Aspectos que impedem sua evolução nas águas abertas

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evolução nas águas abertas
Samir Barel: “Se tem uma dor que realmente tira muito atleta do rumo é a dor psicológica“. Foto: Arquivo pessoal

Olá amigos! Hoje nosso bate papo será sobre alguns aspectos que interferem diretamente na rotina de quem pratica maratona aquática. Vejo muitos atletas dando duro para que a preparação física seja perfeita, mas diversos fatores podem abalar nosso psicológico e tirar o nosso foco na busca por um determinado objetivo. Trago aqui 3 fatores que podem nos sabotar, impedindo que a gente se desenvolva, deixe de treinar, conclua uma prova ou fique fora do pódio. 

Primeiro são as dores. Posso dizer que temos 3 tipos de dor: A dor muscular. Quem está começando a prática da modalidade agora ou volta aos treinos após um longo período de afastamento, como ocorreu com muitos nessa pandemia, provavelmente já sentiu o corpo dolorido no dia seguinte. Ou mesmo se você pratica atividade regularmente e fez aquele treino com muita intensidade, mas não teve tempo para fazer o descanso correto da musculatura, pode sentir aquele cansaço. Lembre-se que quando fazemos uma atividade física, o músculo sofre microlesões, porém, ele se regenera e esse trabalho é o que torna o músculo mais forte. Portanto, essa dor muscular é normal e não pode impedir que você comprometa seu planejamento de treinos. Mantenha a disciplina e controle bastante a sobrecarga para evitar lesões mais graves.

Se tem uma dor que realmente tira muito atleta do rumo é a dor psicológica: você está cansado devido a rotina ou ainda estressado porque alguma coisa deu errado no seu dia e imediatamente o cérebro cria várias objeções para o treino. Não acredite nesta dor! Se você deixar de fazer o treino de hoje, no próximo você provavelmente não vai render o que gostaria e sem os resultados esperados você ficará cada vez mais frustrado e mais longe do seu objetivo. Eu mesmo já deixei de treinar pois acreditava que o trabalho era mais importante, mas depois me dei conta de que se eu tivesse treinado eu poderia ter produzido melhor meu trabalho, teria chegado mais disposto para dar meu treino. Tem dias que a dor vence, sim, reconheço, mas não pode ser toda hora. Não se esqueça, a única pessoa que pode curar essa dor é você. Pode ser pela sua própria força mental, pela sua mudança de atitude, pela sua vontade de atingir sua meta ou com ajuda de ferramentas, com auxílio de um psicólogo, treinador mental, não importa. Seja mais forte do que sua melhor desculpa.

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“têm o poder de destruir sua motivação e auto-estima”. Foto: Arquivo pessoal

Temos ainda dor articular, que é realmente perigosa. Aquela pontada na lombar, fisgada no ombro, geralmente indica que algo está errado com o nosso corpo. Pode ser a postura, a execução do movimento em si, a técnica aplicada de forma errada, enfim… Porém, já vi muitas pessoas que generalizam e falam coisas do tipo: Dor no ombro é normal da natação ou nadador é tem tendinite mesmo… Pessoal, a natação é uma atividade física de baixo impacto, o contato com o meio líquido relaxa os músculos, assim podemos dizer que é um esporte pouco lesivo. Por isso, muito cuidado para que essas dores não se tornem comuns, pois não são. Se você se sente realmente desconfortável, procure um médico, um especialista e trate o problema o mais breve possível. Não ignore os sinais do seu corpo, isso sim pode gerar um problema mais grave no futuro, fazendo com que você se afaste dos treinamentos por mais tempo do que planeja.

O segundo fator são as comparações. Elas realmente têm o poder de destruir sua motivação e auto-estima. Diversos motivos levam uma pessoa a vencer outra em uma prova: estratégia, técnica mais apurada, experiência (ter nadado naquele local outras vezes), não ter se lesionado e estar com o corpo 100%, genética mais favorável etc. Fazer exatamente o que o outro faz pode não adiantar pra você pois seu corpo, sua rotina e sua técnica não são, nem nunca serão, iguais ao de outra pessoa. Você é um ser único e tem a capacidade de ser melhor do que qualquer um ao seu lado. Analise seu treino, sua alimentação, sua técnica, seu sono, sua rotina e tenha embasamento com dados reais que sirvam de parâmetro para buscar correções no seu treinamento. Comparações superficiais não são saudáveis. Ter amigos ou ídolos como referência e exemplo é ótimo, mas não estabeleça paralelos e fique frustrado por não ser a pessoa que você é. Você só pode se comparar com quem você era antes do que você se tornou.

Por fim, mas não menos importante, os objetivos. Eles têm que ser compatíveis com a sua realidade. Muitos colocam objetivos tão grandes que tendem a acabar frustrados quando algo dá errado. Ou seja, é um passo maior do que a perna. É importante que a gente tenha desafios na vida, para tirar a gente da nossa zona de conforto. Mas os sonhos devem ser claros e concretos. Por isso, tenha objetivos de curto, médio e longo prazo. A soma de pequenas conquistas motiva e leva com mais segurança ao objetivo maior.

Espero mais uma vez ter sido útil e em breve retorno com mais dicas para melhorar o seu desempenho nas águas abertas. 

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