
Os primeiros escritores a entender o surfe e a cultura polinésia
Subestimados por séculos, o surfe e a cultura polinésia tiveram um processo de revitalização que contou ... leia mais
A primeira vez em que ouvi a palavra “Garramar”, anotei: “agarra mar”, mas depois confirmei ser garramar mesmo.
Trata-se de surfar uma onda com a canoa à remo, seja por puro divertimento, (brincadeira de infância de muitos dos meus Mestres Caiçaras durante as maresias), seja para demonstrar habilidade e coragem, pois, dependendo do tamanho da onda, pode ser fatal bater a cabeça contra o tronco esculpido.
Como no surfe, é muito importante escolher a onda certa, (que abra e não seja “caixote”) e também governar com o remo para que a canoa não atravesse na onda causando um capotamento.
1- Andar para a proa (board walk) facilita entrar na onda;
2- Ficar na popa com o remo bem afundado, funcionando de leme, facilita manter o rumo correto;
3- É preciso sempre descer a onda um pouco de “fianco”, ou seja, na diagonal para o lado que a onda abre (como no surfe), e o remo sempre no bordo oposto para impedir que a canoa atravesse, esse é o movimento mais difícil e que precisa de certa dose de fé (veja um exemplo aos 44 s no vídeo abaixo):
4- Caso ocorra um capotamento, deve-se afastar ao máximo do casco para não ser atingido, e o remo deve ser largado para que não quebre.
O Garramar exige muita habilidade e coragem, seja nas exibições durante as corridas de canoas, seja na volta à praia depois das pescarias quando o mar está grosso.
Nestes casos o perigo aumenta ainda mais pois a canoa está cheia e pesada com a rede, e caso haja um capotamento e a rede vire por cima do pescador, é morte certa.