3 pontos que podem causar falta de ar nas águas abertas 

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Falta de ar nas águas abertas
“A primeira razão mais comum que levam os atletas a errar na respiração e começar, por exemplo, a hiperventilar é a ansiedade”. Foto: Fabio Mota

Olá, pessoal! Tudo bem? Dias atrás estava conversando com alguns alunos e veio a tona o debate sobre a falta de ar nos treinos. Quem nadou sabe que isso pode acontecer não apenas na piscina, mas do dia da prova em si. Então decidi elencar aqui alguns fatores que podem levar a essa falta de ar e o que você deve fazer para retomar o controle da situação.

A primeira razão mais comum que levam os atletas a errar na respiração e começar, por exemplo, a hiperventilar é a ansiedade. Começo de prova, bate aquele nervosismo, aquela pressão interna se vai ou não conseguir colocar em prática o que fez nos treinos e se vai ou não atingir o resultado programado. A buzina toca e a pessoa larga super forte e alguns metros depois já não consegue mais respirar sem engolir água e não tem outro jeito senão parar. O coração está a mil e a pessoa está super ofegante.

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Neste momento, pode parecer difícil, mas tente se acalmar, a principal dica é respire lentamente. Pare de se preocupar com o que está ao seu redor e foque a atenção na sua respiração. Sinta o ar entrando e saindo dos pulmões. A oxigenação do cérebro também ajudará a diminuir os sintomas de pânico. Tente flutuar (boiar).

Outro ponto que muitos pecam, tanto nos treinos quanto na prova, é querer acompanhar outra pessoa mas sem saber o nível dela. Pode ser um amigo na mesma raia de treino, pode ser o adversário na prova, um dos erros mais comuns é tentar alcançar o ritmo da pessoa ao lado, sem saber se ela nada forte ou nada fraco, qual o objetivo da série dela, enfim. A preocupação de não ficar para trás reflete diretamente no seu desempenho e neste caso quem leva a pior é você mesmo. Você deixa de lado suas necessidades e/ou limitação para acompanhar outra pessoa que têm uma realidade e um objetivo completamente diferente do seu.

Neste caso, um conselho que dou é: evite comparações. Por mais que o cara do seu lado seja seu amigo, pode ser que ele seja mais experiente, pode ser que ele tome alguma medicação, que ele esteja tratando alguma doença, que ele queira fazer provas longas e você curtas, enfim uma série de variáveis que não é possível equiparar pois as condições físicas são diferentes. Por isso, seu treinador formulou um treino específico para você, adequado a suas habilidades e metas. O treino do outro é do outro. O mesmo vale para a prova, se você não conhece seu adversário, sabe das condições de vida e treino dele, não adianta tentar acompanhar pois você só conseguirá atrapalhar seu rendimento.  

Agora, existe uma situação que muitos não percebem mas pode realmente atrapalhar treino e prova é não ter a percepção do seu nado. O atleta muitas vezes se engana e acha que tem que nadar forte o tempo todo. Aí quando precisa nadar fraco ou vem uma série com níveis diferentes (A1, A2, A3 e Anaeróbio) ele erra e fica sem fôlego. Ou seja ele não entendeu o objetivo do treino. Essas variações servem justamente para que o atleta vivencie vários momentos do nado no dia da prova e com isso saiba lidar com as situações que aparecerem.

É impossível uma pessoa manter um ritmo forte o tempo todo, o corpo não aguenta. É preciso dosar, na largada eu forço um pouco pra sair daquele bolo de gente, mas depois eu baixo meu ritmo, encaixo uma frequência moderada para manter uma boa posição e guardo energia para momentos chave de ultrapassagem, por exemplo. Claro que isso é apenas uma estratégia, mas, perceba que essa oscilação de ritmos é natural dentro da nossa modalidade. Por isso, saiba controlar e entender melhor sua percepção de esforço pois isso é fundamental para sua evolução dentro da natação.

Espero que essas dicas tenham sido úteis. Voltamos em breve com mais informações sobre como você pode melhorar sua maratona aquática! Abraço!

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