O que o mar e o naufrágio de minha canoa me ensinaram
Com 20 anos de experiência no va'a e na canoagem oceânica, Alexey Bevilacqua já viveu momentos dramáticos ... leia mais
Em 2017, o PASA – Pan American Surf Games foi muito elogiado pela estrutura oferecida e também pela qualidade das ondas. O que podemos esperar da edição de 2018?
O ano passado foi um evento considerado “teste” para os Jogos Pan-Americanos de Lima 2019, ou seja, tivemos uma simulação do que serão os Jogos.
Este ano teremos estruturas um pouco mais modestas. Não podemos usar a área da explanada de Punta Rocas, utilizada em 2017, que inclusive se encontra em obras por conta dos Jogos Pan-Americanos de Lima. Essa obra, quando pronta, também será utilizada para as atividades de nosso centro de treinamento para alto rendimento de surfe. Por esse motivo, esse ano o PASA, terá a estrutura montada na areia.
Como está a evolução do SUP no Peru?
O SUP continua a crescer no Peru, principalmente na SUP Wave, mas a modalidade Race ainda não decolou.
Acredito que isso acontece por causa da consistência das ondas no Peru. Como você sabe, nós temos ondas todos os dias e isso dificulta um pouco o acesso ao mar com uma prancha race, seja para treinar ou para uma remada recreativa. Acho que essa modalidade vai crescer mais nas regiões das montanhas e de selva do que na nossa costa.
Mas o SUP é uma modalidade que veio para ficar e ser protagonista. O crescimento desse esporte em todo mundo é impressionante.
Você além de ótimo surfista, também adora SUP. Conte um pouco sobre esse relacionamento.
Em uma viagem para a Indonésia eu vi uma foto do Laird Hamilton dentro de um tubo enorme em Teahupoo. Eu não podia acreditar que era possível surfar naquele nível com um SUP. Daquele dia em diante eu fiquei determinado a tentar.
E como foi o início?
Naquela época havia apenas duas pessoas surfando de stand up paddle no Peru e aprender foi um pouco complicado, mas então tivemos duas semanas de ondas bem pequenas e aproveitei para tentar. Em três dias eu estava conseguindo surfar minhas primeiras ondas de SUP e fiquei alucinado com a perspectiva e a visão que essa forma de surfe proporciona.
No SUP a carga de adrenalina é maior do que em uma sessão de surfe de pranchinha, porque você está o tempo todo em movimento, além disso, surfar as ondas é outro desafio e é muito divertido. Adorei!
Depois de dois anos surfando com um SUP, me lesionei na parte inferior das costas e tive que deixar de lado o surfe de pranchinha durante o tratamento. Então montei um quiver completo de stand up’s, race, wave e uma gun para mares maiores. Estava prestes a sair do surfe tradicional.
Percorri a costa peruana surfando de SUP as ondas de Chicama, Pacasmayo, Lobitos… Fui a primeira pessoa a surfar essas ondas de SUP e foi bom para chamar a atenção de muitas pessoas que nunca tinham visto a modalidade antes e surfar em sessões onde as pranchas de surfe convencionais não conseguiam avançar.
Então, à frente da Pan American Surf Association, tive a oportunidade de organizar, no Peru, o primeiro Mundial de SUP e Paddleboard da ISA da história e fizemos a segunda edição no ano seguinte. Foi uma experiência inesquecível e fico muito feliz por ter deixado um grão de areia na consolidação desse esporte fabuloso.
Sigo surfando regularmente de stand up paddle, mas uso pranchas maiores porque ainda me recupero da contusão! (risos)
Uma das realizações de sua gestão foi a inclusão do SUP nos Jogos Pan-Americanos de Lima 2019 e sabemos que há um estímulo para a inclusão do esporte nos Jogos Olímpicos. Nós teremos sucesso?
A inclusão do surfe e do stand up paddle nos jogos de Lima 2019 foi um trabalho em conjunto com a ISA. Fernando Aguerre (presidente da ISA) foi um importante líder nessa gestão, minha principal tarefa era fazer com que os comitês olímpicos nacionais reconhecessem as federações do continente para atender aos requisitos da ODEPA (Organização Desportiva Pan-Americana agora chamada de Panam Sports).
Em relação ao SUP nas Olimpíadas, eu poderia lhe dizer que é a modalidade que mais cresce no mundo, então, naturalmente deveria ser a próxima modalidade a entrar em Paris 2024, depois do surfe em Tóquio 2020. Estamos trabalhando para que isso aconteça.
PASA – PAN AMERICAN SURF GAMES
QUANDO?
De 2 a 9 de dezembro
ONDE?
Punta Rocas, em Lima, Peru,
EQUIPE BRASILEIRA
SUP WAVE
Caio Vaz, Luiz Diniz, Alina Adisaka e Nicole Pacelli
SUP RACE
Vinicius Martins, Luiz Guida, Jessika Matos e Lena Guimarães
TÉCNICO
Zé Augusto
SURFE
Marcos Corrêa, Alan Donato, Yagê Araújo, Robson Santos, Anne dos Santos,Tainá Hinckel, Gilvanilta Ferreira e Larissa dos Santos
LONGBOARD
Phil Rajzman, Wenderson Biludo, Chloé Calmon e Atalanta Batista