Favoritos vencem Copa Brasil de Paracanoagem em Brasília

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Copa Brasil de Paracanoagem
Com duplo ouro, Mari Santilli e Fernando Rufino estão entre os 13 canoístas beneficiários do Bolsa Atleta que vão representar o Brasil no mundial da Hungria. Foto: @robertopeixoto.esporte

O Deck Norte do Lago Paranoá, em Brasília, foi o cenário da confirmação de favoritismos e conquistas com a realização da primeira etapa da Copa Brasil de Paracanoagem, no último fim de semana. Com duplo ouro e garantindo vaga no mundial, os canoístas Mari Santilli e Fernando Rufino iniciaram com força e foco o ano paralímpico.

Ambos são beneficiários do Bolsa Atleta categoria Pódio, do Ministério do Esporte. Ao todo, 13 bolsistas conquistaram a vaga para o mundial da Hungria.

Primeiro campeonato oficial do ano, a Copa Brasil de Paracanoagem foi de extrema importância para os 73 atletas representantes de 16 associações de sete estados. O torneio contou pontos para o ranking nacional, e classificou os dois primeiros colocados de cada categoria para o Campeonato Mundial, que será realizado em Szeged, na Hungria, de 9 a 11 de maio, país em que serão definidos os classificados para Paris 2024, de acordo com a posição no ranking mundial.

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Das provas que integram os Jogos Paralímpicos, foram disputadas as classes KL1, KL2, KL3 (kayak), bem como VL2 e VL3 (canoa Va’a) para mulheres e homens na distância de 200m. Também houve disputas em ambos os gêneros em VL1 (200m).

Copa Brasil de Paracanoagem
Das provas que integram os Jogos Paralímpicos, foram disputadas as classes KL1, KL2, KL3 (kayak), bem como VL2 e VL3 (canoa Va’a). Foto: @robertopeixoto.esporte

O ouro começou a brilhar para a paranaense Mari Santilli já no sábado (2), primeiro dia das competições, ao vencer na classe KL3 200m, após uma chegada emocionante concluída por somente três décimos à frente de Aline Furtado (Bolsa Atleta Internacional), do Distrito Federal. No domingo (3), Santilli venceu na VL3 200m, classe em que é por dois anos a terceira do mundo, chegando com a tranquilidade três segundos à frente de Thais Freitas, do Rio de Janeiro.

O bicampeão mundial e atual campeão paralímpico na VL2 200m, o mato-grossense Fernando Rufino remou no domingo para fazer jus ao apelido ‘Caubói de Aço’. Depois de vencer a VL2 seguido do paranaense atual prata no mundial de 2023, Igor Tofalini (Bolsa Atleta Pódio), Rufino voltou à raia para disputar e vencer também a final da KL2 200m, superando Uilian Mendes (Bolsa Atleta Nacional), do Distrito Federal, que ficou com a prata.

Favoritos mostram força

Copa Brasil de Paracanoagem
Copa Brasil de Paracanoagem confirma boa fase entre os favoritos da modalidade nas águas do Lago Paranoá, em Brasília. Foto: @robertopeixoto.esporte

Outra estrela da paracanoagem brasileira, o paulista Luís Carlos Cardoso (Bolsa Atleta Pódio), prata em Tóquio 2020 e atual medalha de bronze mundial, brilhou e venceu na KL1 200m deixando Luciano Lima (Bolsa Atleta Internacional), do Distrito Federal, com a prata. A vitória faz de Luís o representante do Brasil em Paris 2024, já que ele mesmo conquistou a vaga não nominal a que o país tem direito para disputar essa classe.

As provas de paracanoagem nas Paralimpíadas de Paris serão realizadas de 6 e 8 de setembro. O Brasil já tem quatro vagas asseguradas: KL1 e VL2 masculino e VL2 e VL3 feminino.

Vencedora na VL2 200, Débora Raiza Benevides, de São Paulo, também já está definida para representar o Brasil em Paris 2024. A vencedora da classe KL2 200m, Leonice Friedrich (Bolsa Atleta Nacional), do Distrito Federal, vai tentar a vaga olímpica no mundial.

Prata em Tóquio 2020, o paranaense Giovane Vieira de Paula (Bolsa Atleta Pódio) venceu a VL3 200m, seguido do catarinense Tcharles Besing. Ambos tentarão conquistar a vaga olímpica em maio na Hungria, assim como a paranaense Adriana Gomes de Azevedo (Bolsa Atleta Pódio), ouro no KL1 200m, cinco décimos à frente de Ana Claudia Borges (Bolsa Atleta internacional), do DF.

