
A transcendental jornada da Team Mirage com David Tepava
Luciano Meneghello relata a experiência de acompanhar ao longo de uma semana os treinamentos de David ... leia mais

Escrevi muito ao longo deste ano. Às vezes demais, eu sei. Artigos, provocações, alertas, textos sobre segurança no mar, sobre preparo, sobre decisões ruins que custam caro — e não falo só de resultado, falo de gente. Tudo isso nasce do mesmo lugar: amor pelo Va’a e respeito absoluto pelo mar.
Deixo algo claro, sem rodeio: tudo o que escrevi são opiniões. Não verdades absolutas, não dogmas. São provocações conscientes, com um único objetivo — fazer o remador pensar. Pensar antes de entrar no mar, antes de aceitar um desafio, antes de competir no automático, antes de apontar o dedo.
2025 foi intenso. Teve coisa bonita, teve aprendizado na marra e, sim, teve algumas derrapagens. Acontece. Quem rema, erra. Quem não erra geralmente está no seco opinando. E aqui entra 2026.
O ano mostrou algo importante: o Va’a continua crescendo em número, em visibilidade, em sonhos grandes. Continua forte. Não perfeito — ainda bem. Porque perfeição é estagnação. Mesmo com tropeços, o movimento segue firme, remando pra frente, ajustando o leme quando precisa.
Mas crescer exige maturidade. E maturidade começa olhando pra trás.
Todo mundo precisa fazer esse exercício — sem desculpa:
Não é fácil. Dá trabalho. Dá ego ferido. Mas é necessário.
E aqui entra algo que muita gente fala bonito e pouca gente pratica de verdade: Ho’oponopono.
Não como palavra exótica pra postar no Instagram. Mas como prática real: assumir responsabilidade, pedir perdão quando erra, perdoar quando machuca, limpar o que ficou mal resolvido. Porque a energia atravessada não some — ela volta, no treino, na prova, no mar grosso.
O Va’a é coletivo. Sempre foi. Nada funciona no improviso. Confiança, sintonia e responsabilidade não se constroem no dia da prova. Quando isso falta, a canoa sente. E o mar cobra.
Que 2026 seja isso:
Menos barulho.
Mais consciência.
Menos vaidade.
Mais lealdade.
Menos desculpa.
Mais responsabilidade.
O mar não negocia. A canoa não mente. E o remo sempre devolve exatamente o que você coloca.
Seguimos. Firmes. Seguimos remando. Aprendendo com os erros, corrigindo rota e assumindo as consequências. É assim que o Va’a evolui.