Va’a – Reflexão final rumo a 2026

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reflexões 2026
Em sua última coluna deste ano, Alfredo Piragibe analisa 2025 e propõe um novo compasso para 2026. Foto: Reprodução

Escrevi muito ao longo deste ano. Às vezes demais, eu sei. Artigos, provocações, alertas, textos sobre segurança no mar, sobre preparo, sobre decisões ruins que custam caro — e não falo só de resultado, falo de gente. Tudo isso nasce do mesmo lugar: amor pelo Va’a e respeito absoluto pelo mar.

Deixo algo claro, sem rodeio: tudo o que escrevi são opiniões. Não verdades absolutas, não dogmas. São provocações conscientes, com um único objetivo — fazer o remador pensar. Pensar antes de entrar no mar, antes de aceitar um desafio, antes de competir no automático, antes de apontar o dedo.

2025 foi intenso. Teve coisa bonita, teve aprendizado na marra e, sim, teve algumas derrapagens. Acontece. Quem rema, erra. Quem não erra geralmente está no seco opinando. E aqui entra 2026.

O ano mostrou algo importante: o Va’a continua crescendo em número, em visibilidade, em sonhos grandes. Continua forte. Não perfeito — ainda bem. Porque perfeição é estagnação. Mesmo com tropeços, o movimento segue firme, remando pra frente, ajustando o leme quando precisa.

Mas crescer exige maturidade. E maturidade começa olhando pra trás.

Todo mundo precisa fazer esse exercício — sem desculpa:

  • O que eu fiz certo?
  • Onde eu errei?
  • Que decisões eu tomei no calor do momento?
  • Em que competição forcei além do razoável?
  • Dentro do clube, fui somatório ou fui ruído?
  • Com aquele colega específico… eu ajudei ou atrapalhei?

Não é fácil. Dá trabalho. Dá ego ferido. Mas é necessário.

E aqui entra algo que muita gente fala bonito e pouca gente pratica de verdade: Ho’oponopono.

Não como palavra exótica pra postar no Instagram. Mas como prática real: assumir responsabilidade, pedir perdão quando erra, perdoar quando machuca, limpar o que ficou mal resolvido. Porque a energia atravessada não some — ela volta, no treino, na prova, no mar grosso.

O Va’a é coletivo. Sempre foi. Nada funciona no improviso. Confiança, sintonia e responsabilidade não se constroem no dia da prova. Quando isso falta, a canoa sente. E o mar cobra.

Que 2026 seja isso:

Menos barulho.

Mais consciência.

Menos vaidade.

Mais lealdade.

Menos desculpa.

Mais responsabilidade.

O mar não negocia. A canoa não mente. E o remo sempre devolve exatamente o que você coloca.

Seguimos. Firmes. Seguimos remando. Aprendendo com os erros, corrigindo rota e assumindo as consequências. É assim que o Va’a evolui.

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