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A quarta edição da Volta a Ilha de Porto teve seu início na manhã de quinta-feira, 2 de novembro com praia lotada de competidores e fãs do esporte, apesar do tempo nublado e um pouco de chuva.
Com mais de 400 inscritos, com representantes de Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Paraná, São Paulo, Brasília e Rio de Janeiro, esta quarta edição consolidou o festival de remada idealizado pela base Pa’ahana Paddle Club como o maior evento do segmento no sul do Brasil.
Nesta quinta, foram realizadas provas individuais e em duplas das modalidades stand up paddle race e va’a, além de uma oficina de dança polinésia comandada por Georgia Michelucci.
A competição de SUP race abriu o festival, com os competidores realizando uma prova de 10 km para a categoria profissional, e 5 km para a amadora. Os competidores remaram largando da Praia do Centro, onde está localizada a arena do evento em direção à Ilha de Porto Belo, que dá nome ao festival. A categoria amadora deveria completar uma volta e a categoria profissional, duas.
Desde o início, os atletas Caio Antunes, Murilo Rosa e Aluã Ferreira se destacaram, formando um pelotão de elite. O trio fez a primeira volta alternando a liderança em alguns momentos. No contorno da Ilha, sem a barreia natural das encostas contra os ventos, as condições para downwind estavam muito boas, mas a presença de backwash demandava atenção de todos. Talvez por essa razão, o trio optou por fazer uma primeira volta mais próximo ao costão, sem abrir muito a linha para apostar no surfe.
Contudo, na segunda volta, os três apostaram no downwind. Foi então que as posições se definiram, com Murilo assumindo a ponta. Aluã, por sua vez, caiu da prancha e ficou um pouco mais atrás. Caio, por sua vez, não conseguiu conectar os bumps tão bem quanto Murilo, mas soube manter distância de Aluã para manter-se na segunda colocação. Ao final da disputa, Muito Rosa foi o primeiro a cruzar linha de chegada e comemorou sua volta às competições após um período parado:
“Foi uma prova difícil com bastante vento e chuva, mas consegui aproveitar bem a oportunidade de fazer um downwind. Fiquei um tempo parado, sem treinar e estava bastante cansado, procurei fazer uma primeira volta mais conservadora, e na segunda volta tentei abrir, aproveitando as ondulações e graças a deus deu certo!”, comemorou o campeão.
Na segunda colocação, Caio Antunes elogiou o percurso e também o nível dos competidores:
“Achei a prova muito boa e foi uma honra disputar essa volta com os melhores de Santa Catarina. Estava competindo na categoria amadora do Aloha Spirit e essa é minha primeira participação em uma prova como profissional. Estou muito satisfeito com meu resultado, fiz uma boa prova e estava liderando a segunda volta quando o Murilo conseguiu abrir no downwind e então só se ele errasse eu iria conseguir ultrapassá-lo. Agora vamos treinar juntos, eu, o Murilo e o Aluã visando o campeonato brasileiro”, concluiu Caio.
Na parte da tarde, a nova geração do stand up paddle catarinense entrou na água para as disputas de SUP Kids e Júnior, com a garotada mostrando que além de se divertir, sabe remar muito bem.
As disputas individuais e em dupla de va’a entraram em ação no início da tarde, com a largada sendo feito um pouco depois das 13h. O percurso foi o mesmo do stand up paddle, com os competidores circunavegando a ilha. Porém, nesse caso, a categoria open faria três voltas, totalizando 15 km, enquanto a amadora, que entraria mais tarde na água, completaria duas voltas, ou seja, 10 km. Participaram competidores de diversas modalidades de va’a: OC1, V1, OC2, divididos em categorias por idade e gênero.
Nas disputas de va’a, vale destacar a participação do primeiro colocado, Antônio Gonzaga. Atual campeão brasileiro Master +40 na OC1, ele disparou na liderança, e completou as três voltas na ilha sem ser ameaçado.
Ao cruzar a linha de chegada, Antônio completou os 15 km com o tempo de 1h12m, com quase sete minutos de diferença do segundo colocado, Will Roque Lima que, por sua vez, também competiu as três voltas sem ser ameaçado.
“Essa é a prova que reúne a galera do sul do Brasil e ficamos o ano todo aguardando a chegada da Volta a Ilha de Porto Belo. A competição foi incrível, as condições de downwind estavam muito boas. Logo que a gente fazia o primeiro contorno da ilha, já dava para alinhar as ondulações no downwind e seguir surfando até a hora de virar para a praia, onde também era possível surfar alguns bumps. Quem conseguiu encaixar essas ondulações se divertiu muito”, destacou Antônio Gonzaga.
Na terceira colocação overall veio Igor Marcos Felchak, que travou uma dura batalha contra Eduardo Gerci Silveira ao longo de toda prova.
Na colocação overall feminina, Marina Coelho foi o destaque da competição. Entre as mulheres, ela liderou os 15 km de ponta a ponta:
“Foi uma prova sensacional e também um desafio para todos, pois foi a primeira vez que a gente fez uma prova de 15 km aqui no Sul. Estava todo mundo receoso com a distância e as condições do mar, mas no final foi uma prova super prazerosa do início ao fim. Todo mundo curtiu o desafio e o mais legal é que quebra esse estigma de que a gente não iria dar conta”, ponderou Marina.
Fernanda Haetinger ficou com a segunda colocação geral no feminino e Simone Buttelli foi a terceira mulher a completar a linha de chegada.
Encerrando o dia de provas, a va’a amadora coloriu novamente a raia da Praia do Centro com diversas categorias de canoagem polinésia. Nessa prova de 10 km, o grande destaque foi o campeão overall, Tcharles Besing.
Atleta da paracanoagem e especializado em provas de Sprint, Tcharles mostrou que também manda bem na longa distância. Remando de V1, ele liderou toda a volta até cruzar a linha de chegada na primeira colocação geral.
“Achei a prova muito interessante e também bem diferente do que estou acostumado. Sou paraatleta e compito em provas de Sprint de 500 metros. Aqui foram 10 km. Então, tive que trabalhar bem minha frequência e ritmo, mas uma coisa que uso como lema é dar o máximo para sair na frente, depois dá o máximo para continuar o ritmo e seguir assim até o final. Foi bem desafiador pois não estou acostumado a remar com ondulação, mas consegui colocar em prática meus treinos e fazer uma prova boa, fechando com uma média de 11 km/h”, revelou Tcharles Besing.
Na sexta-feira as competições dão uma pausa para a realização de atividades abertas ao público na arena do evento, passeios guiados de remada e montagem das canoas. No sábado e domingo será a vez das equipes de OC6 e V6 entrarem em ação.
A programação completa da Volta a Ilha de Porto Belo pode ser conferida no Instagram @voltailhadeportobelo.