Equipe brasileira encerra participação no Mundial de Canoagem com saldo positivo
Brasil conquista cota olímpica no C1M1000m na Canoagem Velocidade; na Paracanoagem com o VL2 e KL1 ... leia mais
Em comunicado oficial publicado nesta segunda-feira (18) a ISA (International Surfing Association) desafiou a Federação Internacional de Canoagem (ICF) a permitir que os tribunais decidam quem deve ser reconhecida como entidade oficial para organizar e representar o stand up paddle a nível global.
A ISA quer que o Tribunal de Arbitragem do Esporte (CAS) julgue se o SUP deve fazer parte do mundo do surfe ou canoagem, uma vez que a ICF alega que o stand up paddle, mais especificamente, na modalidade Race, deve ser reconhecido como uma modalidade de canoagem e que, portanto, deve ser integrado à ICF e não à ISA, que é uma entidade de surfe.
Fernando Aguerre, presidente da ISA discorda e realça o histórico de sua entidade de envolvimento com o stand up paddle: “Temos uma história e uma tradição claramente definidas como organizadores do SUP”. Aguerre se refere ao ano de 2008, quando o stand up paddle foi incluído como uma disciplina derivada do surfe a fazer parte do espectro de modalidades regidas pela ISA. Em 2012, no Peru, a ISA organizaria seu primeiro campeonato mundial de SUP seguindo o modelo olímpico e que é realizado anualmente desde então (em 2018, o Mundial será realizado no mês de novembro no Brasil).
ACUSAÇÃO DE BOICOTE
O órgão mundial que rege o surfe a nível olímpico acusou a ICF de promover uma campanha de boicote à inclusão do stand up paddle nos próximos Jogos Olímpicos da Juventude de 2018, na Argentina.
A inclusão do SUP nesta edição dos JOJ vinha sendo trabalhada por Aguerre, que é argentino, nos bastidores e seria um importante passo dado pela ISA para a inclusão do stand up paddle nos Jogos Olímpicos Mundiais, como está acontecendo com o surfe.
“Tivemos um ótimo plano, um local incrível e estávamos em discussões avançadas com os organizadores de Buenos Aires e o Departamento de Esportes do COI, mas as objeções do ICF fizeram com que todo esse impulso se perdesse”, denunciou Aguerre. “Ao fazer isso, a ICF privou jovens atletas de todo o mundo da oportunidade de participar da maior etapa do esporte juvenil do mundo e, assim, prejudicou o desenvolvimento de SUP.”
ICF ANUCIA MUNDIAL DE SUP EM PORTUGAL E GERA POLÊMICA
A guerra está longe de terminar. A ICF acabou do lançamento de seu primeiro Campeonato Mundial de Stand Up Paddling. O evento começa em 30 de agosto, em Viana do Castelo, Portugal.
“As federações nacionais de canoas de todo o mundo vêm trabalhando duro há vários anos para desenvolver o SUP como esporte, e agora estamos vendo os benefícios desse trabalho árduo”, diz Jose Perurena, presidente do ICF.
No mundo real, porém, poucos são os atletas e stakeholders ligados ao stand up paddle que veem na ICF uma entidade legítima para reger o esporte a nível global. Entre as acusações mais presentes estão a falta de interesse que a entidade demonstrou em relação ao stand up paddle durante anos e a dificuldade em compor alianças.
De fato, mal anunciou a realização do Mundial em Portugal e a ICF já foi notificada que a Federação Portuguesa de Surf (FPS) irá mover uma ação judicial contra a eles, uma vez que federação portuguesa alega ser a única entidade nacional com competência para organizar e homologar provas oficiais desta modalidade no país.
A ISA, oportunamente, confirmou total e incondicional apoio à FPS, reafirmando a ilegalidade deste campeonato internacional.
Apesar da relativa estagnação em que se encontra no Brasil, muito mais por conta da crise econômica do que por outros fatores, o SUP segue como uma das atividades esportivas que mais cresce no mundo e muitos acreditam que muito em breve será elevado ao status de esporte olímpico, razão pela qual tem gerado essa guerra entre as federações.