Mundial de SUP Wave: Leco Salazar e Leo Gimenes avançam no Longboard
Teve início na terça-feira (21), em Las Palmas de Gran Canaria, Mundial de SUP Wave, com disputas nas ... leia mais
No último domingo (8) remadores de peso no cenário internacional marcaram presença no Taiti para as disputas do 5th Annual Air France Race, competição que marcou a primeira etapa do Paddle League, novo circuito mundial de SUP idealizado por Kelly Margetts (ex-atleta australiano), Christopher Parker (editor do site SUP Racer) e Brian Meyer (empresário).
Com a proposta de unificar provas independentes já conhecidas e torná-las parte de um circuito mundial, eles conseguiram a adesão de 9 provas em 2018 (até o momento), dando um novo gás ao cenário internacional de SUP race e apresentando uma alternativa ao já tradicional APP World Tour.
A princípio tudo transcorreu bem e a prova inaugural no novo circuito mundial teria sido um grande sucesso não fosse um protesto feito pelo vice-campeão Michael Booth (AUS) em sua página no Facebook seguida por um artigo publicado em terceira pessoa em seu blog.
Primeiro, o australiano fez um post em cujo texto começava com as seguintes palavras: “Feeling robbed after today’s event in Tahiti” (sentindo-me roubado após o evento de hoje no Taiti). Nele, Booth reclamava que após liderar praticamente toda a prova, com uma vantagem de 500 metros dos demais competidores, viu seus esforços frustrados quando percebeu já nos quilômetros finais (a prova tinha 24 km) que seus adversários estavam se aproximando rapidamente por estarem remando na esteira das lanchas de apoio.
Em seguida, mais um post, dessa vez compartilhando um artigo escrito na terceira pessoa, publicado originalmente em seu blog, intitulado: “Robbed of victory in bitter sweet Tahiti” (Vitória roubada no doce Taiti).
No texto, Michael parabenizava o neozelandês Marcus Hansen pela vitória ao mesmo tempo em que reforçava a crítica ao uso desleal da esteira produzida pelas lanchas de apoio questionando dessa forma o trabalho realizado pela organização do evento.
Como era de se esperar, não demorou para que as postagens do australiano “bombassem” e em manos de 24h já havia quase 50 comentários e dez compartilhamentos. Evidentemente, por se tratar de uma página do atleta, a grande maioria das mensagens de apoio ao remador e criticando a organização da prova.
Mas não demorou para que a resposta de um dos diretores da Paddle League, Christopher Parker, viesse em forma de artigo publicado no site SUPRacer.com.
Intitulado “Michael Booth says he was robbed in Tahiti, but here’s what I think actually happened…” (Michael Booth disse que foi roubado no Taiti, mas aqui está o que eu acho que realmente aconteceu), o artigo apresenta um contraponto ao protesto do australiano.
No artigo Parker reconhece que havia a presença excessiva de lanchas de apoio entre os competidores, mas argumenta que Booth, na verdade, teria “quebrado” nos quilômetros finais enquanto seu adversário, Marcus Hansen, havia poupado energia, remando o suficiente para não perder o líder de vista e usar toda a sua força em um Sprint final.
E de fato foi uma prova muito dura com direito a calor extremo e fortes correntes que foram capazes de quebrar nomes como o multicampeão Connor Baxter, por exemplo.
O editor do SUP Racer ainda pediu mais “fair play” do competidor lembrando que é um direito de todos protestarem contra aquilo que consideram injusto, mas que também devem tomar cuidado com as coisas que escrevem, uma vez que para além da ‘bolha’ criada por seus fãs, que independente do que seja escrito, sempre irão concordar com seus ídolos, polêmicas expostas em redes sociais, não raro, fogem do controle de seus autores e acabam por prejudicá-los se não forem muito bem fundamentadas.
“Ao focar a atenção em si mesmo e se colocar como vítima (“fui roubado”), a saga replicada pela mídia social de Boothy não apenas deixa de lado o cerne da questão – que precisamos de regras mais rigorosas sobre barcos de apoio – como também mostra falta de respeito a um campeão que lutou muito para conseguir sua primeira vitória internacional.”, sentenciou o editor do SUP Racer.
Certamente haverá quem dê razão ao atleta, quem dê razão à Paddle League e quem procure ir além das águas rasas do Facebook e procure os artigos publicados nas mídias especializadas para se aprofundar no tema.
O fato é que independente de quem tenha razão, casos como esse sempre trazem um prejuízo para a imagem do stand up paddle. Qual será seu peso e sua importância só tempo dirá.