Pranchas de Paddleboard, uma análise – Parte I

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Pranchas de paddleboard
Patrick Winkler durante a clínica de prone paddleboard realizada na abertura do Aloha Spirit Ilhabela, em 2022. Foto: Fabio Mota

Um pensamento é fatídico entre os esportes de remada: prancha é um equipamento de elevado custo. Mesmo levando este conceito em conta, há diferentes estruturas e valores nas diversas pranchas disponíveis para os remadores de paddleboard.

Este é o primeiro de uma sequencia de três textos, abordando o cenário norte-americano, internacional e finalizando com o cenário nacional. Todo o conteúdo é baseado em relatos que obtive através de conversas com alguns dos melhores remadores do mundo e também cos mais renomados shapers do mercado. Todas as infamações são direcionadas à categoria Stock , ou seja, com tamanho de 12 pés.

Cenário norte-americano

Os Estados Unidos, ao lado da Austrália, são maiores produtores de pranchas do segmento. Como o país é muito grande, a cultua havaiana é diferente da californiana, que também é diferente da região da costa leste no oceano atlântico.  Quatro empresas se destacam no mercado: Bark, Hypr, Vesl e King.

BARK

Pranchas de paddlebard
Fabiano Faria rema com uma Bark em Búzios (RJ). Foto: Reprodução

A líder do mercado dos Estados Unidos, foi uma das empresas que mais sofreu com a pandemia da Covid-19. A escassez de matéria prima, afetou o prazo de produção e entrega da Surftech, que oficialmente é a distribuidora mundial das pranchas Bark. Aos poucos vem se recuperando, mas o estoque não está completo e no momento o próprio Joe Bark (shaper e criador da empresa) está recebendo pedidos diretamente no seu site institucional.

Aliás, a família Bark é muito especial na cultura do paddleboard internacional. Joe Bark foi um dos responsáveis por resgatar a travessia mais tradicional do mundo, Catalina Classic, na Califórnia. A prova nasceu na década de 50, foi interrompida por anos e voltou ao cenário competitivo nos anos 80. Joe foi bicampeão da prova e sem duvida é um dos mais renomados shapers da modalidade. Seu filho, Jack Bark, também tem um currículo diferenciado, e já foi campeão do mundial da ISA (international surf assossiation) e também da famosa travessia Molokai 2 Oahu no Havaí.

Prancha de paddleboard
Joe Bark. Foto: Reprodução / Bark

A linha Bark tem diversas variações de construção de prancha, as quais são classificadas em: ghost-carbon, tuflite e fusion. Embora a diferença entre os modelos esteja na matéria prima e nos preços, todas eles apresentam o mesmo designer na versão stock, chamado de “Commander”.

Bark Commander Ghost Carbon – é a principal prancha da marca. O modelo foi desenvolvido pensado em provas de Downwind. A prancha é abaulada (o fundo chega a lembrar uma canoa) e rabeta pin (totalmente pontuda). O modelo é extremamente conceituado, embora não seja uma prancha para descer nas ondas de beach break.

BARK Commander Tuflite e Fusion – ambos os modelos são idênticos a Ghost Carbon, mas a versão Tuflite é levemente mais pesada e, na sequência, a Fusion também apresenta mais um pouco de aumento de peso proporcional (incluindo madeira na construção)

Bark Commander Inflatlable – além de produzir variações no modelo stock, é interessante ressaltar o modelo inflável. A prancha tem duas funções extras: funciona para decida de corredeiras (o que não é fácil), mas também é uma ótima opção para quem gosta de praticidade ao viajar ou quem não tem espaço para guardar equipamento.

Embora muitos considerem a BARK como a melhor prancha do mundo, ela esta longe de ser unanimidade e sua mais forte concorrente mundial é a marca australiana DEEP, que será analisada na parte 02 desta sequencia de texto.

