Por que você deve conhecer a obra de Steve West?
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Embora “aloha” seja uma palavra muito usada para se dizer “olá” e “adeus” em havaiano, seu significado vai muito além de uma simples saudação.
Aloha, na verdade, é uma filosofia e um modo de vida. Tão caro aos havaianos que se tornou um conceito jurídico.
Essa história tem início com um discurso apaixonado feito pela anciã e linguista de Maui, Pilahi Paki, aos líderes comunitários de todas as ilhas havaianas durante uma conferência realizada em 1970, chamada “Hawaii 2000”.
Era uma época de muita desavença entre as ilhas, e questões políticas como a guerra do Vietnã e o papel das minorias étnicas nos EUA geravam debates acalorados e protestos em todo país.
Paki fez um discurso emocionado sobre o Espírito Aloha, tratando-o como um código espiritual e cultural único de um Havaí que precisava se unir.
Ela usou cada letra de ‘Aloha’ para aprofundar-se em seu significado. E esse discurso se tornou a base para a lei do Espírito Aloha do Havaí, que essencialmente exige respeito mútuo e bondade.
A lei (Estatutos Revisados do Havaí, seção 5-7.5) foi aprovada em 1986 e define aloha da seguinte forma:
§5-7.5 “Espírito Aloha”. (a) “Espírito Aloha” é a coordenação da mente e do coração dentro de cada pessoa. Traz cada pessoa para si. Cada pessoa deve pensar e transmitir bons sentimentos aos outros. Na contemplação e presença da força vital, “Aloha”, pode ser usado:
Apesar de ser considerada uma lei simbólica, isso não significa que não funcione – especialmente quando líderes políticos ou empresários saem da linha.
Em entrevista à rede de TV BBC de Londres, Dana Viola, procuradora-geral adjunta do Havaí, explica que a lei é virtualmente impossível de se aplicar ‘stricto sensu’ porque é uma filosofia que orienta um código de conduta e modo de vida.
No entanto, todos os cidadãos e funcionários do governo do Havaí são obrigados a se comportar de acordo com esses preceitos.
Se uma empresa ou funcionário do governo não agir com o Espírito Aloha, eles podem perder negócios ou até serem punidos por meio de outras sanções legais aparadas conceitualmente pela lei do Espírito Aloha.
Ou seja, mesmo se tratando de uma filosofia, a lei pode ser evocada juridicamente e trazer consequências reais.
Pouco antes de falecer, Pilahi Paki teria dito que, com Aloha, e o respeito mútuo que isso acarreta, “Os havaianos têm o poder de salvar a cultura mundial”.
E, de fato, em tempos de polarização de ideias e “bolhas de internet” que estão tornando o mundo cada vez mais dividido e intolerante, aprofundar-se em uma filosofia que prega união e respeito às diferenças parece ser o melhor caminho a se seguir.