Remando e correndo pelo Desafio Projeto Levi Social
Marcelo Santisteban (remando de SUP) e Rodrigo Aldeia (correndo) pretendem completar os 150 km do entorno ... leia mais
Na esteira do impressionante crescimento que a canoagem polinésia vem alcançando nos últimos anos no Brasil, novos clubes de va’a têm brotado em diversas regiões do país.
Esta é, evidentemente, uma boa notícia para quem quer ver a canoagem polinésia forte e popular em nossas terras. No entanto, essa popularização trás também alguns questionamentos, afinal, a maior preocupação é a de que conceitos filosóficos e culturais que estão intrinsicamente ligados ao va’a sejam colocados em segundo plano.
Mas no que depender de clubes como o Pa’ahana Paddle Club, de Porto Belo (SC), a tradição e a cultura da canoagem polinésia serão igualmente enaltecidos como seus aspectos esportivos e competitivos.
No último sábado (27) o clube realizou o minicurso “Canoa Polinésia – História, Cultura e esporte”, evento comandado pela remadora Luiza Perin, do clube Itaipu Surf Hoe, de Niterói (RJ), que ao longo do dia apresentou aos participantes conceitos e temas culturais e esportivos ligados à evolução histórica do va’a, desde o desbravamento do Pacífico pelas populações que povoaram as ilhas que compreendem a região conhecida como Triângulo Polinésio, aos tempos atuais.
Para o organizador do evento, Luciano Fachini, capitão do Pa’ahana Paddle Club, cursos com esse são fundamentais para manter preservada a cultura do va’a:
“Estamos um pouco isolados aqui em Santa Catarina e não temos muitas referências de outros locais, então, esses intercâmbios com remadores de outras regiões são muito importantes. O esporte está crescendo muito rápido, mas a sua história e a cultura também precisam ser difundidos. Hoje não existe muita literatura em português e, por isso, esse papel que vem sendo desempenhado pela Luiza é muito importante. Vejo hoje muita gente preocupada em sentar na canoa e buscar técnica, mas acabam não se preocupando com a base, a cultura e a história da canoa. Ter alguém disposto a compartilhar esse conhecimento com a galera é muito importante”, conta Fachini.
O minicurso contou com a participação de remadores de várias cidades de Santa Catarina e também de outros estados, como São Paulo e Paraná, que tiveram a oportunidade de conhecer mais a fundo a essência do esporte que praticam.
Luiza Perin conta que sempre teve muita curiosidade em estudar a história da canoagem polinésia e que também teve a sorte de iniciar o va’a com um instrutor apaixonado por sua cultura:
“Desde quando eu comecei a remar eu sempre gostei de ler sobre o tema. Eu tive a sorte de começar o esporte com um instrutor que é apaixonado pela sua cultura, o Marcelo Depardo. Isso foi em 2005, em Niterói, e aí ele me deixou apaixonada pelas raízes da canoagem polinésia. E com isso eu sempre procurei pesquisar muito sobre esse esporte, sobre a polinésia e então chegou um momento em que eu percebi que estava com esse conhecimento guardado e isso ficava fervilhando dentro da minha cabeça e então eu comecei a compartilhar dessa maneira. Não me julgo nenhuma expert, mas busco compartilhar meu conhecimento, que é justamente o que a canoa ensina pra gente. Dividir, compartilhar… Então foi dessa maneira que surgiu a ideia dos cursos”, revela Luiza.
Ao final da palestra, todos se dirigiram para a praia central de Porto Belo, onde estão as canoas da Pa’ahana, onde todos fizeram um circulo para ouvir uma canção polinésia entoada por Luiza em agradecimento. Em seguida, encerrando o curso da melhor maneira possível, os participantes compartilharam sessões de remada na V3 Ka Ora com em um belíssimo fim de tarde catarinense.
Para saber mais sobre os cursos de Luiza Perin pelo insta @voudecanoa ou pelo whatsapp (21)99167-2744.
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