A tradicional arte de construção de canoas polinésias
Em seis capítulos, série Waka resgata a tradicional construção de canoas através da troca de experiências ... leia mais
Em 1976, quando a canoa ancestral Hokule’a viajou do Havaí ao Taiti, sem instrumentos modernos, foi recebida por uma multidão de mais de 17.000 pessoas em Papeete.
Essa jornada reviveu a arte de polinésia de viajar pelo oceano, que estava perto de ser esquecida. No entanto, o sucesso da viagem da Hokule’a foi a retomada de um sentimento adormecido entre os povos da Polinésia, alimentando seu orgulho por sua cultura e suas tradições.
A partir de então, uma série de viagens foram feitas e novas canoas tradicionais de casco duplo, como a Hokule’a, foram construídas em diferentes ilhas do Triângulo Polinésio.
Mas não foram apenas os homens que fizeram parte desse renascimento. A navegadora havaiana Kala Tanaka foi um nome de destaque entre os importantes marinheiros que navegaram junto à Hokule’a.
O pai de Kala, Kalepa Baybayan, é um mestre navegador e foi um dos membros da tripulação original em Hokule’a de quem a filha tornou-se legítima herdeira.
“Quando comecei a velejar, não fui forçada a isso. Meu pai nos deixou fazer o que quiséssemos. Ele disse que se eu fosse viajar, teria que encontrar meu próprio caminho para a canoa. E é isso que eu fiz”, disse a navegadora polinésia em entrevista muito interessante concedida ao site gohawaii.com.
Especialista em navegação sem instrumentos tradicionais, exatamente como faziam os antigos polinésios, ela conta que navegar assim, atenta ás estrelas e aos elementos da natureza, é uma forma de se conectar com seus ancestrais:
“Quando estou navegando ou olhando para o céu, observando as estrelas, sinto que estou junto de meus ancestrais”, revela.
Para muitos, a personagem Moana foi inspirada, em parte, nas habilidades náuticas de Kala Tanaka. No entanto, ainda que a Disney nunca tenha feito qualquer menção há isso, há uma foto icônica de Tanaka usando as mãos para calcular a rota de sua canoa, que é reproduzida pela personagem na animação.
O gesto consiste em manter polegar posicionado ao longo do horizonte e os dedos na vertical para que o navegador alinhe sua rota com as estrelas.
O fato é que se Moana foi ou não inspirada em Kala torna-se secundário diante da importância de Kala, tanto para a tradicional cultura náutica dos polvos polinésios, quanto para todas as mulheres que decidem conduzir o próprio rumo de sua história.
Para ler a entrevista completa (em inglês) clique AQUI.