf. A partir dali, o mar também virou o palco das suas aventuras com outros esportes, como esqui, kite surf, SUP Race, Sup Surf e canoa polinésia.

No entanto, apesar de ser muito determinado e dedicado, a alta performance só entrou na vida de Ivan depois dos 50 anos. Em 2015, o atleta entrou para a equipe de SUP do Esquilo em Copacabana e alcançou muitos títulos, inclusive brasileiros e provas longas e técnicas do Aloha Spirit, que, segundo ele, tem sabor especial.

“Faço questão de registrar: não tem coisa melhor pra quem gosta desses esportes, do que estar numa etapa do Aloha Spirit”, conta. “Não só pelas competições em si, mas principalmente pela energia maravilhosa do festival, as pessoas e as festas”, completa.

Em 2016, o waterman entrou também no universo da canoa polinésia e fez parte de uma grande equipe do Esquilo Sports que venceu muitas provas, inclusive na categoria 40+. Na V1, ele alcançou suas primeiras grandes conquistas em 2017, com um 3º lugar na 50+ no Brasileiro de Va’a em Bertioga e
no ano seguinte sagrou-se campeão sul-americano de V1 em Cabo Frio.

“Esses resultados acabaram me levando ao Campeonato Mundial de Sprint em 2018 no Tahiti, onde consegui chegar à final, ficando em 8º do mundo na 60+”, conta ele. Posteriormente, em 2019, Ivan foi novamente campeão estadual e brasileiro e afirma que deve muito ao seu grande mestre, o Chinês – vencedor da V1 Pró do último Aloha Spirit Ilhabela.

“Nesse ano de 2022 estou experimentando o trabalho mais sério da minha trajetória em nível de alta performance”, revela. “Estou assessorado pelo Tuca Santacreu (melhor sprinter mundial de Sup em 2018) e o sarrafo subiu”, comenta.

A maior dedicação tem dado resultado. Recentemente, ele conquistou o campeonato Estadual do Rio e o campeonato brasileiro de V1 e V6 (com a equipe da Base Huna). A vitória da equipe trouxe a credencial para representar o Brasil no Mundial de Londres em agosto.

“Pra finalizar deixo aqui uma mensagem que aprendi nessa caminhada: muitas vezes fui treinar sem muita vontade ou porque achava que estava num dia ruim. Mas percebi com o tempo que os dias bons ou ruins fazem parte do processo, e todos são fundamentais pra quem busca vitórias”.

Carmen Lucia

Carmen Lucia é um dos grandes exemplos de sucesso e longevidade no universo dos esportes aquáticos – Foto: Fábio Mota / Aloha Spirit

Aos 56 anos de idade, Carmen Lucia da Silva venceu não só a categoria master, como a pró individual de surfski no último Aloha Spirit Ilhabela.

Angrense de coração, ela tem mais de 27 anos de experiência em várias modalidades da canoagem, como canoa, rafting e surfski. Ao longo dos anos, a atleta coleciona diversas conquistas, com destaque para os seus 21 títulos de campeã brasileira de canoagem oceânica.

Carmen desempenha um papel de muita importância, principalmente no universo feminino dos esportes aquáticos. “Participei de uma das melhores equipes femininas da história de canoa havaiana – que foi a Matero”, conta ela sobre esse grande momento de carreira.

Para conseguir formar o time, diversas mulheres que participavam de corridas de aventura se uniram e formaram uma equipe extremamente forte. “Tava sempre lá no TOP-5 junto com os homens”, conta Carmen sobre a melhor equipe feminina de todos os tempos da canoa havaiana.

Com a extinção da equipe Matero, a atleta passou a se dedicar 100% ao surfski e as conquistas importantes continuaram. No ano passado, aos 55 anos de idade, ela levou também a medalha de ouro no campeonato mundial de canoagem oceânica e mostrou ser um grande exemplo de longevidade no esporte.

27 anos de canoagem é uma marca que agregou muitos valores não só como esportista, mas valores pessoais, que eu trago pra minha vida”, conta ela. “Eu vou fazer 57 anos esse mês e continuo em alto nível de performance e isso me traz uma satisfação muito grande”, completa.

