Sunset Beach Pro | Balanço das finais do Mundial de SUP

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Sunset Beach Pro chega ao fim com vitória de Poenaiki Raioha e forte atuação dos brasileiros. Veja um balanço do último dia do Mundial de SUP Wave

Após dias de espera em meio a fortes ventos e muita chuva, a APP finalmente conseguiu concluir o Sunset Beach Pro, válido como primeira etapa do Mundial e SUP Wave.

O mar apresentou boas ondas com séries chegando aos seis pés que proporcionaram a pista ideal para os melhores SUP surfistas do mundo mostrarem todo o seu potencial.

O dia começou com a realização do Round 4 do Profissional Masculino e presença maciça de brasileiros na água: Leco Salazar, Luiz Diniz, Matheus Salazar, Leo Gimenes, Bezinho Otero, Caio Vaz e Wellington Reis, demonstrando claramente a força do Brasil no surfe com remos.

Tivemos duas baixas nessa rodada: Matheus Salazar, Leo Gimenes e Bezinho Otero, mas, ainda assim, o Brasil seguiu como a nação com o maior número de atletas na competição.

Nas quartas de final, 100% de aproveitamento, e Leco Salazar, Luiz Diniz, Caio Vaz e Wellington Reis avançaram todos para a semifinal enquanto muitos já se perguntavam se teríamos uma final 100% brasileira em pleno Havaí.

Leco Salazar parou na semifinal em uma bateria disputadíssima. Foto: APP World Tour/ reprodução

No entanto, graças ao sistema de chaveamento de baterias essa hipótese foi descartada, uma vez que em uma das duas baterias das semis, disputadas entre quatro atletas, três eram brasileiros: Leco Salazar, Luiz Diniz e Wellington Reis caíram na mesma bateria, mais o taitiano Poenaiki Raioha, que seguia como um dos destaques da competição.

Foi uma disputa acirrada, com os quatro surfando muito bem, mas que nos minutos finais ficou mais acirrada entre Poenaiki, Wellington e Leco Salazar, alternando posições em vários momentos da disputa, até que o taitiano conseguiu se fixar na liderança enquanto Leo e Wellington brigaram pela segunda colocação até o último minuto da disputa, quando Leco quase vira o placar. Ao fim da disputa, porém, avançaram para a finalíssima Welligton e Poenaiki.

Na outra semi, Caio Vaz abriu bem a disputa e surfou com muita segurança, porém, o havaiano Bernd Roediger assumiu a liderança após surfar uma boa sequência de ondas e assim se manteve até o fim da disputa. Caio garantiu a outra vaga para a grande final enquanto Zane Schweitzer (HAV) e Justin Holland deram adeus à competição.

FINAL MASTER

Derek Hama, campeão da categoria Master. Foto: APP World Tour / Reprodução

Antes da final da Profissional Masculino entrar na água, a APP colocou na água a inédita final da categoria Master, que esse ano faz sua estreia no Tour Mundial.

Na disputa caseira, entre quatro havaianos, Derek Hama, entrou forte na água e não deu chances para seus adversários conquistando a primeira colocação à frente de Pete Lakos em 2º, Jimmy Kress em 3º e Jonny Kahakaloha fechando o pódio em 4º.

Os Masters deram um show e é revelador notar como o surfe está enraizado na cultura havaiana, tanto entre os veteranos, como nas novas gerações, como no caso de Bobo Gallgher, de 9 anos que deu um show durante as disputas da Junior Sub-16 realizadas no domingo.

FINALISTAS CATEGORIA MASTER

1 – Derek Hama (HAV)

2 – Pete Lakos (HAV)

3 – Jimmy Kress (HAV)

4 – Jonny Kahakaloha (HAV)

FINAL PROFISSIONAL MASCULINO

Poenaiki arrebentou ao longo de todo o evento. Foto: APP World Tour / reprodução

Concluída a final Master, foi a vez da Profissional Masculino entrar na água. Presença forte ao longo de todo o evento, os brasileiros também foram maioria na final. Caio Vaz e Wellington Reis, enfrentaram Bernd Roediger (HAV) e Poenaiki Raioha (TAI).

O taitiano, porém, foi quem mostrou mais sintonia com as ondas de Sunset. Raioha abriu a final com uma onda com uma onda fraca, 1.27 que foi logo respondida pelo havaiano Bernd Roediger, que conseguiu um 5.17 após executar uma potente rasgada em uma onda de série.

