“Bahia SUP Storm” foi o apelido dado a uma nova geração de remadores baianos que entraram com força no circuito brasileiro nos dois últimos anos em que foi realizado: 2018 e 2019.

A alusão ao “Brazilian Storm”, movimento comandado por Gabriel Medina, Italo Ferreira, e cia, que tomaram o circuito mundial de surfe de assalto, é mais do que justa, afinal, igualmente trata-se de um grupo de atletas jovens, muitos de origem humilde e desconhecidos no circuito nacional que, de uma hora para outra, passaram a brigar pelas primeiras colocações do Brasileiro.

Porém, a pandemia e o cancelamento do circuito nacional de SUP por dois anos consecutivos, que inevitavelmente acarretaram em um enfraquecimento da modalidade, trouxeram dúvidas e o receio de que poderíamos perder uma geração de remadores que mal começara a mostrar sua força.

Felizmente, o que vimos no último sábado, em Barra de Jacuipe, com a realização da primeira etapa do campeonato baiano de SUP race, o “Bahia SUP Storm” está firme e forte.

O campeão da etapa, Kuko Santos, local de Barra Grande, é um legítimo representante dessa safra de talentos baianos.

Kuko, que já tem dois títulos baianos no currículo, concluiu a prova de 9 km da categoria profissional com o tempo de 01:01:13.

“Esse resultado foi muito especial para mim porque estou há quase um ano sem competir. Ano passado participei apenas da Leme ao Pontal, onde fui vice-campeão, mas fiquei com uma tendinite no dedão da mão direita e só me recuperei recentemente. Conversei com o (Marcelo) Esquilo, meu treinador, e vimos que meu tempo se mantinha bom no stand up. Fiz a prova pensando no Brasileiro, como um treino e, felizmente conquistei a vitória”, conta.

Com o moral elevado por conta da vitória no Baiano, Kuko, porém, não sabe se conseguirá competir na primeira etapa do novo circuito brasileiro de SUP Race, agora chancelado pela CBSurf, que será realizado durante a etapa do Aloha Spirit Festival, em Angra dos Reis, de 17 a 19 de junho.

“A minha batalha agora é para conseguir viabilizar passagens e custos de viagens. Quero correr todas as etapas do Baiano e Brasileiro, mas estou sem um patrocinador principal e preciso de mais apoio”, revela Kuko.

Esta é a mesma situação pela qual passam vários atletas da geração “Bahia SUP Storm”, como é o caso de Andreson Pereira, vice-campeão da etapa, que cruzou a linha de chegada segundos atrás de Kuko Santos:

“Pretendo correr o circuito brasileiro, mas estou sem patrocínio para participar do circuito”, conta Anderson, sem deixar de transparecer sua aflição por, talvez, não conseguir viabilizar sua ida à Angra dos Reis, mesmo remando em alto rendimento.

A etapa do Brasileiro de Angra dos Reis marca uma nova fase do SUP Race brasileiro e é uma das apostas da nova gestão da CBSurf.

A etapa será válida, também, como seletiva para o Mundial da ISA e PASA Pan-Americano, além de oferecer a inédita premiação de R$ 40 mil aos primeiros colocados da Profissional Masculino e Feminino.

Claro que a notícia da volta do circuito Brasileiro, com esse patamar de premiação, atraiu medalhões do SUP nacional, como o legend Luiz Guia “Animal”, David Leão, precursor do Bahia SUP Storm, e Guilherme dos Reis, que após alguns anos longe do stand up paddle fará seu retorno em Angra. Uma boa colocação nessa competição, portanto, será um incentivo e tanto a essas promissoras carreiras baianas.

Ao menos um dos representantes do Bahia SUP Storm, Jadson Santos, está confirmado em Angra.

Vice-campeão brasileiro e terceiro colocado na etapa de sábado, do Baiano, Jadson foi outro remador da safra baiana que aproveitou o campeonato estadual para avaliar suas remadas:

“Estou em preparação para a primeira etapa do Brasileiro e a etapa do Baiano serviu como um teste. Ainda tenho muito treino pela frente e quero chegar preparado em Angra. Esse ano tem muita gente forte voltando, como o Gui dos Reis, e com certeza essa competição será de alto nível, fora a briga pelas vagas no Mundial e Pan-Americano”, pondera Jadson.

Sem dúvida nenhuma, o trabalho da ABASUP, uma das mais antigas e tradicionais associações de stand up paddle do Brasil, em manter o circuito estadual ativo, foi fundamental para o surgimento e aprimoramento da geração Bahia SUP Storm, assim como o trabalho feito nas categorias de base por entidades como o Remo Sem Fronteiras, trazendo para o esporte uma garotada que talvez nunca fosse relevada sem essa oportunidade.

Resta saber agora se a geração Bahia SUP Storm terá o mesmo suporte que o Brazilan Storm do surfe teve para brilha no circuito mundial.

Veja abaixo os resultados da primeira etapa do Circuito Baiano de SUP Race:

Circuito Baiano de SUP Race – 1ª etapa:

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