
Clubes de va’a do Rio se reúnem para criar protocolo de segurança
Clubes de va’a do Rio criam grupo de trabalho para elaborar protocolo de segurança que minimize acidentes ... leia mais

O que começou como um passeio tranquilo pelos igarapés da Ilha do Combú, em Belém (PA), terminou em um susto avassalador e um grande prejuízo para o remador Igor Vianna, capitão do clube Canoa Paidégua. No último fim de semana, ele e sua parceira de remo, Tayanne Tabosa, foram violentamente atingidos por uma lancha enquanto remavam na região em sua canoa V3. Por sorte, ambos sobreviveram com escoriações, mas o relato do acidente serve como um grave alerta sobre a segurança.
Em uma postagem em suas redes sociais, Igor descreveu o cenário idílico que precedeu o acidente: “Maré de azeite e céu de brigadeiro, iniciamos a travessia”. A tranquilidade foi quebrada de forma abrupta. “Eu vi a expressão do rosto dela [Tayanne] se tornar de terror e virei. Não deu tempo de ter nenhuma reação, só deu pra eu me jogar da canoa e rezar pra hélice daquela lancha não me decepar por inteiro. Eu pensei que eu ia morrer ali sangrando no meio do Guamá”, relatou.
Segundo Vianna, o condutor da lancha estava distraído, olhando para o celular, e “conseguiu a façanha de acertar nossa canoa em cheio”. O impacto foi devastador. A canoa ficou completamente destruída, como mostram vídeos compartilhados pelo remador (ver ao final da matéria). Além da embarcação, Igor quebrou seu remo de leme, perdeu os óculos e o celular, que afundaram no rio.
Após o mergulho forçado para escapar da hélice, Igor e Tayanne foram amparados por outra embarcação que testemunhou o ocorrido e os rebocou de volta à margem, onde, por coincidência, uma equipe da Marinha realizava fiscalizações.
O acidente com Igor e Tayanne joga luz sobre um perigo constante enfrentado por praticantes de esportes a remo em todo o Brasil. Apesar da fiscalização da Marinha, a irresponsabilidade e a falta de experiência de alguns condutores de lanchas e jet skis são uma ameaça contínua.
Com a chegada do verão e dos períodos de férias, o número de embarcações motorizadas nos rios, lagos e no mar aumenta exponencialmente, e com ele, os abusos. Manobras perigosas, excesso de velocidade em áreas de tráfego misto e a distração de pilotos, como o uso de celulares e consumo de álcool, transformam o que deveria ser um espaço de lazer em uma zona de risco.
É fundamental que a comunidade náutica, especialmente os remadores, redobre a atenção. E, mais importante, que não se cale diante da imprudência. Caso sofra ou testemunhe alguma irregularidade, anote o número de inscrição da embarcação e faça imediatamente uma denúncia à autoridade marítima de sua região. A atitude pode prevenir que um susto, como o de Igor, se transforme em uma tragédia.