Barbados Pro | Balanço das finais e vice-campeonato de Leco Salazar

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Sean Poynter e Izzi Gomes, campeões do Barbados Pro 2019
Sean Poynter e Izzi Gomes, campeões do Barbados Pro 2019. Foto: Beto Noval

As ondas de Soup Bowl amanheceram neste sábado (16) com excelente formação. Paredes lisas, quebrando com cerca de 4 pés (e algumas maiores nas séries) esculpidas por um leve vento terral, ofereceram o palco perfeito para um grande encerramento da terceira etapa do Mundial de SUP Wave. Resumindo: tinham altas!

Leia mais: Balanço do Dia 03

Barbados com certeza se mostrou um lugar excelente para a realização de uma parada APP World Tour e torcemos para que a etapa seja mantida no Tour em 2020.

A ação começou às 8h30 (horário de Brasília) com as quartas de final da categoria feminino. Foram disputadas quatro baterias no formato “mulher x mulher” com a presença da brasileira Gabi Sztamfer enfrentando a australiana Shakira Westdorp na última bateria da rodada.

Gabi Sztamfater surfando em Soup Bowl
Gabi Sztamfater não se intimidou e foi pra cima da australiana Shakira Westdorp. Foto: APP

Westdorp entrou na água como favorita, mas a disputa foi bem equilibrada. A brasileira não se intimidou e botou a pressão em cima da australiana ao assumir a liderança da bateria aos dez minutos de disputa. Shakira iria reverter o jogo mais tarde e conseguiu se manter na liderança, apesar das investidas de Sztamfer.

Ao final, o placar foi definido em 12.54 contra 8.10 da brasileira.

Nessa rodada, classificaram-se para a semifinal, além de Shakira, Izzi Gomez (COL), Iballa Moreno (ESP) e Vania Torres (PER).

Quartas de Final Masculino

A torcida brasileira tinha grandes expectativas com as quartas de final do Barbados Pro, afinal, três, dos oito competidores, ou seja, quase a metade, eram brasileiros: Wellington Reis e os irmãos Leco e Matheus Salazar

No entanto, sofremos importantes baixas na rodada e demos adeus ao sonho de uma final entre dois brasileiros no Caribe, como aconteceu em 2012, nas Ilhas Virgens, na finalíssima história entre Caio Vaz e Leco Salazar, que rendeu o título mundial de SUP a Leco.

Matheus Salazar surfando em Barbados
Matheus Salazar, que estava entre os favoritos ao título, errou em algumas finalizações importantes na bateria de hoje, parando na 5ª colocação. Foto: Beto Noval

Na primeira bateria das quartas, o taitiano Poenaiki Raioha venceu o francês Benoit Carpentier pelo placar de 16.16 x 12.44, e deu mais um passo importante na briga pelo título da temporada.

Em seguida, Leco Salazar garantiu sua vaga para as semis enfrentando o havaiano Bernd Roediger em uma bateria bem disputada, mas que deixou evidente que Leco estava cada vez mais à vontade nas direitas de Soup Bowl, impondo seu surfe que consegue unir como ninguém power e leveza. O santista jogou mais água pro alto do que todos em suas manobras.

Matheus, irmão mais novo de Leco, enfrentou o atual campeão mundial Sean Poynter (EUA) na bateria seguinte.

Mantendo o mesmo ritmo forte dos dias anteriores, Poynter surfou com precisão, escolhendo as melhores ondas da bateria. Matheus, errou em algumas finalizações importantes e não conseguiu mostrar o mesmo surfe que vinha impressionando a todos desde o início da competição.

Ao final, o placar ficou a 10.56 x 16.77 em favor de Sean e mais uma vaga nas semis estava preenchida.

Na última bateria da rodada, Wellington Reis enfrentou o peruano Tamil Martino.

Wellington Reis surfando em Barbados
Wellington Reis novamente surfou com maestria, mas pecou na escolha das ondas. Foto: APP

Nessa bateria, a experiência de Martino se fez notar. Surfando sempre as melhores ondas da série, o peruano apresentou um surfe mais conservador, porém muito eficiente e com muito power.

Wellington, mesmo surfando bem e usando perfeitamente os remos, não foi feliz na escolha das ondas. Nos minutos finais, talvez sentindo a pressão, errou em algumas finalizações perdendo a chance de incrementar seus scores.

A disputa ficou definia em 12.06 a 14 pontos em favor do Peruano.

Outro detalhe que chamou a atenção nessa bateria foi o equipamento que Tamil estava usando.

Contrariando a tendência de pranchas cada vez menores, o SUP de Martino era maior, mais largo e com mais flutuação do que os “SUPmarinos” como são conhecidos os stand up’s high performance, e funcionou muito bem nas ondas de Soul Bowl.

Semifinais feminino e 5º título mundial para Izzi Gomez

Izzi Gomez. Foto: Beto Noval
Izzi Gomez, de fato, está a um nível acima das demais competidoras e seus 5 títulos mundiais são a prova. Foto: Beto Noval

Nas duas baterias das semifinais entre as mulheres Izzi Gomez tratou logo de “colocar uma mão” na taça de campeã do mundo ao vencer a disputa contra a espanhola Iballa Moreno pelo placar de 13.28 x 11.57, garantido sua vaga na final.

Com isso, Izzi ficou muito perto de conquistar sua quinta coroa. No entanto, se a australiana Shakira Westdorp vencesse a peruana Vania Torres na outra semi, a comemoração do título seria adiada.

