Desvendando mitos do prone paddeboard

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A clássica técnica de remada ajoelhado sobre a prancha: “Masnão machuca as costas?”. Foto: Marcio Figueiredo/ Knal Esporte

Dizem que remar de prone paddleboard pode provocar dores na coluna, lombar e ombro… será mesmo?

Uma das perguntas mais clássicas para pessoas que assistem remadas de paddleboard pela primeira vez é: como é difícil remar, não dói a coluna?

A resposta é simples: é claro que não doí! Obviamente, que quanto maior a habilidade e treino do atleta, melhor adaptação ele terá a modalidade. Porém o intuito aqui é mostrar, que esta é a mais equilibrada das modalidades polinésias.

Em uma parceria com a Aline Abad atleta remadora e também fisioterapeuta, tiramos algumas dúvidas sobre a técnica do paddleboard:

Desvendando mitos do prone paddeboard

1 – Na posição ajoelhada, a lombar dói?

Não, nem um pouco. Na posição ajoelhada o peso está dividido nas pernas, no core e na lombar.

Embora seja uma posição que exija muito preparo físico, o corpo não fica sobrecarregado.

Se por ventura o atleta tiver limitações no joelho e no quadril, precisará fazer adaptações (consultando fisioterapeuta ou profissionais do segmento) ou optar somente pela posição de remada deitada.

2 – Na posição deitada, a coluna dói?

“No caso da remada de paddleboard, o corpo sempre estará igualmente compensado de cada lado”. Foto: Marcio Figueiredo/ Knal Esporte

Dificilmente, ainda mais nas pranchas modernas, onde existe um encaixe do tórax do atleta, justamente na parte em que a prancha apresenta a inclinação para o bico. Sendo assim, a prancha se adapta a posição ideal para o corpo na versão deitada.

Caso alguma atleta tenha histórico de dor na lombar, é recomendável fazer o fortalecimento do CORE

Dica importante: um acessório não obrigatório, mas muito utilizado é a “queixeira’. Em inglês é chamado de headrest, ou seja, encosto de cabeça.

Para remadas acima de 1 hora de duração, é interessante usar a queixeira, aliviando a cervical.

Porém, o mesmo não deve ser utilizado “full time”, apenas em momentos de necessidade de descanso.

3 – Dores nos ombros?

Possivelmente o único mito que é próximo da verdade. Mas assim como a natação, remo ou qualquer modalidade com movimento excessivo das articulações pode causar lesão.

No caso, a melhor dica é a prevenção. Exercícios específicos para ombro (manguito) são de fundamental importância para o paddlebaord

Informações preciosas sobre o Paddleboard:

Remadora e fisioterapeuta, Aline Abad (foto) ajudou Patrick Winkler a esclarecer alguns desses mitos. Foto: Ale Socci

A – É uma modalidade simétrica?

É uma tremenda vantagem em relação ao SUP ou a uma canoa sem leme.

Dependendo do vento, muitos atletas têm que remar mais de um lado do corpo, do que outro, podendo descompensar alguma parte do corpo.

No caso do paddleboard, seja na remada ajoelhada (com braços simultâneos) ou na remada deitada (com braços alternados), o corpo sempre estará igualmente compensado de cada lado.

B – Troca de movimento

A variação de movimento no paddleboard é essencial. Existe uma regra simples: no up wind e side wind (vento frontal e lateral) o atleta ficará muito mais na posição deitada do que ajoelhada.

Já na condição de downwind, o atleta tende a permanecer mais tempo na posição ajoelhada (pelo menos mais tempo do que nas condições citadas).

Fato é, o remador deve sempre alternar a posição, pois alivia as articulações do corpo inteiro.

Podemos comparar ao sentimento de execução do “rip” na canoa polinésia, ou seja, quando o remo é trocado de lado, vem o sentimento de alivio.

No paddleboard é similar, embora as trocas sejam mais longas, a sensação de recuperação muscular e articular é fundamental.

Mais aliviado agora? Aproveite o paddleboard para longas travessias, surfe e muita diversão

Aloha

Patrick Winkler & Aline Abad

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