Darci Oberdam assume a presidência da CBCa
1º Vice-presidente da entidade desde 2009, Darci Oberdam assume a presidência da CBCa após o falecimento ... leia mais
No ano 2000, aos 33 anos, a inglesa Rosalind “Roz” Savage tinha o que para muitos é o ideal de uma vida perfeita: um emprego decente, uma boa casa e um carro esporte vermelho na gargem.
Pelo menos em teoria, ela deveria se sentir uma pessoa feliz e realizada… Será?
“Estava sentada no trem, a caminho do escritório, me perguntando se a vida era assim. No fundo, eu não estava feliz. Não estava satisfeita e não estava sendo fiel aos meus valores”.
Roz tem agora 38 anos, ela está desempregada, sem casa e sozinha à bordo de um minúsculo barco à remo, no meio do Oceano Atlântico.
Sua última refeição quente foi há dois meses, antes de seu fogão de acampamento quebrar.
Seu aparelho de som está quebrado. A última vez em que conversou com uma pessoa foi há algumas semanas, quando seu telefone via satélite ainda funcionava.
Todos os seus quatro remos quebraram e agora estão reparados com fita adesiva e talas improvisadas.
Seus ombros doem constantemente devido a uma tendinite e ela tem lutado contra ondas de vinte pés, privação de sono, dúvida e depressão.
Contudo, Roz nunca se sentiu tão viva e feliz em toda a sua vida.
Há alguns anos, quando decidiu atravessar o oceano à remo, Roz Savage foi chamada de louca.
Disseram que ela não era forte o suficiente. “Seria suicídio”, disseram.
No entanto, depois de três mil milhas e 103 dias no mar, ela cumpriu sua meta.
Ao atravessar o oceano atlântico remando, Roz provou que qualquer pessoa poderia alcançar o extraordinário, se ao menos tiver coragem, determinação e teimosia para fazer isso até o fim.
“Remar no Atlântico foi, sem dúvida, a coisa mais difícil que já fiz. Eu queria sair da minha zona de conforto e, por definição, é um lugar desconfortável para se estar. Fisicamente foi difícil, mas psicologicamente foi ainda mais difícil. O oceano é assustador e na maioria das vezes eu queria desistir”, conta a remadora.
Porém, ao concluir um desafio tão marcante, ao invés de “sossegar”, ela queria mais: ser a primeira mulher a atravessar três oceanos à remo.
Pouco depois de sua travessia do Atlântico bem-sucedida, Roz anunciou seu objetivo de se tornar a primeira mulher a remar sozinha no Oceano Pacífico, dos Estados Unidos à Austrália.
Depois de completar com sucesso três etapas, começando da Califórnia no verão de 2008, e interrompendo sua jornada após a o trajeto do Havaí a Tuvalu, em 2009, em 2010, ela terminou o desafio chegando à costa australiana. Faltava o Índico.
Em abril de 2011, Savage começou a remar através do Oceano Índico, lançando de Fremantle, Austrália.
Sua rota, locais diários e destino foram mantidos em segredo por causa do perigo de ataques piratas.
Contudo, após remar por cerca de 4000 milhas, precisou ser rebocada de volta à Austrália por uma falha na máquina de dessalinização de sua embarcação.
Sem se abater, ainda em 2011, lançou-se novamente no Índico e após 154 dias no mar, ela atingiu a costa em Grand Baie, nas Ilhas Maurício, tornando-se a primeira mulher a remar sozinha por três oceanos.
“Por mais difícil que ficasse, sempre acreditei que a única coisa pior do que continuar seria desistir. Acredito que se você não continuar ultrapassando os limites, continue expandindo sua zona de conforto, pois ela ficará cada vez menor, até que você esteja envolto em uma zona de conforto tão minúscula que não poderá se mover, e se você pode não alcançar nada, então não poderá crescer”.
Essa conquista garantiu nada menos do que quatro recordes mundiais à remadora, incluindo a primeira mulher a remar três oceanos: Atlântico, Pacífico e Índico.
Hoje, através de palestras e livros, Roz Savage usa suas aventuras de remo pelo oceano como forma inspirar ações no enfrentamento aos principais desafios ambientais que o mundo enfrenta na atualidade e inspirar outras pessoas a alcançarem seus objetivos através da superação.