HYPR

Pranchas de paddleboard
Patrtick Winkler testa sua Hypr na ondas de um secret do litoral paulista. Foto: Arquivo pessoal

A marca havaiana foi uma das que mais investiu em designer no ultimo ano. A tradicional marca, é criação do Ian Foo e apresenta pranchas de SUP e canoa Va’a em sua coleção. Recentemente, a Hypr fez uma parceira com a também shaper Cinthia Aguilar da Florida. Assim, mas um novo modelo chegará ao mercado, desenvolvido pela Cinthia e produzido pela Hypr.

Vale ressaltar que Cinthia Aguilar ficou internacionalmente reconhecida por remar da Cuba até a Florida (144 quilômetros de distancia).

A Hypr, além do foco em inovação em designer, preza muito pelos desenhos e acabamentos das pranchas, valorizando o caro equipamento.

Modelo Generaton 2: O maior diferencial da prancha é seu fundo em double concave. A intenção é aumentar a velocidade do remador durante o deslize nas ondas, principalmente em situação de Downwind. A rabeta tem o formato pin e o pegador localizasse no centro da prancha (algo não muito comum nas pranchas de paddlebaord). Este modelo apresenta 20,5 polegadas de espessura de meio de prancha

Modelo Wing Tail: esta versão é absolutamente diferente de tudo que existe, com double concave no fundo e uma rabeta “triangular diamante”.  Além das inovações ousadas no designer, a prancha apresenta apenas 19,5 polegadas de espessura de meio de prancha.

Embora a sede da marca seja no Havaí, com a entrada de Cinthia Aguilar no time, as vendas passaram a aumentar na Florida e em toda a costa leste dos Estados Unidos (existe também distribuição mundial da marca).

No Brasil, fui presenteado pelo Ian Foo com o modelo Generaton 2, confira vídeo abaixo:

KINGS

Kings Prone é uma das marcas mais tradicionais da modalidade nos EUA. Foto: Reprodução / Kings

Uma das mais tradicionais marcas dos Estados Unidos, e apresenta extenso catalogo de pranchas, incluindo pranchas Unlimited (sem limite de tamanho), 14pés, 12 pés e 10’6 pés. Vale ressaltar que tanto na Califórnia quanto no Havaí, acontece bastante provas com pranchas de tamanho 14 pés, por isso todas as marcas norte-americanas, também apresentam versões deste tamanho.

Kings Prone: o cockpit (área onde o atleta posiciona o corpo) é mais profundo que as concorrentes, com fundo abaulado e rabeta pin. Um ponto forte da marca é o peso da prancha, considerado ligeiramente mais leve que as concorrentes norte-americana.

O cockpit é sempre uma polemica a parte, pois para os homens não interfere muito, mas no caso das mulheres, o cockpit muito acentuado pode vir a trazer incomodo na altura dos seios (principalmente atletas que tem prótese de silicone)

Vale ressaltar que a marca tem preocupação extra com a litragem das embarcações, e apresenta 5 variações de espessura de meio de prancha

VESL

Daniela Spais,que representou a argentina no MUndial da ISA em Porto Rico, com a prancha VELS. Foto: Arquivo pessoal

Imagina apresentar uma linha de pranchas competitivas, talvez com um ou outro detalhe a melhorar, mas com metade do valor das concorrentes? A estratégia da VESL é interessante. As linhas de competição da BARK, HYPR e KING estão entre 2.200 dólares a 2.500 dólares.  Já a VESL chega com valores de prancha na casa de 1.075 dólares. Diferença significativa, ainda mais para nossa moeda brasileira, que infelizmente vem sofrendo desvalorização

VESL 12 Prone: a variação de cores e espessura das pranchas é grande, mas todas têm o mesmo designer. Com fundo levemente abaulado e rabeta pin. O pegador, a exemplo da HYPR não fica das extremidades sim no meio da prancha.

No próximo texto: Oceania, Europa e Caribe.

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