Daniel Bueno de Camargo fala sobre a nova diretoria da CBVA’A
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Como estão os preparativos para o Kopa deste final de semana?
A semana que antecede o Brasileiro é mais tranquila, a intensidade dos treinos dá uma diminuída pra dar tempo ao corpo pra descansar e se recuperar. A parte mais complicada é a logística pra organizar as tarefas do trabalho, da casa, ver onde as crianças poderão ficar durante o final de semana e a preparação da viagem em si.
O Circuito Brasileiro tem confirmadas 4 etapas e você vem de duas vitórias. Isso lhe dá alguma tranquilidade para competir no Kopa esse final de semana ou a adrenalina está alta?
Claro que essas duas vitórias me dão uma certa tranquilidade, porém, cada prova é uma prova! Não tem nada definido e muita coisa pode acontecer. Uma prova só se define quando ela termina e a mesma coisa vale pro circuito brasileiro. Então sempre tem adrenalina, até porque todo muito que tá ali se esforça pra caramba, pois ninguém consegue viver só de esporte. Ai junta com a pressão em relação às despesas, a família, é complicado! O atleta que diz que não sente aquele friozinho na barriga antes da prova é porque tem alguma coisa errada.
E ainda tem a última prova, que vai valer mais pontos no ranking…
Sim, e é uma modalidade (Sprint) que não é a minha especialidade. Então você veja que mesmo que eu vença o Kopa e fique com três vitórias, se eu não competir no Mato Grosso e optar em descartar a etapa, corro o risco de não ficar com o título por causa da pontuação maior. Mas isso é uma coisa bacana, pois não tem nada decidido e a emoção vai até o final.
O que você está achando do nível das meninas esse ano, em especial a Jessikah Moah e a Aline Abad, suas adversárias mais próximas?
O nível do stand up paddle feminino cresceu muito nos últimos anos. Isso é bacana porque nós mulheres lutamos bastante por igualdade de premiação das primeiras colocadas em relação aos homens e com o apoio da confederação e de atletas do masculino nós conseguimos. A gente usa os mesmos equipamentos, fazemos o mesmo trajeto e você veja que na prova de Ubatuba o mar subiu justamente na hora da final do feminino e isso é legal porque a gente quer igualdade em todos os quesitos. Então, isso tudo está contribuindo pra elevar o nível do SUP race feminino.
Em relação à Moah e a Aline, são duas atletas que vem de uma crescente e eu acho isso maravilhoso porque a gente só cresce quando tem pessoas de alto nível competindo com a gente senão você pode acabar se acomodando.
Por outro lado eu sinto muito por ver que atletas como a Babi Brazil e a Ariani Theophilo não estarem participando de todas as provas esse ano. São duas atletas de alto nível, a Babi com cinco títulos brasileiros que é uma referencia pra mim e a Ariani que representa a nova geração e tem um potencial enorme pra representar o Brasil numa Olimpíada por exemplo. Elas tem seus motivos para não correrem todo o Brasileiro esse ano, mas espero que voltem a participar de todo o circuito pois isso é muito importante pro esporte.
Você pretende competir em outras categorias do Kopa Ilhabela?
Eu sempre gostei de eventos que são multiesportivos como o Aloha Spirit Festival e o Kopa, já participei de algumas edições competindo no Va’a, no Triatlo Waterman, estava querendo participar do Surfiski, só que chega uma hora que você tem que priorizar e respeitar os limites do seu corpo.
Agora temos várias competições importantes de SUP se aproximando, como a própria etapa de Sprint, que vai ser duas semanas após o Kopa e é outro perfil competição, que demanda outro tipo de treino, tem a Tríplice Coroa, o Aloha Spirit, que vai valer pontos pro ranking mundial, enfim, como não tenho mais 20 anos (risos) não posso correr o risco de sobrecarregar meu corpo com outro tipo de preparação e é por isso que no Kopa eu só vou competir no SUP mesmo adorando esse modelo de festival.
Recentemente você foi convocada para representar o Brasil no Mundial da ISA. Pretende participar?
Esse pra mim é uma das competições mais legais que existem. Tive a felicidade de participar no México e é realmente um evento sensacional. Gostaria de ter ido a todas as edições em que eu fui convocada. Esse ano o ISA era pra mim a prova mais importante. Tinha planejado todo meu ano em torno dessa competição que seria em Búzios, do lado de casa, e eu já estava classificada. Infelizmente, por questões políticas alheias à CBSUP e aos atletas esse evento foi cancelado, o que deixou a todos nós além de tristes, envergonhados.
A gente que participa de provas internacionais acaba tendo que explicar pros atletas de outros países o que aconteceu e isso é uma coisa bem constrangedora. Enfim, mas voltando ao Mundial, ele foi transferido pro outro lado do mundo, na China, que é uma viagem super cara e difícil. O Mundial da ISA em si é caro. Cada inscrição custa USD 250,00. No meu caso, que me classifiquei em duas categorias, seriam USD 500,00 só de inscrição. E quem paga é o atleta. Então, por uma questão financeira não vou poder participar. Assim como eu vários atletas passam pela mesma situação.