No entanto, Carmen explica que a ‘essa altura do campeonato’ as vitórias tem um sabor diferente. “Conquistar primeiras colocações no Aloha Spirit e manter essa inspiração para os atletas mais novos é o que mais me motiva”, explica. “A minha missão é inspirar os mais novos e principalmente as mulheres”, conta.

Roberto Melchior

Roberto Melchior pratica corrida, triathlons, ironmans, além de SUP e canoa havaiana – Foto: Paula Iara Fotógrafa

Amante da vida outdoor, Roberto sempre foi atleta, mas sua história no alto rendimento começou em terra firme. “Era corredor de 100, 200 e 400 metros, mas quando a idade chegou, passei a competir em corridas de rua, corridas de aventura, Triathlons, Ironmans, ultramaratonas e viagens de bike”, conta ele.

Mesmo assim, a sua relação com o Stand Up e com a Canoa Havaiana vieram no mesmo período e ele também se encontrou nos esportes aquáticos. Atualmente, ele faz parte do grupo de São Vicente, Monstros do Pântano Vicentino, que conta com atletas de SUP e Canoa Havaiana. “Como grupo, patrocinados pela Vibe Ocean Team temos 3 participações nos 75 km da Volta à Ilha de Santo Amaro”, conta. “Estamos, aprendendo, evoluindo e tentando envergar o remo como se não houvesse amanhã e temos um 2° lugar na prova e dois terceiros”, finaliza.

Os treinos de Stand Up acontecem na Baía de São Vicente, às segundas, quartas e sextas e de canoa havaiana, aos sábados. “Sabemos de nossas limitações, mas alimentamos continuamente o desejo de aprender e evoluir”, relata ele sobre a experiência.

Quanto ao Aloha Spirit, Roberto conta que o festival é mais do que só uma competição. “Participar do Aloha Spirit não é apenas participar de um evento esportivo, mas, sim, um congraçamento, algo como uma volta ao lar, na qual você reencontra os amigos, alimenta a paixão pelas coisas do mar e enverga o remo como se não houvesse amanhã”, conta. “As vezes, o bom resultado vem, as vezes ficamos aquém do que esperávamos, mas qualquer que seja a situação, buscamos sempre nossa melhor versão e dialogamos com o que há de melhor em nós”, finaliza ele de forma inspiradora.

Carlos Rittscher

Carlos Rittscher no pódio do Aloha Spirit Festival – Foto: Arquivo Pessoal

Com o incrível tempo de 01:24:04.738, Carlos Rittscher foi o grande campeão da categoria master 50 de OC1 do Aloha Spirit Ilhabela 2022.

Uma série de conquistas importantes marcam a trajetória do experiente remador de 56 anos. Títulos como brasileiro, além de sul-americano e estaduais que, segundo Carlos, são provas tão especiais quanto o Aloha Spirit Festival.

Mas ele conta que uma delas, tem um lugar diferenciado no seu coração. “A prova que mais me deixa feliz foi o segundo lugar na categoria 50+ na mais famosa prova do mundo de OC1 a Molokai Hoe no Hawaii no ano de 2016”, conta. “Digo isso porque foram meses de preparação e foco em todos os sentidos”, completa ele.

Carlos participa das provas do Aloha Spirit Festival há um bom tempo e conta que o evento representa muito para ele. “Foi nosso início no Va’a e desde 2011 eu participo das provas, como também entre 2011 e 2015 toda a minha ohana [família] participava, minha esposa Andrea, e meus filhos Peter e Stephanie”, revela. “Esse evento para mim não eh somente uma prova, campeonato oficial ou não oficial, mas o que ele representa: a vibe ALOHA!”, completa.

Arlindo Florentino

Arlindo Florentino é um dos nomes que quase sempre marca presença nos pódios do Aloha Spirit Festival – Foto: Fabio Mota

Arlindo Florentino é remador de alma e participa de competições por todo o Brasil desde 2013. “Eu e minha mulher queríamos viajar pelo Brasil e encontramos um ótimo motivo, o SUP Race”, conta.