Caio Vaz tentou reagir, mas, em uma onda fraca, o brasileiro pontuou apenas 0.57, enquanto Wellington Reis, também sem sorte na escolha da onda, abriu sua pontuação com 0.30.

Caio Vaz mostrou atitude e arriscou bastante, mas acabou errando a finalização de manobras cruciais na briga pelo título da etapa. Foto: APP World Tour / Reprodução

Então, passados alguns minutos, Raioha surfando com bastante pressão uma onda de série, onde executou duas poderosas batidas, conseguiu um 9.77, assumindo uma posição confortável na liderança com somando 11,04.

A partir de então, o taitiano mostrou muita sintonia com o mar, escolhendo as ondas certas e, assim, abrindo cada vez mais vantagem sobre seus adversários.

Wellington Reis, com seu backside afiado, mostrou reação, fazendo um 5.77, enquanto Caio Vaz, arriscando muito e mostrando o “go for it” de sempre, bateu de frente com junções pesadas, mas sem conseguir concluir as manobras, não obteve o score necessário (e a história da final poderia ter sido outra se o carioca completasse uma dessas pauladas “na orelha”).

Wellington Reis definitivamente se posiciona entre os melhores do mundo. Foto: APP World Tour / Reprodção

Quando faltavam menos de dez minutos para o término da final, Poenaiki simplesmente colocou todos os seus adversários em combinação e a partir de então, somente administrou suas notas até soar a buzina e a sua consagração como campeão do Sunset Beach pro 2019.

Bernd Roediger ficou com a segunda colocação, Wellington Reis, fazendo sua estreia no Havaí, ficou em terceiro, e Caio Vaz, em quarto.

FINALISTAS PROFISSIONAL MASCULINO

1 – Poenaiki Raioha (TAI)

2 – Bernd Roediger (HAV)

3 – Wellington Reis (BRA)

4 – Caio Vaz (BRA)

BRAZILIAN SUP STORM

Dois brasileiros entre os finalistas da Profissional. Nós também somos o país do SUP. Foto: Alex Durand

O resultado, apesar de ir contra as expectativas da torcida brasileira, não deixou de ser positivo.

Wellington Reis definitivamente se estabeleceu entre os melhores do mundo com o resultado em Sunset. Após sua impactante estreia nas merrecas de Nova Iorque e sua sólida campanha em Las Palmas, o brasileiro eliminou qualquer tipo de especulação sobre uma provável “sorte de principiante” com sua performance em Sunset. Wellington mostrou aqui que é um SUP surfista completo, que anda bem nas mais diversas condições de mar.

Já Caio Vaz mostrou que está de volta ao jogo surfando com a mesma técnica e coragem de sempre, que lhe garantiram dois títulos mundiais. Apesar da pouca idade, Caio e o também campeão mundial Leco Salazar são os líderes de uma nova geração de competidores brasileiros que está tomando de assalto o Tour Mundial.

FINAL JUNIOR SUB-18

Pódio da Junior Sub-18 com direito a terceira colocação de Leo Gimenes (primeiro da esq. para a dir.). Foto: Alex Durand

Para encerrar o Sunset Beach pro, os organizadores colocaram na água a disputa da Junior Sub-18, realizada em duas semifinais e uma final de quatro competidores e que contou com a presença de dois brasileiros: Dani Ferlin e Leo Gimenes.

A disputa também apontou para o surgimento do Japão como nação emergente no SUP Wave mundial.

O campeão, Rui Horikoshi, fez surfou como gente grande ao longo do Mai Event, assim como seu compatriota, So Nomura.

Na Sub-18 eles também arrebentaram e Rui conquistou merecidamente a primeira colocação à frente de Maximilian Torres, de Porto Rico, em 2º, seguido pelo brasileiro Leo Gimenes, em 3º e So Nomura, do Japão, completando o pódio na quara colocação.

FINALISTAS JUNIOR SUB-18

1- Rui Horikoshi

2 – Maximilian Torres

3 – Leo Gimenes (BRA)

4 – So Nomura

PRÓXIMAS PARADAS

Durante a premiação, Tristan Boxford, CEO da APP World Tour, confirmou a realização do Sunset Beach pro como etapa de abertura até o ano de 2021.

Para esse ano, as próximas paradas serão Long Beach, Nova Iorque, de 31 a 5 de setembro, seguida de Bathsheba, Barbados, de 9 a 17 de novembro e Las Palmas de Gran Canaria, de 11 a 18 de dezembro.

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