Prancha Mágica: Por Lena Guimarães Ribeiro
Nesta semana, Lena Guimarães Ribeiro, tetracampeã brasileira e medalha de ouro nos Jogos Pan-Americanos ... leia mais
Na última segunda-feira, uma postagem feita por Rodrigo Velazquez, um dos proprietários da Genesis Canoe, feita em sua rede social, gerou bastante repercussão.
No post, a foto de uma ama de canoa polinésia feita através de impressão 3D.
Essa tecnologia, também conhecida como prototipagem rápida, feita à partir de um modelo criado em computador conectado a uma espécie de impressora, que permite a confecção de uma peça tridimensional.
Esse fato é potencialmente revolucionário pois, ao contrário da produção tradicional de uma ama, feita a partir de moldes, podendo levar dias para ficar pronta, uma impressão em 3D permite ao fabricante uma entrega em questão de horas.
Dominar essa tecnologia, contudo, não é tão simples como parece, e para saber mais sobre o feito, nossa redação entrou em contato com o próprio Rodrigo, que gentilmente concedeu a seguinte entrevista:
Eu sou arquiteto especializado em apresentação de projetos e visualização, uma área que apostou na tecnologia desde o surgimento. Investi na compra de máquinas para me familiarizar com o processo e utilizar ele em prototipagem de peças funcionais pequenas e maquetes, tanto de arquitetura quanto de canoas. Imprimir uma ama em tamanho real foi apenas um passo adiante na escala das impressões.
O processo de impressão levou em torno de 12 horas usando todos os equipamentos que tenho à disposição.
Porém, para conseguir imprimir em escala 1:1 usei tudo que eu já aprendi em 20 anos de profissão como arquiteto, marceneiro amador e agora mais recentemente como fabricante das canoas da Genesis.
Imprimir algo em manufatura aditiva ainda não é tão simples como mandar imprimir uma planilha ou documento.
Começa por ter um projeto, sem ele você só tem ideias no ar. Esse projeto é “fatiado” em milhares de camadas que serão lidas pela impressora, que deposita cada uma dessas camadas em forma de um plástico derretido em cima de uma base plana. Isso é feita inúmeras vezes até que a peça esteja concluída.
Em termos de aspecto e volume, nenhuma diferença.
Acredito que o processo de manufatura aditiva vai revolucionar a forma como fazemos e até consumimos as coisas. Essa ama é parte de algo maior, que eu encaro de maneira bem experimental ainda, mas que certamente veio para ficar.
Na verdade, isso já está acontecendo no setor náutico. Lá fora já estão imprimindo cascos inteiros de barcos em 3D.
No caso das canoas, acredito que dentro de cinco a dez anos, com os custos barateando mais um pouco, estaremos imprimindo canoas em 3D.