Felizmente para Izzi, uma inspirada Vania Torres não deu chances para Westdorp e Izzi Gomez pode comemorar seu quinto título mundial de SUP Wave por antecipação.

Semifinal masculino

Poenaiki Raioha surfando em barbados
Poenaiki Raioha terminou a disputa na 4ª colocação, mas segue como favorito ao título mundial. Foto: APP

Leco Salazar abriu a semifinal enfrentando Poenaiki Raioha. E o brasileiro mostrou suas armas logo em sua primeira onda, uma direita da série onde Leco desferiu suas famosas batidas de backside do início ao fim. Resultado: nota 8.67.

Poenaik, que havia já havia surfado uma onda mediana, respondeu com um 6.93 e assumiu a liderança.

Mas o brasileiro, porém, em outra onda excelente recebeu uma nota 8 dos juízes, quase colocando Poenaiki em combinação, que ficou precisando de uma nota 9 para virar o jogo.

Tamil Martino surfando em barbados
Surfando um SUP um pouco maior e mais largo do que os convencionais, Tamil Martino quebrou em todas as baterias. Foto: APP

Confortável na liderança, Leco controlou o resultado até o final garantindo assim sua vaga na finalíssima.

Na outra semifinal, uma bateria de alto nível entre Sean Poynter e Tamil Martino. Ambos surfaram muito e o pega foi bastante disputado, porém, ao final, foi o norte-americano quem carimbou seu passaporte à grande final com o placar de 16.70 x 14.90.

Finais do Barbados Pro

Iballa Moreno
Iballa Moreno. Foto: APP

Antes da realização das finais do Masculino e Feminino foram realizadas duas “finais de consolação” para a definição da terceira e quarta colocação.

Entre as mulheres, Iballa Moreno venceu a bateria contra Shakira Westdorp ficando com a terceira colocação do Barbados Pro.

Entre os homens, o embate entre Tamil Martino e Poenaiki Raioha rendeu a terceira colocação ao peruano.

Final Feminina

Izzi Gomez. Foto: Beto Noval
Izzi Gomez. Foto: Beto Noval

Izzi Gomez entrou relaxada na final do Feminino e já com o título mundial de 2019 no bolso, surfou muito à vontade contra a peruana Vania Torres.

Sem ser ameaçada em nenhum momento da disputa, ela ainda arrancou uma nota 9.50 dos juízes e mais um 8.60 nos minutos finais.

Vania Torres surfando em soup bowl
Vania Torres está surfando cada vez melhor. Foto: APP

Vania bem que tentou, mas Izzi, de fato, está a um nível acima de todas as competidoras do Tour e seus cinco títulos mundiais falam por si.

O placar da final ficou em 18.10 a 10.14.

Final masculina

Sean Poynter surfando em barbados
Sean Poynter fez as maiores notas durante toda a competição e fez jus ao título. Na final com Leco, porém, a nota 9.10 talvez tenha sido um pouco demais. Foto: APP

Leco abriu a final novamente botando pressão, fazendo um 8.67 em sua primeira onda. Enquanto Poynter, após escolher duas ondas ruins, encaixou seu surfe numa boa direita executando um belo aéreo e finalizando com um forte rasgada que lhe rendeu a nota 8.90 dos juízes.

Leco não se intimidou e voltou à liderança novamente apostando em suas fortes e precisas batidas de backside, conseguindo outra nota 8.

Poynter foi apostando nas ondas que conseguia e se aproximando cada vez mais do brasileiro até conseguir virar a bateria com um 9.10.

Leco Salazar surfando em barbados
Leco Salazar destruiu as direitas de Soup Bowl. Foto: Beto Noval

Foi uma onda de série bem buraco, na qual o norte-americano conseguiu completar uma bela batida no crítico despencando com o lip, seguida de outra bela rasgada, mas com uma finalização irregular.

A onda, sem dúvida, foi muito boa, mas, em comparação com as outras ondas surfadas ao longo dos dias da competição, fica a impressão de que 9.10 talvez tenha sido um pouco demais.

Precisando agora de uma nota nove, Leco foi pra cima, mas aquela onda da série que lhe permitiria virar a bateria, não entrou.

O brasileiro ainda tentou a virada surfando muito bem uma onda intermediária, mas que não proporcionou a pista necessária para obter a nota de que precisava e ao final o título ficou com o Sean Poynter.

Sean Poynter e Leco Salazar deram um show nas ondas de Soup Bowl
Sean Poynter e Leco Salazar deram um show nas ondas de Soup Bowl. Foto: Beto Noval

O tour mundial agora segue para as Ilhas Canárias onde será realizada a última e decisiva etapa da temporada de 2019 da APP World Tour, de 10 a 19 de dezembro.

Barbados Pro 2019

Profissional Masculino

1 – Sean Poynter (EUA)

2 – Leco Salazar (BRA)

3 – Tamil Martino (PER)

4 – Poenaiki Raioha (PL)

5 – Wellington Reis (BRA)

5 – Matheus Salazar (BRA)

Profissional Feminino

1 – Izzi Gomez (COL)

2 – Vania Torres (PER)

3 – Iballa Moreno (ESP)

4 – Shakira Westdorp (AUS)

5 – Gabriela Sztamfer (BRA)

Ranking da APP World Tour Pós Barbados Pro

Top 10 Masculino
Top 10 Feminino

Cobertura Aloha Spirit Club:

Brasileiros afiam os remos nas ondas de Barbados
Treinos em Soup Bowl
Balanço do dia 01
Balanço do dia 02
Balanço do Dia 03
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