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20 dos mais conceituados remadores taitianos, entre eles, Kévin Ceran-Jerusalém, Hotuiterai Poroi e Steeve Teihotaata, anunciaram a intenção de boicotar a Super Aito deste ano alegando insatisfações com a organização da prova. Entre as questões levantadas, o ponto central é a diminuição da premiação em dinheiro oferecida aos remadores mais bem classificados:
“É a gota d’água”, explicou Teihotaata ao canal TNTV. Para o remador, há uma insatisfação geral com as mudanças na organização da prova: “Há muito tempo temos problemas com a organização. Este ano foram anunciadas várias alterações (…) supostamente para colocar a prova em uma escala internacional, mas sentíamos que a estrutura do evento piorou, nem mesmo as informações sobre percurso são claras. Da minha parte, isso é o suficiente”, desabafou.
Surpreendidos com a inscrição gratuita no evento, os competidores pensaram que os organizadores tinham encontrado um grande patrocinador ou outro ganho financeiro para manter o sistema de premiação em dinheiro e fazer as pessoas esquecerem os problemas apresentados na Super Aito 2022. As mudanças de última hora no percurso da prova causaram alvoroço nas redes sociais, os remadores contestaram os resultados e René Avaepii rasgou seu cheque de 80.000 XPF no pódio. Uma forma de protestar, já, contra uma quantia que considerou ‘ridícula’ depois de ter treinado durante meses.
Steve Teihotaata denuncia que a premiação monetária foi dividida “por cinco”, apesar de várias reuniões entre remadores e organizadores, onde foram acordados valores diferentes: “Entramos em acordo, mas depois eles reconsideram a sua decisão. E já dura três anos, ou até mais (…) É bom pensar grande, mas não podemos esquecer da base, dos remadores”.
“Não é que pensemos apenas em dinheiro. Mas a questão é que eles (organizadores) prometem coisas e depois, tardiamente, anunciam mudanças, para garantir nossa participação (…) Sempre estivemos abertos à discussão, mas temos a impressão de que nunca somos ouvidos ”, concluiu Teihotaata.
A Super Aito tem esse nome pois funciona como uma peneira da Te Aito, a maior prova de V1 do mundo. Este ano, anunciando supostas melhoras de estrutura e premiação, os organizadores mudaram o formato da prova, transformando-a em um evento com várias etapas e tornando o sistema de classificação mais inclusivo, onde os 100 melhores colocados no ranking geral da Te Aito e convidados da organização, receberam um convite para participar de uma “super versão” da prova.
As esperanças de melhoria, no entanto, se transformaram em crise. Os remadores pediram ajuda à Federação Taitiana de va’a, que, no entanto, não pode intervir, por ser a Super Aito uma prova organizada por uma empresa privada. “Devemos conversar com os líderes do comitê organizador do Te Aito e do Super Aito, mas a decisão cabe a eles, a Federeação não quer entrar em polêmica”, afirmou o vice-presidente da Federação Taitiana de Va’a.
Segundo a TNTV, o organizador do evento, Reynald Temarii, responderá aos questionamentos no início da próxima semana.