A sua história com a modalidade começou em 2010 quando ele começou a fazer aulas de Wind Surf na represa do Guarapiranga em São Paulo. “Nessa época conheci o SUP e gostei demais, acabei trocando meu equipamento de vela pela prancha de SUP”, relembra.

A primeira competição de Arlindo foi exatamente o Aloha Spirit Ilhabela, em 2013. Naquele ano, ele participou da categoria 3km para atletas 50+ e subiu no lugar mais alto do pódio. No entanto, segundo ele, um dos pontos mais interessantes das competições é a experiência de conhecer lugares novos e fazer amizades.

E dentro desse universo, o Aloha serviu de pontapé inicial para adentrar no mundo das competições. “De lá para cá, não parei mais, participei praticamente de todos os eventos da Aloha Spirit e peguei pódio em quase todos”, conta Arlindo.

Hoje, com 61 anos de idade, Arlindo segue firme e extremamente focado nos desafios de SUP Race. No entanto, mais uma vez, ele expandiu seus horizontes e passou a praticar também a remada de OC6 e OC1.

“Fui convidado por amigos da Vibe Ocean de São Vicente, para fazer a Volta a Ilha de Santo Amaro de canoa OC6, foquei meus treinos para a canoa OC6, mas continuo treinando o SUP”, revela. “Vou participar, também, da prova do Leme ao Pontal de canoa OC1, então nesse momento estou treinando bastante para a OC1”, finaliza.

Ainda sim, entre os esportes a remo, Arlindo não deixa de frisar que o seu coração é do SUP. “Mesmo participando de outros eventos como a canoa OC1 e a OC6, não deixarei de ser supista, é o que gosto e o que me dá mais prazer!”, conta.

André Paiva

André iniciou as competições em provas do Aloha Spirit – Foto: Rei de Búzios

A trajetória de competição na vida de André começou em 2012 no Aloha Spirit Ilhabela, uma das etapas do circuito brasileiro de SUP. Naquele ano, ele participou da Fun Race 10’6 em quatro etapas do circuito e venceu a última, em Copacabana. “Com a vitória, me consagrei campeão do circuito e me animei para competir mais”, conta.

No ano seguinte, André passou para a categoria Race profissional e disputou quase todas as etapas, incluindo várias etapas do Aloha Spirit em diversos lugares do Brasil. “Desde então, consegui alguns pódios na categoria Master e fiz muitos amigos”, celebra André.

No entanto, ele conta que os desafios não são fáceis. “As etapas do Aloha são de alto nível, algumas tem a presença até de atletas de outros países”, conta. Mesmo com as dificuldades, André quase conseguiu alcançar o seu objetivo de ser campeão brasileiro master, mas, duas vezes, perdeu na última etapa.

Atualmente, aos 50 anos, ele participa da categoria Super Master 50+ e segue nas disputadíssimas brigas pelo lugar mais alto do pódio. “Mesmo o nível continuando muito alto, eu nunca parei de treinar e não vou desistir”, completa.

Para alcançar seu sonho, André treina forte e de forma dinâmica. Nas segundas-feiras, ele rema 6km, nas quartas 10km e, aos sábados, ele se junta a uma equipe para os treinos de 0C6 em São Vicente, que envolvem uma remada de cerca de 15km. Além disso, a conexão do waterman com o mar não para por aí. André também pratica surf de SUP e dá um show de inspiração de versatilidade e longevidade no esporte.

Datas Aloha Spirit Tour 2022

O circuito 2022 começou em Ilhabela nos dias 11, 12 e 13 de março. A segunda etapa chega pela primeira vez em Angra dos Reis, nos dias 17, 18 e 19 de junho, depois segue para a terceira em Saquarema nos dias 19, 20 e 21 de agosto, e, por último, o circuito se encerra em Niterói nos dias 23, 24 e 25 de setembro.

As inscrições para a etapa Angra dos Reis já estão abertas. O Aloha Spirit Festival tem a produção da Ecooutdoor Sports Business. Para mais informações acesse alohaspirit.com.br.

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