
Kalani Lattanzi | Body Surf em ondas gigantes
Kalani Lattanzi lança documentário sobre seus desafios no mar surfando no de peito algumas das principais ... leia mais

Olá, pessoal! Espero que todos estejam firmes e fortes nos treinos. Gostaria de esclarecer um pouco sobre algumas séries atribuídas nos treinos. Sempre que o atleta encara uma planilha, podem surgir dúvidas sobre como aquela prescrição pode ajudar a melhorar seus resultados e tempos. Vamos começar falando sobre 2 tipos de séries muito comuns: Progressivo e Ritmo de Nado
Como o próprio nome sugere, é uma crescente, portanto você começa mais fraco e aumenta a intensidade, a força e a velocidade de forma gradual. Neste cenário, o atleta encara, por exemplo, 3x100m – uma no A1, outra no A2 e a última no A3. A ideia é baixar uma média de 2 segundos entre uma e outra passagem, portanto, A1 = 2:00, A2 = 1:58 e A3 = 1:56. Alguns atletas baixam muito essa média, fazendo algo como A1 = 2:00, A2 = 1:50 e A3 = 1:40. Quando se fala em maratona aquática, essa variação muito alta não é boa porque normalmente o maratonista aquático irá nadar a maior parte da prova em A1 (aeróbio de baixa intensidade), talvez um A2 se for uma metragem mais curta.
A proposta é que o nadador nade confortável, em baixa intensidade e não sofra demais quando estiver em alta intensidade justamente para que o desgaste seja menor e você consiga ter aquela energia ou margem necessária para um sprint final, uma ultrapassagem, sem comprometer o que foi feito na maior parte da prova.
Isso significa que não adianta ter um tempo forte no começo se você não consegue sustentá-lo por muito tempo. Por isso, quanto mais próximo os tempos de A1-A2-A3, melhor, demonstra que o nadador tem mais consistência e constância no nado.
É um trabalho para que o atleta entenda sua percepção de esforço, o que é extremamente importante tanto nos treinos como na prova em si. Uma situação corriqueira, especialmente dos atletas iniciantes, é querer começar a atividade muito forte, o nadador fica até ofegante, aí rapidamente o desempenho despenca e provavelmente o atleta não vai conseguir fôlego para completar o desafio, independente de qual seja a metragem prescrita. Ou até completa, mas fica extremamente cansado, morre na praia.
Então, vamos recapitular aqui os tipos de ritmo: o primeiro é o Solto, também conhecido como A0, que você encontra quase sempre no final do treino ou quando você fez um descanso ativo entre as séries. Nessa situação, o atleta nada com a musculatura mais relaxada, ou seja, na sua intensidade mais baixa possível – na maioria dos casos entre 50% ou 60% da sua capacidade máxima. É um esforço leve.
Depois temos o A1, A2 e A3, que já falamos em outras oportunidades, e equivalem a:
A1 = Aeróbico de baixa intensidade, de 60 a 70% da sua capacidade, ou seja, é aquela frequência que você consegue nadar de maneira constante e por mais tempo, sem precisar pausar para recuperar, ou intervalos mais curtos de tempo para recuperação. É o seu “estado de equilíbrio”.
A2 = Aeróbico de média intensidade, de 70 a 80% da sua capacidade, exigindo mais da parte cardiorrespiratória. Neste caso, o atleta sente um pouco mais de cansaço, é uma série um pouco mais difícil, mas você ainda consegue controlar o peso do braço e tem um tempo de recuperação suficiente para retomar o esforço.
A3 = Aeróbico de alta intensidade, de 80 a 90% da capacidade. É quando o nadador se aproxima do seu limite, acarretando num tempo de descanso maior para recuperar o fôlego.
Anaeróbico = É a sua velocidade máxima, portanto, tudo acima de 90%. São as séries de tiro, metragens curtas, de alta intensidade, mas com um intervalo maior de descanso.
Tendo essas metragens como parâmetro, durante uma série de ritmo, o nadador irá simular as diferentes velocidades que irá trabalhar na prova alvo. O objetivo é acostumar o corpo ao desgaste previsto durante a prova e ensiná-lo a adquirir um ritmo “específico” – particular de cada atleta.
Espero que essas informações tenham sido úteis. Voltamos em breve com os demais tipos de série.
Bons treinos e até breve.