Aloha Spirit chega em Angra dos Reis pela primeira vez
O Aloha Spirit chega pela primeira vez em Angra dos Reis para a segunda etapa de 2022 nos dias 17 a 19 de junho
Encerrado no último domingo (19), nas águas do Lago Bagsværd, Copenhague, Dinamarca, o campeonato mundial de canoagem velocidade consagrou a paracanoagem brasileira como potência mundial do esporte.
No total, os remadores brasileiros conquistaram três medalhas, sendo uma de ouro, uma de prata e uma de bronze.
Luis Carlos Cardoso foi vice-campeão mundial no KL1 200m masculino, ficando entre dois húngaros. Péter Pál Kiss, ouro em Tóquio, conquistou o bicampeonato mundial, completou em 45.94, a frente de Luis, que terminou em 46.30 e do húngaro Robert Suba, que fechou com 47.86.
Na VL2 200 metros, Débora Benevides, atleta de Mato Grosso do Sul, ficou em terceiro lugar na prova feminina do VL2 200m (canoa), com o tempo de 1min06s30 e ficou com o bronze. A britânica Emma Wiggs foi ouro (com 57s55), enquanto a russa Mariia Nikiforova levou a prata (com 1min05s11).
Já o campeão paralímpico nos Jogos de Tóquio, o também sul-mato-grossense Fernando Rufino, nosso “Cowboy de Aço”, conquistou a medalha de ouro também na VL2 200 metros
“Hoje, aqui na Dinamarca, me consagro campeão mundial na canoa, VL2, espero manter todo o treinamento até Paris 2024. Foi uma prova dura, mas estou muito feliz de ser campeão mundial, um presente para a minha carreira. Achei uma competição bem cansativa, logo após os Jogos Paralímpicos, 15 dias depois, mas é um Mundial e todo mundo teve que manter o treinamento”, declarou Rufino, que tem os movimentos das pernas comprometidos devido a um acidente automobilístico.
Em Tóquio, Rufino conquistou o ouro pela mesma disputa – 200m VL2 (na canoa) -, liderando a final de ponta a ponta e com o melhor tempo da história da prova, com o tempo de 53s077, disputada nas raias do Sea Forest Waterway, na capital japonesa.
Na última sexta-feira (17) a Confederação Brasileira de Canoagem – CBCa anunciou o encerramento de suas atividades administrativas e a demissão de todos os seus funcionários em meio a uma execução judicial no Tribunal de Justiça de São Paulo, que deve bloquear as contas da entidade nos próximos dias. A informação foi dada inicialmente pelo Globo Esporte e o blog Olhar Olímpico.
Segundo a CBCa, em nota, o objetivo de desligar o quadro de funcionários é para “presenvar os parceiros, atletas e profissionais da canoagem brasileira”.
O processo é relacionado ao não-recolhimento de ISS (Imposto Sobre Serviços) na obtenção de recursos através de leis de incentivo pela entidade.
Nesse sentido, a nova diretoria, que assumiu o cargo em março, fez uma auditoria e deve divulgar o valor total da dívida em breve.
Segundo o Globo Esporte, a CBCa disse que quitou todas as despesas relativas ao treinamento das seleções de canoagem até o fim de setembro. Para efeitos imediatos, a diretoria demitiu todo o quadro de funcionários para garantir a eles os direitos trabalhistas e não gerar dívidas com os comitês Olímpico e Paralímpico.
Assim, o Comitê Olímpico do Brasil – COB precisará assumir os outros custos a partir de outubro para que as atividades possam seguir. Na prática, a Confederação Brasileira de Canoagem segue representando o Brasil na Federação Internacional. Mas a gestão, por enquanto, será realizada pelo COB e pelo Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB).
No entanto, ambas as entidades têm foco no alto rendimento e, pelo menos por hora, as categorias de base da canoagem brasileira estão desamparadas.
A CBCa já anunciou o adiamento do Campeonato Brasileiro de Canoagem Velocidade, que seria realizado em Cascavel no Paraná entre os dias 23 a 26 de setembro, e a Copa Brasil de Paracanoagem, que teria sede em Campo Grande (MS). O Campeonato Brasileiro de Canoagem Slalom, marcado para os dias 08 a 10 de outubro em Três Coroas (RS), será reavaliado.
A crise na CBCa é particularmente triste, pois, eclode em um momento em que a canoagem brasileira brilha no mundo, reluzindo o ouro das medalhas de Isaquiaz Queiroz e Fernando Rufino, puxando a fila da melhor geração brasileira de todos os tempos na modalidade.
Agora, a uma grande preocupação de que o Brasil possa sofrer um “apagão” de até três ciclos olímpicos a depender das consequências da crise na CBCa.