Completam a lista de quem segue para mundial Miqueias Rodrigues (Bolsas Atleta Nacional), do Paraná, que venceu a KL3 200m, e o segundo lugar, Jean Panucci (Bolsa Atleta Nacional). Ambos têm chance para a vaga olímpica.

Além da disputa do VL1 200m, que não integra o programa paralímpico da paracanoagem, vencida pelo carioca Carlos Glenndel, houve provas inclusivas para pessoas cegas e com deficiência intelectual.

A competição foi realizada pela Confederação Brasileira de Canoagem (CBCa), com apoio da Secretaria de Esporte e Lazer do Distrito Federal (SEL-DF), Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB) e Federação Brasiliense de Canoagem. Também contou com o apoio institucional do Ministério do Esporte e a parceria da Autoridade Brasileira de Controle de Dopagem (ABCD).

Para a diretora de Projetos Paradesportivos de Lazer e Inclusão Social da Secretaria Nacional do Paradesporto do MEsp, Nayara Falcão, a Copa Brasil significou mais do que o primeiro campeonato do ano.

Representou a união de esforços para definir a composição da equipe brasileira que vai tentar as últimas vagas a Paris 2024, mas que também proporcionou aos atletas locais a disputa da sua etapa regional do Centro-Oeste. Assistimos a provas bem disputadas, acirradas, em dois dias de muita interação, competitividade, respeito e participação social também”, afirmou Nayara, que é ex-atleta de alto rendimento da paracanoagem.

Ela participou da prova KL2 200m e expôs, em seu perfil no Instagram, a sensação de ter deixado as competições para colaborar com o esporte em nível institucional.

Há 4 anos, estava eu vivenciando esse mesmo momento e conquistando minha vaga nacional, batendo tempo internacional, fruto de muito trabalho duro, de muita entrega de tempo de vida, não só minha, mas de toda a equipe envolvida [coach, preparador físico, amigos de equipe, família e amigos]. Agora, participei, mas em outro contexto, porque hoje a minha caminhada na vida e no esporte não se trata mais sobre mim e sim sobre NÓS”, avaliou, em sua rede social.

Sobre a modalidade

A Paracanoagem é disputada em águas calmas e ambientes abertos, e consiste na disputa de uma prova de 200 metros nas classes L1, L2 e L3 de acordo com o sistema de classificação esportiva paralímpica.

Para atletas que competem no kayak, é agregada a letra “K”, gerando as classes KL1, KL2, KL3. Para a canoa Va’a (canoa havaiana) é acrescentada a letra “V”, formando as classes VL1, VL2 e VL3.

Os atletas são agrupados nas respectivas classes de acordo com a capacidade de utilizar o tronco, os braços e as pernas na remada.

Conheça as classes de competição da paracanoagem:

KAYAK

KL1 – Atletas com transtorno do movimento de alto grau no tronco e nas pernas que equilibram e impulsionam a canoa utilizando braços, ombros e a área superior do tronco. Não têm controlo muscular nas ancas ou pélvis.

KL2 – Participam atletas com transtorno do movimento de grau moderado nas ancas e nas pernas, com ausência das duas pernas acima do joelho ou da totalidade de umas das pernas. São esportistas com bom controle motor da parte inferior e superior do corpo, proporcionando um bom equilíbrio. Impulsionam a canoa utilizando os braços e o tronco.

KL3 – Os atletas de canoagem KL3 têm transtorno do movimento de grau moderado em uma das pernas, de alto grau em um dos pés e tornozelo, ou têm ausência de membros. Esses atletas têm força total nos braços e tronco e têm a capacidade de remar utilizando as pernas para impulsionar o barco.

CANOA PARA VA’A

VL1 – Participam atletas com transtorno do movimento de alto grau no tronco e nas pernas, e impulsionam o barco quase exclusivamente com os braços e os ombros. Fazem adaptações para o equilíbrio do barco.

VL2 – Atletas com transtorno do movimento de alto grau na base do tronco e nas pernas, de grau moderado a meio do tronco e nas pernas ou com ausência das pernas. Esses atletas têm um equilíbrio reduzido e impulsionam o barco apenas com a utilização dos braços e do tronco.

VL3 – Atletas com transtorno do movimento de baixo grau na base do tronco e nas pernas, de grau moderado em uma das pernas ou ausência de membros. Têm um ligeiro desequilíbrio nas pernas, mas têm a funcionalidade e o controle de movimentos por parte do tronco, o que permite a eles uma grande propulsão para remar.

Fonte: Assessoria de Comunicação – Ministério do Esporte

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