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Muita gente ainda acredita que treinamento mental é só respirar fundo, fechar os olhos, fazer uma visualização bonitinha… e pronto! Tá resolvido. Não! Isso é só a ponta do iceberg.
A verdadeira função do treinamento mental é muito mais profunda, mais visceral e, muitas vezes, desconfortável.
É sobre entender como você funciona sob pressão. É sobre decifrar como seu cérebro reage quando se sente ameaçado, quando o corpo pede socorro, e entender por que, exatamente nas horas decisivas, você não performa tudo aquilo que sabe — e treinou tanto.
Hoje, eu quero que você leve dois conceitos pra vida. Dois pontos que podem, literalmente, começar a virar a chave da sua mente — e da sua performance.
Sim. Eu sei que é duro ouvir isso. Mas é a realidade.
Se você leu meu texto anterior, já sabe que o cérebro humano tem três grandes desejos inegociáveis:
Agora pensa comigo, quando você está no auge da prova, o coração explodindo no peito, pulmões queimando, braço já não responde mais… seu cérebro começa a gritar: “Pelo amor de Deus, economiza energia! Para de sofrer! Diminui esse ritmo agora!”
E como ele faz isso?
Ele te sabota. Simples assim. E de formas bem sutis (ou nem tanto):
O final? Sempre o mesmo: redução de esforço. Queda de rendimento. E lá se vai a sua melhor performance… pelo ralo.
Agora vamos mergulhar um pouco mais fundo na neurociência — e eu prometo te conduzir de forma leve, mas transformadora.
Quando você está sob estresse, fadiga extrema, medo ou pressão, quem assume o controle não é você. É o seu cérebro mais primitivo. O sistema límbico aciona a amígdala cerebral, e ela dispara o sinal: “Estamos em perigo! Sobrevivência, AGORA!”
E sabe como isso aparece na sua vida de atleta? Assim:
Ou então, explode: discute, briga com o time, com a arbitragem, com o mundo. Ou, simplesmente apaga. Desliga. Vira um zumbi dentro da prova.
Isso não é azar. Isso é neurociência.
Quando a amígdala domina, o córtex pré-frontal — a parte responsável pela tomada de decisão consciente, foco, estratégia e controle — simplesmente sai de cena. Fica desligado. E você vira refém dos seus próprios instintos.
A notícia dura: se você não treina sua mente, ela vai te trair.
A notícia boa: isso é treinável. Mas tem uma condição: você precisa, antes de tudo, fazer algo que poucos têm coragem. Aceitar que está se sabotando.
Enquanto você ficar se enganando, jogando pra sorte, pro vento, pra maré, pro colete, pro colega, pra arbitragem… Nada muda. Só piora.
Depois de aceitar, vem a segunda etapa: reconhecer seu padrão mental. Quais são suas crenças? Seus modelos automáticos? Que histórias você conta pra si mesmo?
A partir daí, sim, entram as ferramentas:
Sem isso, não existe mágica. Só frustração repetida.
Conclusão: não, não é simples! Mas também não é nenhum bicho de sete cabeças se você tiver método, estrutura, clareza e comprometimento.
Nos próximos textos da coluna Onda Mental, eu vou te entregar novos conteúdos, técnicas práticas, simples e poderosas, que já vão gerar alívio, clareza mental e mais performance — tanto nos treinos quanto nas competições.
Mas atenção quando o assunto é treinamento mental: conhecimento sem prática é igual canoa sem leme. Você até rema… mas não chega onde quer. Transforme sua mente. E seus resultados nunca mais serão os mesmos.